DESASTRE DA BP: DANO INCALCULÁVEL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2010

3 mai 2010 - Óleo não para de vazar no Golfo do México e deixa governo americano incapaz de medir o alcance e o impacto do acidente. Greenpeace cobra moratória de exploração em alto mar.

Doze dias depois do início de um derramamento de óleo no Golfo do México que não dá sinais de arrefecimento, o governo americano sinalizou claramente que não faz a menor ideia sobre qual é a extensão do acidente. Não há posição oficial sobre o tamanho da mancha, a proporção do vazamento, nem os meios mais eficazes de estancá-lo. O comandante da Guarda Costeira Thad Allen em entrevista à rede de televisão CNN, reconheceu que a impossibilidade de mensurar o problema só o torna mais complexo.

Apesar das dúvidas, há pelo menos uma certeza. O acidente com a plataforma de petróleo da British Petroleum no Golfo do México é grande e suas consequências provevelmente serão devastadoras para a biodiversidade e para as economias de estados americanos em cujos litorais o óleo começa a chegar . O presidente Barack Obama, depois de visitar a região, qualificou o derramamento como “potencialmente sem precedentes”. O Greenpeace pediu o fim da exploração de petróleo em alto mar.

Passados mais dois dias de vazamento, as estimativas são de que a mancha teria mais que triplicado de quantidade - de 3 mil quilômetros quadrados no fim da sexta-feira, dia 30, a quase 10 mil quilômetros quadrados, de acordo com imagens de satélites europeus. Dependendo de ventos e maré, o óleo rumará em direção à costa do Alabama e da Flórida .

O acidente acontece um mês depois de Obama ter dado aval para a expansão de projetos de exploração em alto mar, com a justificativa de que as plataformas hoje estariam seguras e não causariam vazamentos. Os projetos estão agora suspensos, aguardando o fim das investigações sobre as causas do desastre.

“Á pergunta sobre se o que está sendo feito é suficiente, a resposta é que não há ‘suficiente’. Tudo está fora do controle. Não podemos remediar este acidente, apenas evitar que outros ocorram”, afirmou Mark Floegel, Diretor de Pesquisa do Greenpeace. “Precisamos que o presidente Obama tome posturas mais radicais para evitar que novos desastres aconteçam. O anúncio de que as operações ficarão suspensas é pouco. Queremos uma moratória completa de exploração de petróleo em alto mar nos Estados Unidos”, disse Mark.

+ Mais

Mãos lavadas em óleo

11 mai 2010 - Em audiência no Senado americano, as empresas envolvidas no vazamento de petróleo no Golfo do México passam a culpa adiante, enquanto mancha avança pelo litoral.

Dedos em riste apontam uns para os outros, na sequência desastrosa do acidente com a plataforma Deepwater Horizon. Reunidos em audiência no Senado americano com o Comitê de Energia e Recursos Naturais, representantes das empresas BP, concessionária do poço, Transocean, dona da plataforma e Halliburton, contratada para cimentar o buraco, empurraram adiante a responsabilidade pelo vazamento.

A BP questiona a Transocean sobre o porquê do equipamento de prevenção de explosões não ter funcionado. A Transocean, por sua vez, garante que a culpa só pode ser da Halliburton, uma vez que a explosão aconteceu depois do poço já ter sido perfurado e cimentado. Em sua defesa, a Halliburton garante que a colocação do cimento foi feita de acordo com o pedido pela Transocean e que, no fim das contas, o erro é do planejamento da plataforma.

Nenhum dos executivos das empresas soube precisar o que vinha sendo feito em termos de pesquisa e desenvolvimento para maior segurança contra vazamentos. E, quando perguntados por que nunca haviam realizado testes com torres de contenção submarinas, que poderiam ter evitado o vazamento, argumentaram que este tipo de acidente sempre aconteceu na superfície.

Lamar McKay, presidente da BP, garantiu que todos os gastos ‘legítimos’ serão pagos, mas não deixou claro o que entende por legítimos. McKay disse ainda que um acidente desta proporção seria “extremamente difícil de prever” e que a empresa havia aprendido com esta lição. Indignado, um dos senadores presentes, Bob Menendez, resumiu a querela: “Não é necessário ser tão inteligente para concluir que não existe nada que seja tão seguro que não possa vazar”, disse.

O jornal The New York Times fez a cobertura da audiência.

O brasileiro André Muggiati, da equipe do Greenpeace, está na Louisiana e vem acompanhando o processo de limpeza da costa e os bastidores da mancha. Em seu primeiro relato, Muggiati contra sobre sua expedição de barco, quando foi surpreendido por funcionários da BP que impediram a equipe e os jornalistas de fazer imagens.

Acompanhado de Rick Steiner, especialista que trabalhou no vazamento da plataforma Exxon Valdez há 20 anos, André registrou a chegada do óleo nos mangues do delta do Rio Mississipi. A previsão é de que muito mais óleo ainda venha a alcançar a região, com danos irreversíveis para a fauna e flora.

No segundo dia, as primeiras mortes de animais marinhos e uma reunião a portas fechadas com representantes da agência de proteção ambiental. Leia aqui.

A imagem abaixo, retirada do programa Google Earth, simula a extensão da mancha de óleo se o vazamento tivesse ocorrido em mares brasileiros. Vemos que o óleo cobriria boa parte do litoral paulista e todo a Grande São Paulo. Através do site, é possível escolher qualquer cidade do mundo e realizar a simulação.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
VEJA
NOTÍCIAS AMBIENTAIS
DIVERSAS
Acesse notícias variadas e matérias exclusivas sobre diversos assuntos socioambientais.

 
 
 
 
Conheça
Conteúdo
Participe
     
Veja as perguntas frequentes sobre a Agência Ecologia e como você pode navegar pelo nosso conteúdo.
Veja o que você encontrará no acervo da Agência Ecologia. Acesse matérias, artigos e muito mais.
Veja como você pode participar da manutenção da Agência Ecologia e da produção de conteúdo socioambiental gratuito.
             
 
 

 

 

 

 
 
 
 
 
     
ACESSE O UNIVERSO AMBIENTAL
DE NOTÍCIAS
Veja o acervo de notícias e matérias especiais sobre diversos temas ambientais.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça nosso compromisso com o jornalismo socioambiental independente. Veja as regras de utilização das informações.
Entre em contato com a Agência Ecologia. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
A Agência Ecologia disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 45 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
Agência Ecologia
     
DESTAQUES EXPLORE +
SIGA-NOS
 

 

 
Agência Ecologia
Biodiversidade Notícias Socioambientais
Florestas Universo Ambiental
Avifauna Sobre Nós
Oceano Busca na Plataforma
Heimdall Contato
Odin Thor
  Loki
   
 
Direitos reservados. Agência Ecologia 2024-2025. Agência Ambiental Pick-upau 1999-2025.