RECIFES ARTIFICIAIS AJUDAM NA SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES MARINHA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2010

Divulgação/MCT - Recifes artificiais prontos para serem lançados ao mar. 22/04/2010 - Uma iniciativa inédita no Paraná é apontada como esperança para aumentar a produtividade pesqueira e dinamizar a economia nas regiões costeiras. Isso com a implantação, desde fevereiro último, do Programa Recuperação da Biodiversidade Martinha (Rebimar). Trata-se do projeto de implantação de recifes artificiais custeado pelo governo do estado e executado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre outros parceiros.

A ideia surgiu na década passada, diante da preocupação da comunidade pesqueira do litoral paranaense com a redução dos estoques de pescado. A questão foi levada ao professor Frederico Brandini, da UFPR, em busca de uma solução para o problema. Os pescadores argumentavam que a atividade desempenhada de forma industrial associada a diminuição dos recursos pesqueiros estariam prejudicando a pesca artesanal.

A proposta de utilização dos recifes artificiais, ferramenta implantada internacionalmente, teve como referência o projeto Recifes Artificiais Marinhos (RAM), financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que, entre 1998 e 2002, instalou cerca de duas mil estruturas de recifes artificiais no litoral paranaense em nível experimental.

“Os resultados foram promissores. Mostraram efetivamente que algumas áreas ficaram protegidas da pesca industrial e também aumentou a diversidade e a quantidade de recursos pesqueiros, além de dinamizar a economia local”, afirma o coordenador atual do projeto Rebimar, Cláudio Natividade. O projeto prevê o lançamento ao longo de um ano de 120 recifes artificiais no litoral de pontal do estado.

As estruturas simulam o ambiente dos recifes de coral e servem de moradia de peixes e outras espécies marinhas. Os recifes de coral costumam ser chamados de "as florestas tropicais do mar". Eles oferecem habitação, alimento e proteção contra predadores para uma enorme variedade de plantas e animais; dentre eles, os moluscos, os crustáceos, as lagostas e até os peixes.

Os recifes artificiais são estruturas geralmente de concreto, instaladas no fundo do mar para serem colonizadas pela comunidade biológica marinha, da mesma forma que ocorre em pilares de piers, colunas e fundações de plataforma de petróleo, cascos de navios e estruturas de rocha natural. As peças artificiais utilizados no Rebimar foram projetadas para atrair peixes para a procriação e maximizar o recrutamento larval, por isso são chamados de recifes de recrutamento larval (RRL). A superfície é plana e rugosa, para facilitar a fixação de organismos marinhos.

De acordo com Cláudio Natividade, o processo foi iniciado, em 2003, e levou cinco anos para ser colocado em prática em função da complexidade. “De lá para cá, foram trabalhadas as questões como licenciamento ambiental, processo de participação pública e o desenvolvimento de características técnicas, tecnológicas e logísticas”, acrescenta o pesquisador.

Inicialmente a colocação dos recifes artificiais estava prevista para dezembro de 2008, mas na época a operação foi cancelada devido às condições meteorológicas desfavoráveis. Além desse aspecto, o período de espera de 14 meses para a retomada da operação também envolveu uma questão logística: a escolha de outra embarcação para transportar os blocos, com a necessidade de adaptação de uma nova infraestrutura, já que cada recife pesa cerca de 100 quilos.

Na costa de Pontal do Paraná, foram 10 pontos de instalação. A escolha dos locais foi definida em reuniões públicas, com a participação dos pescadores da região. Segundo Natividade, o projeto tem despertado o interesse de várias regiões do País. “É preciso lembrar que uma ação complexa como essa deve envolver instituições de caráter permanente, para que possam ter continuidade”, pondera.

O programa é financiado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e executado por meio de uma parceria entre o Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR e a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar). O Rebimar também recebe o apoio das associações de pescadores das localidades envolvidas no projeto e da Associação MarBrasil, organização não-governamental sediada no balneário de Pontal do Sul.

Pioneiro

O Rebimar é o primeiro projeto de recifes artificiais licenciado no País e atende rigorosamente aos requisitos estabelecidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na instrução normativa nº 125, de 18 de outubro de 2006.

No Brasil, iniciativas com habitats artificiais são recentes, porém as grandes demandas regionais na resolução de conflitos no ambiente marinho e no incremento da produção pesqueira têm aumentado o interesse de diversos setores na utilização desta técnica.

Como no País o processo ainda é incipiente, o projeto do litoral paranaense, que começou em 2005, aguardou três anos até obter o licenciamento.
Com informações da Universidade Federal do Paraná (UFPR)


 


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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