17/03/2010 - Surpresa.
Essa foi a primeira reação da equipe
de 16 técnicos em sensoriamento remoto contratados
pelo Instituto Florestal – IF, órgão
vinculado à Secretaria do Meio Ambiente –
SMA, para elaborar o novo inventário florestal
paulista, ao ter o resultado em mãos após
15 meses de trabalho. A cobertura vegetal do Estado
estava 886,3 mil hectares maior do que o último
levantamento, feito entre os anos de 2000 e 2001,
e passou a ocupar 17,3% do território paulista
ante os 13,9% de nove anos atrás. Este foi
o dado apresentado na tarde desta quarta-feira,
17.03, no auditório do IF.
O bom resultado se deve, principalmente,
ao fato do novo mapa de cobertura vegetal ter sido
produzido com imagens de satélites de alta
resolução, aumentando em quatro vezes
a possibilidade de observação das
florestas paulistas. Até 2001 o satélite
sino-brasileiro CBERS era a referência para
levantar estas áreas, agora foi substituído
pelo satélite japonês ALOS que permitiu
o alcance a detalhes inéditos. “As imagens
do CBERS são gratuitas e podem ser acessadas
por todo cidadão brasileiro, mas a visualização
das imagens é limitada e precisa ser especialista
para entendê-las”, explica Marcos Nalon, coordenador
do projeto. O técnico do IF detalha que o
satélite nacional não captava áreas
abaixo de dois hectares, já o ALOS permite
visualizar áreas a partir de 0,25 hectares,
mas para obter essas imagens é preciso pagar.
“O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
– tem um intercâmbio com o governo japonês
para fornecer as imagens desse satélite a
um preço abaixo do mercado para órgãos
públicos. Foi assim que conseguimos as imagens”,
diz Nalon.
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As imagens em melhor resolução
permitiram, inclusive, a descoberta de 184,5 mil
novos fragmentos florestais, o que representa 445,7
mil hectares de novas pequenas matas que não
eram possíveis ser vistas pelo outro satélite.
Segundo Nalon, poucos países no mundo possuem
um mapa tão detalhado. São Paulo é
o primeiro Estado brasileiro a ter imagens de satélite
nessa escala.
“Esse inventário é
uma fonte elevada de credibilidade para o trabalho
científico”, ressalta o secretário
do Meio Ambiente, Xico Graziano, que completa dizendo
que “agora vamos dar o uso devido a esse material”.
O inventário vai ajudar na fiscalização,
no rigor dos licenciamentos ambientais, no aperfeiçoamento
da legislação ambiental, bem como
no auxílio a programas de pesquisa como o
Biota/Fapesp – Programa de Pesquisas em Caracterização,
Conservação e Uso Sustentável
da Biodiversidade do Estado de São Paulo.
Da nova cobertura florestal identificada,
também foi possível perceber 94,9
mil hectares de áreas em regeneração,
sugerindo uma possível redução
do desmatamento no Estado de São Paulo. “Esse
levantamento nos ajuda a cumprir a nossa missão,
que é a de proteger as áreas conservadas.
Essa tecnologia mais moderna nos permite notar melhor
o Estado”, destaca Rodrigo Victor, diretor geral
do Instituto Florestal, lembrando que desde a década
de 60 o IF monitora a cobertura vegetal paulista.
Horto Florestal
Durante a cerimônia também
foi empossado o primeiro Conselho Consultivo do
Parque Estadual Alberto Löefgren, também
conhecido como Horto Florestal. O Horto, que é
o Parque Estadual mais visitado do Brasil, como
720 mil visitantes por ano, agora conta com 12 representantes
da sociedade civil e outros 12 do poder público
para debater e tomar decisões no que diz
respeito ao Parque e seu entorno.
Além disso, o Horto também
ganhou Plano de Manejo, documento técnico
que vai regularizar a visitação e
uso público do Parque. As decisões
do Conselho empossado deverão, necessariamente,
ser norteadas pelo Plano de Manejo. O secretário
Xico Graziano lembrou que há três anos,
quando assumiu a pasta de Meio Ambiente do Estado,
somente seis Unidades de Conservação
paulistas contavam com Plano de Manejo. Atualmente,
são 19 e até o final do ano serão
42, sem contar os 32 Planos de Manejo Espeleológicos
que serão entregues até o final desse
mês. Graziano também anunciou uma verba
de R$ 6,5 milhões, advindos de compensação
ambiental, para efetuar melhorias no Horto.
Texto: Evelyn Araripe Fotografia: José Jorge
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Recursos do FECOP garantem avanços
em Novo Horizonte e Borborema
19/03/2010 - “Ações
como essas provam que vamos conseguir”. Com essa
frase o secretário estadual do Meio Ambiente,
Xico Graziano, inaugurou dois importantes centros
de atividades ambientais, nessa quinta-feira, 18.03,
em Novo Horizonte: um Centro de Triagem de Resíduos
Sólidos e um Centro de Educação
Ambiental.
Novo Horizonte foi a segunda colocada
no ranking Município Verde Azul 2009 e, por
isso, teve prioridade para receber recursos do Fundo
Estadual de Controle da Poluição –
FECOP. Foram repassados à cidade R$ 350 mil
para a construção do galpão,
onde funcionará o centro, e a aquisição
de um novo caminhão, coletor e compactador,
para coleta seletiva.
O centro integra a infra-estrutura do Projeto Reciclar,
que existe há um ano e atende 14 trabalhadores
de baixa renda. O novo galpão é modelo,
com refeitório, escritório, banheiros
e projeto paisagístico. “Esse é o
primeiro centro de triagem modelo que nós
elaboramos e estamos implantando no Estado”, afirmou
Graziano. Para o prefeito Antônio Vila Real
a iniciativa é uma transformação.
“Isso aqui era um lixão. Hoje estamos reciclando
20% do nosso lixo. Vamos para 30% e nosso objetivo
é chegar aos 50%”, contou.
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Em Borborema, o secretário
assinou convênio com o prefeito Jorge Feres
Júnior, para o repasse de cerca de R$ 200
mil do FECOP para obras de ampliação
do Centro de Triagem de Resíduos Sólidos
da cidade, compra de equipamentos e um novo caminhão
de coleta seletiva. Com os recursos a prefeitura
vai ampliar o espaço do centro de triagem
em 371,2 m². Uma esteira para seleção
de matérias recicláveis será
comprada e um novo caminhão coletor/compactador
de lixo, para coleta seletiva, será adquirido.
O FECOP foi criado para financiar, apoiar e incentivar
a prevenção e o controle da poluição
no Estado, visando a melhoria das condições
ambientais dos municípios paulistas. De 2007
a 2010 foram repassados mais de R$53 milhões.
Criança Ecológica
Os municípios de Novo Horizonte e Borborema
também apresentaram grande avanço
na agenda da educação ambiental, com
a inauguração em ambas as cidades
de espaços do projeto Criança Ecológica,
da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA.
Em Novo Horizonte, foi inaugurado o Centro de Educação
Ambiental Walter de Biasi Filho. No local as crianças
aprendem sobre poluição, aquecimento
global, água, flora e fauna. O centro possui
um eco-quintal com orquidário, horta medicinal,
hidroponia e reaproveitamento de água da
chuva. “Tem muita gente que até hoje, por
teimosia, insiste em reconhecer os problemas ambientais.
Não percebe o mal que fizemos durante anos
e agora a natureza dá o troco. E, entre todas
as grandes tarefas que temos, a mais importante
é educar as nossas crianças, para
que cuidem da natureza e dos animais”, declarou
o secretário. O Centro leva o nome de Walter
de Biasi Filho, protetor da natureza e dos animais,
inspirando as ações ambientais da
cidade.
O prefeito de Borborema apresentou um balanço
da parceira, entre a Prefeitura e a SMA, no Projeto
Criança Ecológica. As duas escolas
da cidade participaram do projeto, que resultou
na implantação de coleta seletiva
nas escolas e criação de spots de
rádios com mensagens ecológicas divulgadas
na rádio de Borborema – Cultura FM. “São
frutos que começamos a colher. Esse ano oito
classes terão aulas de educação
ambiental transversal”, afirmou o prefeito. O secretário
Xico Graziano ficou admirado com os avanços.
“São essas ações, que envolvem
a educação das nossas crianças,
que nos garantem um futuro melhor. Por que passamos
muito tempo maltratando a natureza, agora temos
a chance de mudarmos e começarmos a melhorar”,
disse.
Texto: Lucas Campagna Fotografia: Pedro Calado
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Novos conselheiros do CRH são
eleitos
19/03/2010 - Representantes de
18 entidades da sociedade civil foram eleitos, em
18.03, membros titulares e suplentes do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos – CRH pelo
biênio 2010-2012. Das 40 entidades inscritas,
26 foram habilitadas, seis não compareceram
na eleição e duas não foram
eleitas. Cabe aos novos conselheiros discutir os
rumos da gestão dos recursos hídricos
juntamente com os representantes do governo estadual
e dos municípios.
Na categoria de usuários
industriais dos recursos hídricos foram eleitas
a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo – FIESP como titular
e o Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo – CIESP como suplente. A União da Indústria
de Cana-de-açúcar – UNICA e o Sindicato
da Indústria da Fabricação
de Álcool no Estado de São Paulo –
SIFAESP foram eleitos titular e suplente, respectivamente,
na categoria usuários agroindustriais.
Representando os usuários
agrícolas foram eleitas a Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de São
Paulo – FAESP como titular e a Associação
Brasileira de Criadores – ABC como suplente. Na
categoria de usuários do setor de energia
passa a ser titular e suplente a Associação
Brasileira de Concessionárias de Energia
Elétrica – ABCE.
A Associação Nacional
os Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE
e a Associação Brasileira das Concessionárias
Privadas de Serviços Públicos de Água
e Esgoto – ABCON foram eleitas representantes titulares
e suplentes dos usuários para abastecimento
público.
Como membros titulares da categoria
associações especializadas, sindicatos
ou organizações de trabalhadores e
entidades associativas de profissionais de nível
superior relacionadas a recursos hídricos,
foram eleitas a Associação Brasileira
de Engenharia Sanitária – ABES, Associação
Brasileira de Águas Subterrâneas –
ABAS e Associação Brasileira de Recursos
Hídricos – ABRH. Os suplentes são
a Associação Brasileira de Geologia
de Engenharia e Ambiental – ABGE, Fundação
de Apoio à Pesquisa Agrícola – FUNDAG
e Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto
e Meio Ambiente – SINTAEMA.
A Comissão de Defesa da
Preservação da Espécie e do
Meio Ambiente – CDPEMA e a Fundação
SOS Mata Atlântica foram eleitas titulares
da categoria entidades ambientalistas e de defesa
de interesses difusos. O suplente é o Conselho
Nacional de Defesa Ambiental – CNDA.