ESPECIALISTA DIZ QUE MUDANÇAS NO CÓDIGO
FLORESTAL PODEM SER DESASTRE PARA CAPITAL PAULISTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2010

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A proposta de alteração do Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional, pode ser um “desastre” para a expansão urbana de São Paulo, avaliou hoje (15) o pesquisador do Instituto de Pesquisas Espaciais, Carlos Nobre, que participou de um debate durante o lançamento do estudo Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo.

Na semana passada, o relatório propondo modificações no Código Florestal foi apresentado pelo relator da comissão especial criada na Câmara dos Deputados para discutir o assunto, deputado Aldo Rebelo (PC doB-SP). Entre as mudanças propostas pelo relator estão a atribuição de mais autonomia aos estados para legislar sobre meio ambiente e a retirada da obrigatoriedade de reserva legal (fração destinada à preservação ambiental) em pequenas propriedades. A votação da reforma do Código Florestal na comissão especial estava marcada para hoje (15), mas foi adiada para a próxima segunda-feira (21).

Para Nobre, caso a cidade cresça respeitando a legislação atual, o risco de que as novas ocupações sofram com inundações e deslizamentos é pequeno. Entretanto, caso a expansão urbana aconteça de acordo com as mudanças que estão sendo propostas, haverá um grande risco à população. “Se em todas essas áreas de maior risco, declividade, topo de morro, áreas muito íngremes, matas ciliares, onde a cidade não chegou ainda, se o código for respeitado, o risco da ocupação diminui muito. Se isso legalmente mudar, é um convite à ocupação absurda”, considerou Nobre.

Para o pesquisador, não há necessidade de modificar a legislação para aumentar a produtividade da agricultura brasileira. “Aumentar só a área agrícola não torna a agricultura do Brasil mais produtiva, mais competitiva. Competir com a agricultura dos países desenvolvidos é competir em tecnologia.”

A tendência mundial, de acordo com Nobre, é a diminuição da área utilizada pela agricultura com o aumento da produtividade por hectare. “Nenhum país que tenha agricultura de ponta está aumentando área agrícola. Qual seria a justificativa para o Brasil ir na contramão da tendência tecnológica histórica de todos esses países que são potências agrícolas?”, questionou.

O relatório apresentado hoje pelo pesquisador aponta como a região metropolitana de São Paulo está se tornando mais vulnerável a desastres naturais devido ao modelo de ocupação predatória e às mudanças no clima local e global.

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Metrópoles terão problemas relacionados ao clima no futuro, afirma pesquisadora

Daniel Mello
Repórter da Agência
São Paulo - As regiões metropolitanas brasileiras terão problemas relacionados ao clima nos próximos 20 anos, caso o atual modelo de desenvolvimento seja mantido.

Segundo a pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Andrea Young, a cidade de São Paulo já apresenta diversas complicações devido ao modo de ocupação do solo e a poluição, o que vem sendo seguido por outras grandes cidades.

“Pode ser que nem cresçam até o tamanho de São Paulo. Mas a forma de ocupar o espaço é a mesma, é sempre essa ideia de ocupar a área o máximo possível, sem considerar nenhum critério ecológico, com uma visão predatória”, avaliou.

Young é uma das autoras do relatório Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo, elaborado por pesquisadores da Unicamp e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com o estudo, a capital paulista enfrenta atualmente uma série de problemas relacionados diretamente à poluição e às mudanças no clima da metrópole causadas pelo crescimento desordenado.

A apropriação dos cursos de água pelo sistema viário é um dos principais exemplos de como a expansão da cidade está expondo a população a desastres relacionados ao clima. Segundo a pesquisadora, a bacia hidrográfica foi sufocada pelo sistema viário e pelas construções urbanas.

“Então, com o acúmulo de sedimentos, dos gases poluentes fluindo ao longo do rio, por conta do sistema viário, das marginais, ela acabou se transformando em uma bacia de poluição, tanto dentro do rio, quanto no ambiente”.

Para a pesquisadora, esse tipo de transformação destrói mananciais que poderiam ser utilizados para o abastecimento da população, aumenta o risco de enchentes e modifica o clima da região.

As mudanças climáticas locais corroboram, segundo Young, juntamente com as alterações no clima global, para a ocorrência de grandes tempestades, causadoras de inundações e deslizamentos.

Por isso, a especialista alerta para a necessidade de se repensar os modelos de desenvolvimento, pois, determinadas alterações no meio ambiente são difíceis de serem revertidas posteriormente.”Principalmente em relação à água”, destaca.

Entre os possíveis caminhos para um crescimento mais sustentável de São Paulo e de outras metrópoles, Young cita a proteção dos mananciais e das margens de rios, com a criação de parques, a remoção das ocupações de áreas de fragilidade ambiental e de risco e a elaboração de um plano estratégico de macrodrenagem para região.

“Não que o plano não exista, mas tem que haver uma revisão com os órgãos públicos envolvidos”.

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Indústrias de máquinas e equipamentos vão fazer inventário de emissão de poluentes

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) está fazendo uma campanha para que as 4,5 mil empresas associadas façam um inventário das emissões de carbono. A partir do levantamento do volume de gases que as indústrias emitem, ficará mais fácil adaptar as atividades para reduzir a produção de poluentes responsáveis pelo efeito estufa.

No seminário Responsável, Sustentável e Lucrativa: Rumos da Indústria Brasileira na era da Descarbonização, a diretora de Responsabilidade Socioambiental da associação, Alessandra Bernuzzi, disse que a contribuição para diminuir os efeitos das mudanças climáticas é encarada pelo setor como uma maneira de aumentar a competitividade da indústria brasileira no exterior. “Isso vai gerar negócios em todas as cadeias de valor”, completou Bernzzi.

A previsão da diretora é que, com os inventários concluídos, as empresas levem de seis a nove meses para modificar os processos fabris e reduzir a emissão de poluentes. Os primeiros resultados devem ser apresentados pela Abimaq em um ano.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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