PROCEDIMENTO APROVADO PELA CETESB PERMITE DESTINAR RESÍDUOS DE APARAS DE COURO PARA ATERROS DE RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2010

26/05/2010
Uma importante reivindicação do setor de couros e calçados foi atendida, no último dia 11.05, com a aprovação, pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, do documento “Procedimento de Gerenciamento de Resíduos de Aparas de Couro e de Pó de Rebaixadeira oriundos do curtimento ao cromo”. A decisão, viabilizada após as discussões técnicas e trabalhos de pesquisa desenvolvidos no âmbito da Câmara Ambiental da Indústria de Couros, Peles, Assemelhados e Calçados, permite a partir de agora o encaminhamento desses resíduos, originados do processo produtivo de couros e calçados, para aterros de resíduos não perigosos, desde que, entre outras condições, sejam caracterizados como não perigosos. A Decisão de Diretoria – DD – n° 145/2010/P foi publicada em Diário Oficial do Estado de São Paulo em 13.05 e está disponibilizada no site da CETESB.

Francisco Setti, gerente da Agência Ambiental de Franca da CETESB e secretário executivo da Câmara Ambiental da Indústria de Couros, Peles, Assemelhados e Calçados, ressaltou a importância das novas diretrizes aprovadas, lembrando que apenas na região de Franca são gerados, aproximadamente, 100 toneladas por dia de resíduos de aparas e retalhos de couro, o dobro do produzido na região de Bauru, com 50 toneladas por dia. “Estes resíduos eram dispostos de forma indevida e desordenada, em vários locais, ocasionando muitos passivos ambientais. A aprovação deste documento oferece subsídios para o gerenciamento adequado, propiciando a destinação alternativa e ambientalmente segura, atendendo, desta forma, os anseios de todos os setores envolvidos", afirmou Setti.

O presidente da Associação dos Manufatores de Couros e Afins – AMCOA, de Franca, César Figueiredo de Mello, que também preside a Câmara Ambiental do setor, instalada pela CETESB em 1998, explicou que a possibilidade de destinar os resíduos para aterros de Classe II - destinados a resíduos não perigosos e não inertes -, era uma reivindicação antiga, originada a partir da edição da norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, NBR 10.004:2004, que classifica os resíduos de aparas de couro e de pó de rebaixadeira como perigosos. Por isso, ele fez questão de elogiar a participação das engenheiras da CETESB Elvira Strauss, aposentada, e Gabriela Nenna Ferraresi, do Setor de Avaliação de Sistemas de Tratamento de Resíduos, que percebendo a necessidade de viabilizar alternativa de destinação final técnica e ambientalmente segura dos resíduos, deram contribuições essenciais no grupo de trabalho formado no âmbito da Câmara Ambiental, para desenvolver o documento, elaborado a partir de extensa revisão da literatura do comportamento ambiental do cromo, entre outras fontes.

Por sua vez, Gabriela Ferraresi enfatizou que a elaboração do procedimento ocorreu com base em “informações do comportamento ambiental do cromo trivalente e hexavalente, das formas de gerenciamento atualmente adotadas para os resíduos de aparas de couro e pó de rebaixadeira pela EPA (agência de proteção ambiental dos EUA) e a operação dos aterros de resíduos não perigosos, com minimização da geração e acumulação de chorume e conseqüentemente limitação da migração de poluentes no solo e águas subterrâneas. Além disso, neste procedimento também foram estabelecidos os critérios para reclassificação destes resíduos como não perigosos. Trata-se de uma alternativa ambientalmente adequada e menos onerosa para a destinação final destes resíduos”.

Zoraide Senden Carnicel, gerente da Divisão de Coordenação de Câmaras Ambientais da CETESB, reforça que “a expectativa da proposta é de viabilizar o gerenciamento e a disposição adequada dos resíduos em questão, obtendo ganho ambiental com a eliminação de disposições aleatórias desses resíduos, em função, muitas vezes, do custo elevado de transporte e destinação final, face à classificação do resíduo como perigoso, bem como contribuir no processo de fiscalização, licenciamento e gerenciamento desenvolvido pela CETESB”.

Condicionantes

Conforme o documento aprovado pela CETESB, “entende-se que, no Estado de São Paulo, os resíduos de aparas de couro e de pó de rebaixadeira oriundos do curtimento ao cromo podem ser gerenciados como resíduos não perigosos e serem destinados a aterros de resíduos não perigosos, desde que: os resíduos de aparas de couro e de pó de rebaixadeira sejam devidamente segregados de outros resíduos, cujas características indiquem o seu gerenciamento como resíduos perigosos, tais como os lodos contendo cromo oriundos do sistema de tratamento dos efluentes do curtimento ao cromo; a caracterização dos resíduos de aparas de couro e pó de rebaixadeira indiquem, para estes resíduos, teores de cromo hexavalente inferiores a 1,0 mg/kg; o aterro para destinação final destes resíduos seja devidamente licenciado pela CETESB, para o recebimento de resíduos não perigosos. Caso as condições anteriormente citadas não sejam atendidas, os resíduos de aparas de couro e pó de rebaixadeira devem ser gerenciados como resíduos perigosos.

Detentor de um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, o Brasil também ocupa lugar de destaque na produção mundial de couros: 5º produtor de couros bovinos, atrás dos EUA, Rússia, Índia e Argentina, com cerca de 33 milhões de couros, representando 10 a 11% da produção mundial. A indústria brasileira de couro possui cerca de 450 curtumes. De um modo geral, a cadeia coureiro-calçadista é de extrema importância na economia brasileira, não só pelo volume de exportações, mas também pela geração de empregos (em torno de 550 mil). Dentro do Estado de São Paulo, se concentram cerca de 20% do total nacional de empresas do setor. As regiões de Franca, Araçatuba, Jaú e Birigui formam, juntas, o maior polo calçadista do Estado.
Texto: Mario Senaga
Foto: Câmaras Ambientais

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CETESB vai pesquisar patogênicos em 12 praias do litoral paulista

27/05/2010
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB vai realizar no segundo semestre uma nova campanha de monitoramento de organismos patogênicos em quatro praias no Litoral Norte e oito na Baixada Santista, cujas condições de balneabilidade apresentam-se sistematicamente impróprias. A medida atende a uma recomendação da Resolução 274, de 29 de novembro de 2000, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

Esta é a segunda campanha programada pela CETESB com essa finalidade. A primeira ocorreu no final da década passada. As praias a serem monitoradas este ano são as seguintes: Litoral Norte – Itaguá, em Ubatuba, Prainha, em Caraguatatuba, Porto Novo, em São Sebastião, e Itaguaçu, em Ilhabela e na Baixada Santista – Colônia SESC, em Bertioga, Pitangueiras, no Guarujá, Ponta da Praia, em Santos, Gonzaguinha, em São Vicente, Vila Caiçara, na Praia Grande, Central, em Mongaguá, Centro, em Itanhaém, e Peruíbe (Avenida São João), em Peruíbe.

Os microrganismos patogênicos que serão pesquisados são a Giárdia, Cryptosporidium, Salmonella e enterovírus. O projeto foi objeto, em 26.05, de uma reunião com representantes da Secretaria Estadual da Saúde, entre eles, a diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar – DDTHA, do Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE, da Secretaria Estadual da Saúde, Maria Bernadete de Paula Eduardo, que fez uma apresentação sobre o surto de norovírus ocorrido no último verão na Baixada Santista.

A reunião contou, entre outras, com a participação de Elayse Maria Hachich, gerente do Setor de Microbiologia e Parasitologia, e Claudia Lamparelli, gerente do Setor de Águas Superficiais, que são as áreas da CETESB envolvidas no projeto. Estiveram presentes, ainda, Maria Inês Zanoli Sato, gerente do Departamento de Análises Ambientais, Meron Petro Zajac, assessor da Diretoria de Tecnologia, Qualidade e Avaliação Ambiental, e outros técnicos.
O norovírus foi o principal agente identificado no surto em que foram registrados 698 casos na virada do ano, no Município de Guarujá, causando náuseas, vômitos, diarréias e outros sintomas. A principal forma de transmissão desse organismo é pela água e alimentos, mas pode ocorrer também por via aérea.
Texto: Newton Miura
Foto: Pedro Calado

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Prefeituras discutem em Valinhos a municipalização do licenciamento ambiental

26/05/2010
As prefeituras paulistas que já realizam o licenciamento ambiental estarão reunidas, entre os dias 22 e 24 de junho, na cidade de Valinhos, trocando experiências e procurando estimular os municípios que estão negociando convênios com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB a oficializarem os acordos, o que assegurará maior agilidade de resposta aos pedidos de licenciamento de empreendimentos de baixo impacto local.

Os processos de negociação com as prefeituras estão avançando. Dos 645 municípios do Estado, 22 já assinaram convênios com a CETESB. Lins, Itaquaquecetuba, Araraquara, Bertioga, Campinas, Guarulhos, Presidente Bernardes, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, São Carlos, São Vicente, Tatuí e Valinhos já começaram a emitir licenças. O município de Lorena licenciará a partir de 1º de junho próximo.

Outros, como Descalvado, Franca, Indaiatuba, Mogi Mirim, Itatiba, Louveira, Hortolândia, Santana do Parnaíba, Cajamar, Caraguatatuba, Piracicaba, Osvaldo Cruz, Atibaia, São José do Rio Preto e Olímpia, em breve devem formalizar os convênios.

O processo de municipalização do licenciamento foi iniciado, em São Paulo, com a promulgação do decreto nº 47.397, de 2002, mas teve maior impulso nos últimos quatro anos, a partir do lançamento do projeto estratégico Licenciamento Unificado, que ampliou o número de agências da CETESB no território paulista, criou uma única porta de entrada para os pedidos de licenciamento, ao mesmo tempo em que passou a estimular os municípios à assumirem esta atividade, através de um processo negociado entre as prefeituras e a agência ambiental, envolvendo transferência de tecnologia, com sistemas de informações e procedimentos voltados ao licenciamento.

O encontro com as prefeituras acontecerá no Hotel Fonte Santa Tereza, em Valinhos, à Rua Doze de Outubro, 650, Vila Santana. Estão previstas palestras sobre a organização do SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente; sobre a estruturação da gestão ambiental compartilhada em São Paulo; e as práticas dos municípios que já praticam o licenciamento ambiental. Também serão realizados cursos sobre procedimentos para definição de Áreas de Preservação Permanente – APP, de topo de morro e para controle de fumaça preta emitida por veículos diesel.
Texto: Renato Alonso


 

Fonte: Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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