ÁRTICO SOB PRESSÃO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2010

Depois de dois meses no Ártico, o navio Esperanza do Greenpeace finaliza a sua expedição com dados valiosos sobre a vida marinha de uma região de biodiversidade ainda pouco conhecida pelo homem. As informações coletadas apresentam também as ameaças mais iminentes a esse ecossistema, como o aquecimento global.

Além de técnicos, os resultados também foram visuais: nossa equipe de imagens registrou áreas ainda não exploradas do norte de Svalbard, de incrível beleza e diversidade biológica.

Infelizmente, ficou claro que a região encontra-se sobre forte ameaça, proporcionada principalmente pela expansão das atividades industriais desenvolvidas na área como a pesca e a exploração de gás e óleo. O ciclo é um só: boa parte das áreas que se encontram exploradas por esses vetores são regiões que antes eram cobertas por gelo, mas derreteram em conseqüência do aquecimento global. “Pudemos observar uma rica, mas sensível, biodiversidade. Permitir atividades como a pesca industrial nessa região coloca em risco muitos habitats e espécies que ainda não foram apropriadamente estudados”, afirma Frida Bengtsson, do Greenpeace Nórdico.

A expedição contou com a participação de cientistas do Instituto Leibniz de Ciências Marinhas (IFM-Geomar), da Alemanha. Por isso, foram transportadas 30 toneladas de equipamentos científicos, incluindo nove sistemas de monitoramento marinho chamados "mesocosmos", que foram instalados nas proximidades das ilhas Svalbard. Hoje, já se sabe que os níveis elevados na atmosfera de dióxido de carbono (CO2), principal gás do efeito estufa, mudam a composição química da água, deixando-a mais ácida – e aumentando o risco à vida marinha. A pesquisa trata justamente sobre a acidificação dos oceanos e a relação desse fenômeno com a cadeia alimentar não só do Ártico, mas de todo o planeta.

O Oceano Ártico merece ser totalmente protegido como uma reserva marinha. O Greenpeace pede uma moratória de todas as atividades industriais na região, incluída a pesca. Algo similar já foi feito na Antártida, onde uma moratória assinada em 1991 por 39 países proíbe, por 50 anos, todo tipo de exploração mineral.

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Unidos pela desgraça

Enquanto no Golfo do México BP finalmente consegue manter o vazamento sob controle, outro desastre provocado por óleo atinge a costa chinesa. Uma morte foi registrada.

O desastre ambiental causado pelo vazamento de petróleo iniciado na última sexta-feira no porto de Dalian, nordeste da China, provocou mais do que danos à natureza. Na manhã de ontem o governo chinês anunciou a morte do bombeiro Zhang Liang, 25 anos. O bombeiro, que foi arremessado ao mar por uma forte onde ao tentar colocar bóias de contenção no mar, não resistiu à toxidade do petróleo cru.

A equipe do Greenpeace na China, que esteve presente no local, relatou que os trabalhadores encarregados de recolher o óleo do mar usam pouco mais que luvas de borracha para se proteger, o que torna o trabalho extremamente perigoso. Segundo Zhong Yu, que percorreu de barco a área afetada, a maioria das baías nos arredores do vazamento estão tomadas pelo petróleo cru. “E ele é tão pegajoso quanto asfalto quente”, disse.

O vazamento já atingiu pelo menos 430 quilômetros quadrados desde sexta-feira, quando um duto explodiu e provocou o derramamento de pelo menos 1500 toneladas de óleo cru no mar, o equivalente a 400 mil galões de petróleo. A batalha do governo chinês é evitar que o óleo contamine as águas internacionais.

Enquanto isso, a BP...

No Golfo do México, a British Petroleum aparentemente conseguiu controlar o vazamento de petróleo iniciado no dia 20 de abril. A tampa instalada na boca do poço no último dia 15 mantém a vedação e impede, pelo menos por enquanto, que mais óleo seja despejado no mar. O objetivo da petroleira britânica é manter a tampa que vedou o poço danificado até a perfuração de outros buracos adjacentes resolva definitivamente o problema.

Para ajudar a contabilizar os prejuízos do maior desastre ambiental da história, o Greenpeace enviou ao litoral dos Estados Unidos o navio Artic Sunrise. Os pesquisadores da embarcação passarão os próximos meses investigando e documentando os impactos e as consequências do vazamento para peixes, algas, baleias, recifes, tartarugas e aves marinhas da região do Golfo.

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Além do petróleo

Em protesto, ativistas do Greenpeace impedem o vazamento de óleo da BP. Pelo menos daquele que sai dos 50 postos de gasolina da empresa em Londres.

Esta manhã, aqueles que em Londres buscaram gasolina para abastecer seus carros, encontraram 50 postos da capital desativados, com os dizeres: “Fechado. Vamos além do petróleo”. O aviso foi afixado por ativistas do Greenpeace em todos os pontos de venda de óleo da BP (British Petroleum), empresa dona da plataforma que explodiu no Golfo do México, causando o maior vazamento de petróleo dos Estados Unidos.

O protesto aconteceu seguido ao anúncio de troca da presidência na empresa, que somente três meses após a explosão que ocasionou a abertura de um buraco no fundo do Golfo do México por onde cerca de 60 mil galões – o equivalente a 10 milhões de litros – de óleo por dia litros por dia de óleo vazaram, foi capaz de conter a enxurrada que contaminou as águas do Golfo e a costa da Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida.

A BP é acusada de negligência nos planos de segurança, despreparo nas medidas de contenção e lentidão para conter o vazamento, além de uma série de trapalhadas no processo, que vão desde testes com equipamentos que fracassam, até fotos adulteradas em seu site.

“É chegado o momento da BP ultrapassar a era do petróleo. Muitas empresas modernas já concluíram que os combustíveis fósseis são o passado e que a energia limpa é o futuro. A era do petróleo está chegando ao fim e empresas como a BP precisam repensar este modelo”, disse John Sauven, Diretor Executivo do Greenpeace na Inglaterra”.

A empresa deve anunciar oficialmente a troca de presidência, substituindo Tony Hayward, conhecido pela sede por óleo em locais de fragilidade ambiental, como o Golfo do México, as areias de betume no Canadá e o Ártico, por Bob Dudley, que já trabalhou em projetos de energia solar e eólica dentro da BP. Hayward deixa a empresa com uma dívida de 17 bilhões de dólares.

“Nós retiramos peças das bombas de petróleo esta manhã para impedir que, até que seja trocadas, os postos possam continuar vendendo a gasolina da BP e dar tempo ao novo presidente para repensar o modelo de exploração”, conclui Sauven.

O Greenpeace exige a interrupção imediata de novos poços em alto-mar e a exploração em locais de risco e o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, em favor de uma mudança de matriz energética renovável, limpa e segura.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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