CIB: MUITO SEGREDO POR NADA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2010

23 jun 2010
Dois dias de reuniões fechadas e países do Comitê Internacional da Baleia não chegam a nenhum acordo. Encontro anual ameaça terminar em fiasco para os animais.

Barco do Greenpece tenta evitar que baleia da espécie Minke seja arrastada para dentro de barco pesqueiro japonês.
A previsão para o encontro anual do Comitê Internacional da Baleia (CIB), este ano em Agadir, no Marrocos, é de iminente fracasso. Após dois dias de reuniões a portas fechadas, nas quais absolutamente nada foi decidido, os representantes dos 89 países membros do comitê já cogitam deixar para o ano que vem o destino de cachalotes, baleias-fin e azuis, caçadas sem piedade por Japão, Noruega e Islândia.

Na mesa de discussão está um acordo proposto em maio deste ano por um grupo de estudos dentro da própria CIB, que estipula cotas de caça comercial de baleia para os três países, com a promessa de gradativa diminuição dos valores nos próximos dez anos. A proposta quebra uma moratória de caça estipulada há 24 anos pela CIB.

Mesmo com 2600 animais dentro da cota do arpão, Japão, Noruega e Islândia continuam insatisfeitos com a possibilidade de colocar um ponto final ao seu programa baleeiro em um período estimado de tempo. Graças a uma brecha na regulação da Moratória, os três países empreendem uma matança de cerca de mil indivíduos por ano, sob o rótulo de caça científica.

A verdade, no entanto, passa longe da ciência. No Japão, os navios de pesquisa usam a carne das baleias como insumo de contrabando e enriquecimento ilícito, em um processo que envolve o governo e os órgãos reguladores de pesquisa. Dois ativistas do Greenpeace, Junichi Sato e Toru Suzuki, denunciaram o esquema ilegal e, há dois anos, enfrentam um processo penal inescrupuloso no país.

Os escândalos não param por aí. O Japão esteve recentemente sob os holofotes da mídia internacional por suborno e compra de votos de países dentro da CIB como tentativa de barrar qualquer acordo. Apesar de tantas denúncias, a estratégia parece ter dado certo. O encontro anual, além de ringue entre países que consideram que a CIB é um comitê regulador do comércio e aqueles que acham que deve se tornar um órgão conservacionista, pouco teve a acrescentar em favor dos animais.

“Se adiarem os acordos para a outra reunião, teremos mais um ano de sangue de baleia derramado por Japão, Noruega e Islândia. Os governantes presentes na CIB deveriam estar envergonhados de reunirem-se a portas fechadas para esconder as mesmas chantagens e negociatas que condenam há anos o futuro de cetáceos no mundo”, diz Junichi Sato.

Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos no Brasil, afirma que a única cota que o Greenpeace aceita é a zero: “Apesar da redução, nós consideramos a Antártica um local de preservação de baleias, destinado apenas para a paz e a ciência.” diz. “O Greenpeace é contra qualquer cota de caça comercial de baleias no Santuário de Baleias Antártico, criado em 1994 pela própria CIB com o objetivo de proteger as espécies”, conclui.

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Bife com tempero de floresta

Notícia - 1 jun 2010
Ministério Público Federal lança campanha de alerta para os consumidores: o gado que chega à sua casa pode estar botando abaixo a Amazônia.

zoom Reprodução do site da campanha Carne Legal, capitaneada pelo Ministério Público Federal.
Você sabe a origem da carne que está na sua mesa? Esse é o mote da campanha que o Ministério Público Federal lança nacionalmente, nesta terça-feira. Com material para TV, rádio e impresso, o órgão pretende incentivar o consumidor a cobrar informações sobre o produto que compra nos supermercados. Mesmo com alguns passos positivos que deu nos últimos meses, a cadeia brasileira da pecuária ainda está recheada de ilegalidades.

A campanha Carne Legal nasceu de uma parceria do MPF com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e com a agência Repórter Brasil. A proposta é mostrar que a carne consumida por todo o país pode estar manchada com o emprego de trabalho escravo, lavagem de dinheiro e desmatamento ilegal da Amazônia.

O alerta chega um ano depois que o Greenpeace lançou o relatório “Farra do Boi”, apontando o envolvimento de frigoríficos, supermercados e fazendas na devastação da floresta. À época, o Ministério Público entrou em campo e sua pressão na Justiça resultou em bilhões de reais em multas distribuídas para fazendeiros e frigoríficos.

As denúncias atravessaram o oceano, os consumidores passaram a cobrar e grandes redes de supermercado acabaram se comprometendo com o fim do desmatamento. Dali em diante, só comprariam dos frigoríficos que dessem alguma comprovação de que seus produtos não vinham de áreas devastadas. Dos cerca de 700 mil quilômetros quadrados de floresta que já foram para o chão na Amazônia, 80% foram ocupados por gado.

Diante desses dados, o Greenpeace defende o desmatamento zero na região daqui para frente. “No mundo inteiro, as pessoas não admitem mais pagar por um produto que causou destruição. Se as empresas quiserem sobreviver, terão que se adaptar a isso, eliminando o desmatamento de sua cadeia de produção”, afirma Marcio Astrini, da Campanha da Amazônia do Greenpeace. Ele ressalta que só assim o Brasil poderá enfrentar os compromissos que assumiu mundialmente em favor do clima. “O fim do desmatamento é a maneira mais rápida e barata de o país contribuir para o combate ao aquecimento global”.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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