REUNIÃO SOBRE BALEIAS TERMINA EM FRACASSO APÓS EXCLUSÃO DAS ONGS E DA MÍDIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2010

25 Junho 2010
Agadir, Marrocos, 25 de junho de 2010 – A 62ª reunião anual da Comissão Internacional de Baleias (IWC) encerrou hoje sem que os governos conseguissem chegar a um acordo com relação à proposta sobre a caça às baleias.

A reunião, que teve início na segunda-feira, foi realizada a portas fechadas, sem a presença de sociedade civil ou mídia. A IWC não permitiu que ONGs se manifestassem durante o evento, até o fim da quinta-feira.

As negociações sobre a proposta encaminhada pela Presidência da Comissão da IWC, que pretendia reduzir a caça à baleia e colocar essa atividade sob controle IWC, terminaram em fracasso.

A Rede WWF não apoiou a proposta em seu texto original, mas fez um apelo à IWC para que encontrasse uma solução que, no mínimo, eliminasse a caça às espécies de baleias que estão ameaçadas de extinção e também a realização da prática nos oceanos do Sul, área considerada essencial para a alimentação das baleias.

Para a Rede WWF, as baleias continuam vulneráveis com a perspectiva de as frotas japonesas caçarem nos oceanos do Sul, em nome da ‘ciência’. A rede de organizações considera essencial que a IWC assuma sua responsabilidade e desempenhe um papel relevante na proteção a esses animais que são fundamentais para a saúde dos oceanos.

“Nessa reunião da IWC, novamente a política venceu a conservação das baleias. A proibição da caça em escala comercial era um dos maiores sucessos de conservação da nossa era e salvou muitas espécies de baleias que estavam à beira da extinção.”, afirma Wendy Elliott, coordenador de espécies do WWF Internacional.

Elliot ainda chamou a atenção para o fato de que este Ano Internacional da Biodiversidade tem sido desastroso para espécies marinhas, principalmente por causa da desqualificação da opinião científica por parte de alguns governos. Nesse sentido, o coordenador lembrou que durante a reunião da CITES – a Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas –, a comunidade internacional fracassou e não conseguiu chegar a um acordo sobre a proteção essencial para as diversas espécies marinhas, inclusive a proibição do comércio internacional do atum azul do Oceano Atlântico, que é uma necessidade urgente.

“Essa tendência de não proteger nosso ambiente marinho precisa ser revertida; caso contrário, à medida que os oceanos forem se esvaziando, o mundo inteiro – e não apenas os países pesqueiros e que caçam baleias – enfrentará um grave perigo”, disse Elliot.
Para o coordenador de espécies, é preciso que na próxima reunião de nível gerencial da Comissão Internacional de Conservação do Atum do Atlântico, que acontece em novembro deste ano, a comunidade internacional implemente um plano de recuperação e manejo da pesca do atum do Atlântico que tenha base científica.

Ele ainda apontou um avanço neste sentido: esta semana, a Comissão decidiu investigar os impactos da exploração e do desenvolvimento de projetos de petróleo e gás no Ártico, uma iniciativa fundamental após o vazamento desastroso de óleo no Golfo do México.

Participação de ONGs

Mammadou Diallo, da Rede WWF, que foi um dos representantes de ONG a falar na reunião da IWC, na quinta-feira, sugeriu que a Comissão adotasse um mecanismo semelhante ao praticado em outras convenções internacionais, como a CITES. Segundo esse mecanismo, as ONGs participam da tomada de decisão por meio de intervenções sobre os itens da agenda, feitas após a manifestação dos governos.

Diallo disse ainda que a IWC deveria considerar a criação de um programa de apoio aos delegados dos países em desenvolvimento para evitar alegações de compra de voto, tal como foi publicado em reportagens da mídia antes da reunião desta semana.

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Organizações pedem posicionamento sobre Código Florestal

30 Junho 2010
Curitiba-PR, 28 de junho de 2010
Exmo. Prof. Luiz Pinguelli Rosa
Secretário Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas

As organizações signatárias do Observatório do Clima vêm através desta solicitar ao Secretário Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas um posicionamento formal e público sobre a proposta de substitutivo ao Código Florestal Brasileiro, em tramitação na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, criada para este fim.

Analisamos o substitutivo apresentado pelo Deputado Aldo Rebelo, a ser votado em breve, e nossa conclusão aterradora é que as medidas propostas arruínam as metas brasileiras para redução de emissões de gases de efeito estufa a partir de desmatamento, apresentadas pelo Governo Brasileiro na COP15 e incluídas na Lei Federal nº 12.187/2009. A saber, dentre várias outras flexibilizações do Código Florestal, o texto em discussão anistia o desmatamento ilegal ocorrido até 22 de junho de 2008, isenta de reservas legais as propriedades rurais de até 04 módulos fiscais, e, finalmente e de forma mais determinante, institui um período de 05 anos de regularização voluntária, com suspensão de multas, até que governos Estaduais implementem planos de regularização ambiental. Claramente, vemos aí um a liberação do desmatamento em todo o país, de forma irrestrita.

Acreditamos que o posicionamento formal e urgente do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas seja essencial neste período, onde as disputas políticas têm se sobreposto à coerência entre as legislações nacionais, aos compromissos internacionais do país, e ao entendimento e defesa do mérito das matérias ambientais em discussão no país.

Membros do Observatório do Clima que assinam o documento:

Amigos da Terra - Amazônia Brasileira
APREC Ecossistemas Costeiros
Conservação Internacional - Brasil
Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza
Fundação SOS Mata Atlântica
GTA - Grupo de Trabalho Amazônico
ICLEI-Brasil
Instituto BioAtlântica - IBio
IDESAM - Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
Instituto Centro de Vida - ICV
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON
Instituto Ecológica
Instituto Socioambiental - ISA
IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais
SOS Amazônia
SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental
TNC do Brasil
WWF-Brasil


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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