POR FALTA DE QUORUM, COMISSÃO SUSPENDE VOTAÇÃO DE PROJETO QUE ANISTIA DESMATADORES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2009

4 de Novembro de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A votação da proposta que prevê anistia aos responsáveis pelo desmatamento de aproximadamente 34 milhões de hectares na Amazônia foi suspensa hoje (4) por falta de quorum. Cerca de 20 minutos após o horário marcado para o início da reunião, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Roberto Rocha (PSDB-MA), suspendeu a sessão. Apenas nove parlamentares haviam assinado a lista de presença.

O deputado disse que a suspensão foi uma estratégia para ganhar tempo e diminuir as divergências entre ruralistas e ambientalistas. Na última quarta-feira (28), também houve uma tentativa de votação do projeto, que, no entanto, foi suspensa após obstrução da oposição e manifestação da organização não governamental Greenpeace.

“Retiramos o projeto de pauta para distender um pouco, buscar um ponto de consenso. Temos que trabalhar alguns pontos que estão muito nervosos e efetivamente apresentar ao plenário algo que seja minimamente convergente”, disse Rocha.

A proposta que seria analisada é um substitutivo ao Projeto de Lei nº 6.424/05, conhecido como Floresta Zero. O relator da proposta na Câmara, deputado Marcos Montes (DEM-MG), incluiu no texto a possibilidade de consolidação de áreas desmatadas até 31 de julho de 2006, dispensando os proprietários da obrigação de recompor a reserva legal. Além disso, o substitutivo prevê outras mudanças na legislação, o que, segundo ambientalistas, é uma tentativa de modificar o Código Florestal fora da comissão especial criada para essa finalidade.

Ambientalistas comemoraram a falta de quórum na reunião de hoje. O deputado Sarney Filho (PV-MA) disse que a suspensão da votação indica que “o assunto morreu” e que o projeto não deve mais ser votado. “Não há condições políticas para votar isso. Temos agora que concentrar esforços na comissão especial para que não haja retrocesso.”

O coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Nilo D'Ávila, classificou a suspensão de “ato de lucidez” do presidente da Comissão de Meio Ambiente. “Esse projeto é um golpe. Esperamos uma discussão séria, mas sem falar em anistia. É um projeto que não deveria nem ter nascido, era ruim e ficou pior ainda”.

O presidente da comissão, Roberto Rocha, disse que pretende construir acordo para colocar o texto em votação ainda este mês.

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Índios fazem manifestação contra construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

4 de Novembro de 2009 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Renato Araújo/Abr - Brasília - Índios e integrantes do Greenpeace realizam protesto em frente ao Ministério de Minas e Energia contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu
Brasília - Os índios de quatro etnias protestaram hoje, em Brasília, contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, maior empreendimento energético previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

Representando mais 11 etnias que vivem na Bacia do Rio Xingu, os índios xavante, kamayurá, kayabí e kayapó vieram de diferentes regiões para entregar às autoridades do governo uma cópia da carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, documento aprovado no fim de outubro por quase 300 lideranças indígenas que se reuniram na Aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto/Jarina, em Mato Grosso.

A manifestação ocorreu em frente ao Ministério de Minas e Energia e contou com o apoio da organização não governamental ambientalista Greenpeace. Além de tentar entregar uma cópia do documento ao presidente Lula, os índios irão protocolar uma cópia da carta nos ministérios de Minas e Energia e de Meio Ambiente, no Ministério Público Federal (MPF), na Fundação Nacional do Índio (Funai) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os índios reclamam da forma como o processo de licenciamento da obra foi conduzido. Eles dizem não ter sido ouvidos e se queixam de não receber as informações adequadas sobre os efeitos da construção da usina nas comunidades que vivem próximas das áreas que serão alagadas pelo lago da usina.

Segundo Agnelo Xavante, da Terra Indígena São Marcos, o povo xavante é contra a hidrelétrica por entender que ela acarretará diversos problemas para as comunidades indígenas, como a diminuição do volume das águas do Rio Xingu e a consequente diminuição do pescado.

“O governo tem que levar em consideração a posição dos índios”, disse Agnelo à Agência Brasil. “Também somos povo [brasileiro], mas o governo não consulta e não conversa com a gente, que não aceitamos não apenas a construção de Belo Monte, mas de nenhuma outra usina perto de terra indígena”, disse.

O representante dos kayapós, Poy Kayapós, afirmou que nenhuma das 15 etnias representadas no encontro em Piaraçu aceita a construção da usina. Segundo Poy, o início das obras poderá precipitar “uma guerra” na região.

“Não aceitamos Belo Monte e não vamos deixar que ela aconteça. Se o governo começar a obra, ele vai ter que se responsabilizar pelos funcionários porque vão acontecer brigas e até mortes. Vai haver uma guerra”, afirmou.

O leilão para a construção da usina está marcado para o próximo dia 21 de dezembro, mas ainda depende da autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) e da concessão, pelo Ibama, da licença ambiental prévia. Em outubro, a Funai emitiu um parecer favorável ao Estudo e Relatório de Impactos Ambientais (EIA/Rima) da usina sobre a sua influência no modo de vida dos indígenas da região.

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Governo quer estimular siderúrgicas a usar carvão de reflorestamento

3 de Novembro de 2009 - Luana Lourenço e Yara Aquino - Repórteres da Agência Brasil - Brasília - Uma das propostas do governo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa é fazer com que em oito anos as siderúrgicas passem a usar carvão vegetal de reflorestamento feito pelas próprias empresas. A ideia é convencer o setor das vantagens do chamado "aço verde", de acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Para estimular o setor siderúrgico a operar nesse modelo seria firmado um acordo para concessão de incentivos ao setor, sem a necessidade de leis, de acordo com a avaliação de ministros. O selo “aço verde” poderia representar inclusive um diferencial de competitividade no exterior, segundo Dilma.

“Seria muito mais no sentido de criar incentivos financeiros, incentivos de todas as formas, inclusive essa percepção de que [o produto] é competitivo lá fora. Um aço carimbado de verde tem outra característica”, afirmou Dilma.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, citou como exemplo o caso da Moratória da Soja para mostrar a viabilidade de um acordo com o setor de siderurgia. Com a moratória, assinada em 2007 e renovada duas vezes, as empresas se comprometeram a não comprar soja produzida em áreas desmatadas.

Segundo Minc, o compromisso tem dado bons resultados e isso também pode acontecer com o setor siderúrgico sem necessidade de leis. “Estamos muito avançados com a siderurgia para fechar um acordo de que em aproximadamente oito anos eles plantem todas as árvores que precisam para o carvão vegetal. Um acordo sem necessidade de lei”, disse Minc.

Os ministros falaram à imprensa após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da proposta brasileira a ser levada para a Conferência da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que ocorrerá em Copenhage, Dinamarca, em dezembro.

Além do setor siderúrgico, devem ser tomadas medidas nas áreas de energia, agropecuária e redução do desmatamento da Amazônia e de outros biomas para reduzir as emissões nacionais de gases do efeito estufa.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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