PALAVRAS DESARMAM MENTIRA NUCLEAR

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2010

Notícia - 10 mai 2010 - Um embate de palavras entre representantes do setor nuclear e do Greenpeace acirrou ânimos na Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal.

Em uma audiência pública na semana passada, requerida pelo deputado Edson Duarte (PV-BA) para debater a instalação de usinas nucleares no nordeste, o Greenpeace desarmou o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, e o diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Laércio Vinhas, com argumentos contundentes contra essa fonte.

O coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace, André Amaral, incomodou os representantes do Cnen e da Eletronuclear, que tiveram suas defesas desmontadas com dados. Amaral mostrou que a energia nuclear não só é cara e insegura como também é uma relevante emissora de CO2, um dos principais gases do efeito estufa, que levam ao aquecimento global.

Enquanto uma turbina eólica gera no máximo 30 gramas de CO2 por kilowatt/hora, a emissão de uma usina nuclear pode chegar até 400 gramas por kilowatt/hora. Amaral ainda mostrou que o argumento econômico é favorável à energia eólica, que custa R$ 150 por megawatt/hora – o custo da energia nuclear, por sua vez, é de R$ 240 megawatt/hora.

Além dos argumentos científicos, Amaral também escancarou a falta de transparência que a indústria nuclear brasileira prega com tanto afinco e reclamou da proibição ao acesso da população a documentos relacionados ao assunto. "Tudo que tem relação com energia nuclear não tem transparência", disse Amaral.

Irritado, Pinheiro da Silva rebateu a crítica com um ataque inócuo e desinformado. O presidente da Eletronuclear acusou o Greenpeace de não expor quem são seus financiadores. Com um compromisso ético com a sociedade e colaboradores, a verdade é que não só o Greenpeace publica anualmente os recebimentos e gastos da instituição no site como também conta com uma auditoria para certificar os números.

Assim como Amaral, o deputado Edson Duarte também lamentou a falta de transparência do setor nuclear. "Temos dificuldades em conseguir informações. Isso muitas vezes nos impede de dar respostas às dúvidas da população." Para o deputado, a obscuridade do setor nuclear atinge inclusive o Cnen – órgão que deveria ser um canal importante da sociedade com o setor. "Como considerar o Cnen uma comissão nacional se ele possui apenas um representante da sociedade civil, que ainda por cima é indicado pelo governo?", questionou Duarte. "Não podemos ser negligentes na questão nuclear. Isso poderá ter um preço muito alto. É uma área em que não temos o direito de errar."

Jogo político
Como não poderia deixar de ser, o forte lobby do setor nuclear deu o ar da graça na audiência. Durante parte da sessão, o chefe de gabinete da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, ficou ao lado do ex-líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), soprando comentários que minutos mais tarde ditariam o tom do discurso do deputado.

A vida por um fio

Notícia - 11 mai 2010 - Relatório da ONU mostra que governos falharam na proteção da biodiversidade; espécies correm risco de extinção em todo o planeta

O Terceiro Panorama Global da Convenção da Biodiversidade (CBD), avaliação sobre o estado de conservação da ONU lançada ontem, mostra que os países signatários fracassaram em honrar o compromisso de salvar as espécies do mundo.

Em 2002, líderes globais se comprometeram a reduzir os índices de perda de biodiversidade em todo o mundo até 2010. Hoje, oito anos depois, um apocalipse ambiental começa a mostrar suas caras. Em 2006, a quantidade de espécies de vertebrados era um terço do número registrado em 1970. Mais de um quarto das espécies vegetais está sob perigo de extinção. E o ritmo não dá sinais de cansaço.

A Convenção da Biodiversidade da ONU trata da proteção da diversidade biológica. Mas proteção é o que menos se vê por aí. Segundo o documento, os habitats estão cada vez mais degradados, tanto em extensão quanto em integridade, e espécies que já estavam ameaçadas estão mais perto do fim. “A CBD deveria ser chamada de Convenção da Vida: é a vida de todas as espécies, inclusive da humana, que está em debate. O fracasso das metas mostra que não temos mais tempo a perder”, afirma Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.

As tradicionais ameaças às florestas tropicais persistem: o gado e as plantações destinadas à produção de alimentos e biodiesel provocam o desmatamento em larga escala. “Os principais agentes da perda da biodiversidade em escala global estão, eles sim, 'protegidos' por políticos e governos”, diz Adario. “É o caso do Brasil onde a bancada da motosserra conspira para mudar o código florestal e reduzir a política de proteção ambiental que o país levou anos para construir”. No mundo, houve significativa diminuição da perda de florestas tropicais e de manguezais e a criação de áreas protegidas, mas não em escala suficiente para garantir a preservação de espécies ameaçadas.

Há muito a fazer. A iminente perda drástica de biodiversidade pode causar efeitos em cadeia. Na Amazônia, por exemplo, a soma do desmatamento e das queimadas, aliada às mudanças climáticas, pode levar toda a floresta a uma morte generalizada, em um círculo vicioso de incêndios e secas.

No quadro revelado pela CBD, a humanidade demonstra operar na contramão da sua própria existência. A biodiversidade sustenta o funcionamento dos ecossistemas, que prestam serviços à sociedade. “Falar de biodiversidade não é falar de ‘bichinhos’ ou de ‘plantinhas’, mas da vida neste planeta azul. Para interrompermos essa perda, precisamos de ação imediata, e não de palavras bonitas”, explica o diretor.

O Greenpeace defende a formação de uma rede global de áreas protegidas – terrestres e marinhas – e políticas nacionais coerentes com a proteção da vida. Essas áreas protegidas servem também de proteção ao clima, já que a destruição do patrimônio ambiental, principalmente das florestas, tem grande peso no aumento das emissões de gases que geram aquecimento global.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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