ESTUDO PROPÕE POLÍTICAS PÚBLICAS COM BASE EM PROJEÇÃO DE CENÁRIOS PARA 2020

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2009

26/11/2009 - O petróleo continuará sendo, num hipotético cenário locado em 2020, a principal referência para o planejamento de políticas públicas, continuando ainda como a principal “commodity” internacional, com reflexos num Estado com quase 46 milhões de habitantes, dos quais cerca de 70% encontram-se na “macrometrópole paulista”, que abrange os 102 municípios das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, e mais os aglomerados urbanos de Piracicaba-Limeira, São José dos Campos e Sorocaba-Jundiaí.

Estes são alguns dados do documento “Cenários Ambientais 2020” apresentado hoje, 26.11, pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA. O documento, disponível no site www.ambiente.sp.gov.br/cenarios2020, é um dos produtos do Projeto Ambiental Estratégico Cenários Ambientais, que faz parte das 21 prioridades do Governo do Estado na área de meio ambiente.

Segundo o secretário do meio ambiente, Xico Graziano, o “Cenários Ambientais 2020” tem a finalidade de promover a integração do planejamento e a inserção da temática ambiental, de forma transversal, na agenda pública do Estado. Na opinião de Graziano, o projeto tem o mérito de inovar a gestão pública ambiental, propondo medidas de médio e longo prazos dentro de um modelo de desenvolvimento sustentável. “O documento inaugura uma nova fase no planejamento ambiental do Estado, balizando as ações. O desafio, agora, é envolver as áreas do governo para que incorporem as informações disponíveis em suas práticas cotidianas”, disse o secretário.

Para Casemiro Tércio Carvalho, coordenador de Planejamento Ambiental, da SMA, que dirigiu a equipe responsável pela elaboração do trabalho, o Projeto Ambiental Estratégico Cenários Ambientais conduziu a prospecção de cenários com a finalidade de consolidar uma ferramenta de planejamento de políticas públicas, considerando os diversos fatores que pressionam o meio ambiente, impactam as atividades econômicas e, em consequência, afetam a qualidade de vida da população paulista. A elaboração do documento, explicou Tércio, demandou 18 meses de trabalho de uma equipe multidisciplinar, num trabalho participativo incluindo vários atores da sociedade, oferecendo um instrumento de planejamento para os tomadores de decisão a partir do cenário alvo que a SMA vislumbra para São Paulo.

Metodologia

O trabalho de prospecção baseou-se no Método Delphi que consiste, basicamente, na consulta a grupo de pessoas sobre uma série de questões, que são trabalhadas até obter-se a “convergência de opiniões”, ou o consenso. Neste projeto, 5.166 “respondentes” foram consultados sobre a probabilidade e importância dos eventos futuros ocorrerem até o ano de 2020. Além disso, mais de 200 especialistas, dos quais mais da metade constituída por pessoas com formação superior e 11% com doutorado, participaram do projeto.

Nos três primeiros capítulos do documento são apresentados os Cenários de Referência, Ideal e Alvo, na visão de um observador hipotético, no ano de 2020. O primeiro cenário é aquele que ocorrerá caso sejam mantidas as percepções atuais da evolução do presente. Matematicamente, é considerado o mais provável de ocorrer. O Cenário Ideal tem a função de estabelecer uma direção para o futuro a ser “perseguido” pelo Estado, bem como pela sociedade. Compete ao Cenário Alvo determinar o quanto será possível se aproximar do Cenário Ideal, considerando as limitações institucionais, econômicas e sociais existentes. Portanto, o Cenário Ideal representa a direção, enquanto o Alvo corresponde à intensidade do melhor futuro possível para o Estado.

No capítulo IV são relacionadas as propostas de políticas públicas que compõem o Cenário Alvo. No capítulo V encontra-se descrito o balanço ambiental, ou seja, a avaliação dos ganhos de qualidade obtidos no caso da concretização do Cenário Alvo em detrimento do Cenário de Referência. “Foram prospectados 28 temas, desde o preço do petróleo, cobertura vegetal, educação e outros, cujos dados foram analisados por um Comitê de Prospectiva”, explicou Tércio. O resultado traduz-se em cerca de 90 propostas a serem incorporadas no Plano Plurianual de Investimentos, que o Governo do Estado deverá definir.

“O próximo passo é articular com outros setores da administração estadual, como os de transporte, energia, educação e outros, e da iniciativa privada para a inclusão desta ferramenta em seu planejamento”, disse. Desta maneira, espera-se promover mudanças de postura e adoção de uma nova linha programática.

O documento

Depois dos levantamentos consolidados nos capítulos sobre os Cenários de Referência, Ideal e Alvo, o documento formula quase uma centena de propostas de políticas públicas, tratando de questões como a educação, defendendo a criação de escolas em tempo integral, com atividades extracurriculares para tratar, em outros, de temas ambientais. A valorização e capacitação contínua dos professores são consideradas pontos fundamentais para a melhoria do sistema educacional.

As propostas tratam também da criação de fundos de estímulo à economia verde, com recursos do Tesouro do Estado, “royalties” da exploração de óleo e gás, e outras fontes, considerando que tais recursos são fundamentais para alavancar o amadurecimento de setores, processos e produtos baseados nos princípios da economia verde. Outras propostas passam pelas questões energéticas, mudanças climáticas, planejamento regional, agricultura, logística de transporte, recursos naturais, habitação e outras.

No capítulo Balanço Socioambiental, são considerados os Cenários de Referência, Ideal e Alvo, a partir da realidade atual. Na questão do petróleo, por exemplo, o estudo parte do preço atual do barril da ordem de US$ 66, passando a US$ 80 em 2020, estabelecendo o mesmo valor como alvo e adotando-o também como o ideal.

No item educação básica, a conclusão, com base no Programa Internacional de Avaliação de Alunos, é de que a sua qualidade se situa entre os dez últimos lugares, com a perspectiva de que, em 2020, seja pior do que as 20 melhores avaliadas no mundo e de que o ideal seria a sua inclusão entre as 30 melhores. O alvo preconizado, no entanto, é de passe a figurar entre as 20 melhores avaliadas. Na questão da cobertura vegetal, a proporção de vegetação natural em propriedades rurais, hoje de 9%, passaria a 15% em 2020, quando o ideal seria de 20%. O alvo estabelecido é de 27%. Outros itens tratam de recursos hídricos, saneamento, habitação, transporte e outros.
Texto: Newton Miura Fotografia: Pedro Calado


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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