HOMENAGEADO PELA SBPC CRITICA PROPOSTA DO CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2010

27/07/2010
Carolina Pimentel
Enviada especial
Natal - Em palestra durante a 62ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o principal geomorfologista do país e homenageado da edição deste ano do encontro, Aziz Ab'Saber, não poupou críticas hoje (27) ao novo projeto do Código Florestal e convocou a comunidade científica a pressionar os parlamentares para uma revisão da lei.

A proposta, que tramita no Congresso Nacional, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tem pontos considerados controversos. Um deles prevê que os agricultores na Amazônia terão de preservar 20% de suas terras, e não mais 80%, como determina a legislação atual. Outro reduz também a manutenção de matas ciliares próximas aos rios.

Para Aziz, o código proposto reflete o desconhecimento do deputado e dos governantes sobre a importância da floresta para o equilíbrio ambiental e as consequências de uma destruição do bioma.

“Imagine-se que, para o Rio Amazonas, a exigência protetora fosse apenas 7 metros, enquanto para a grande maioria dos ribeirões e córregos também fosse aplicada a mesma exigência. Trata-se de desconhecimento entristecedor sobre a ordem de grandeza das redes hidrográficas do território intertropical brasileiro. Na linguagem amazônica tradicional, o próprio povo já reconheceu fatos referentes à tipologia dos rios regionais. Para eles, ali existem, em ordem crescente: igarapés, riozinhos, rios e paranás-mirins”, diz um artigo do pesquisador – documento, que segundo ele, foi encaminhado ao relator Aldo Rebelo.

O cientista defende um código que contemple as características de todos os ecossistemas encontrados no território nacional – desde a floresta amazônica até as pradarias do Rio Grande do Sul, que chama de código da biodiversidade. “O código que o Brasil tem precisa ser ampliado para todos os biomas”, afirmou Aziz para estudantes e professores, que lotaram o auditório da reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Ele acredita que os pesquisadores devem liderar a campanha por mudanças no código. Diante das divergências em relação à proposta, a SBPC formou um grupo de cientistas para debater o tema e encaminhar sugestões aos deputados e senadores.

Para Aziz, de 85 anos de idade, a maior contribuição da ciência para a humanidade é buscar formas de preservar a natureza. “A nossa inovação sempre vai ser na proteção do que a natureza faz”, disse o professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP).
Edição: Antonio Arrais

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Projeto do novo Código Florestal reduz insegurança no campo, diz CNA

07/07/2010
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, disse hoje (7) que o projeto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) – aprovado ontem pela comissão especial da Câmara dos Deputados - que propõe uma nova legislação ambiental reduz a insegurança jurídica no campo. Segundo ela, esse é o maior problema enfrentando hoje pelos produtores rurais.

“Neste momento, não há forte demanda por desmatamento [por parte dos produtores rurais]. A demanda nacional é por regularização”, afirmou a presidente da entidade, durante coletiva de imprensa na sede da CNA. Segundo ela, a suspensão das multas administrativas para quem desmatou até 22 de julho de 2008, último dia antes da publicação do decreto 6.514 que regulamenta a lei contra crimes ambientais, é uma “respirada” para o campo.

Apesar disso, Kátia disse que até a votação do projeto em plenário, o que deve ocorrer apenas após as eleições de outubro, a bancada ruralista se articulará para tentar avançar em alguns pontos não contemplados no texto de Aldo. Entre eles está a definição do tamanho da Área de Preservação Permanente (APP) às margens de rio e da recomposição da reserva legal.

Atualmente, as propriedades por onde passam leitos de rios de até 10 metros de largura devem ter APP de pelo menos 30 metros. Pela nova proposta, seria criado um novo patamar para rios com até 5 metros de largura, que exigiriam 15 metros de APP em suas margens. Para a presidente da CNA, os estados devem poder legislar sobre situações peculiares, definindo novos valores.

Outro ponto levantado por Kátia se refere aos produtores que desmataram o que a lei permitia, como no caso da Amazônia, onde até o ano 2000 a área de reserva legal era de 50% das propriedades e, com a mudança na legislação, passou para 80%, deixando-os em situação de irregularidade . Segundo ela, é preciso discutir se eles têm que recompor essa área a mais que a lei atual exige.
Edição: João Carlos Rodrigues

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Relator do Código Florestal diz que pode fazer mudanças no texto

29/06/2010

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O projeto de lei que altera o Código Florestal deverá ser votado pela comissão especial na próxima semana. A previsão foi feita hoje (29) pelo relator da matéria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que anunciou alterações no seu relatório. Ele informou que deverá apresentar as sugestões de mudanças na segunda-feira (5) e no mesmo dia começar a discussão e a votação do texto, que deverá ser concluído no dia 6.

O deputado Aldo Rebelo explicou que está recebendo e analisando as sugestões de partidos políticos, como o P-SOL, que apresentou voto em separado, além de entidades do setor ambiental, pesquisadores e órgãos governamentais como o Ministério da Agricultura entre outros.

O relator disse que deverá deixar mais claro no seu relatório que a dispensa de reserva legal para as pequenas propriedades com até quatro módulos rurais valerá apenas para a legalização de áreas já desmatadas e não para a derrubada de mata remanescentes e que as multas ambientais aplicadas até julho de 2008 tenham prazo de prescrição suspenso. No texto apresentado no início de junho, Rebelo propôs uma moratória de cinco anos para as multas por crimes ambientais.

De acordo com o texto, esse prazo era o tempo necessário para que o proprietário rural se enquadrasse às novas normas. “Vou propor a suspensão do prazo de prescrição para que as pessoas que não regularizarem suas propriedades não se beneficiem com a prescrição”, disse.

De acordo com o relator, a dispensa de reserva legal para a pequena propriedade é exclusivamente para efeito de recomposição. Na sua opinião, o produtor não é obrigado a reflorestar o que não tem, mas é obrigado a manter o que ele tem de reserva. Rebelo explicou que para recompor um hectare o custo pode chegar a R$ 15 mil, um dinheiro que o pequeno produtor não tem.

O relator explicou, ainda, que vai propor ao governo que seja feito um censo para saber qual é a composição atual das reservas legais nas pequenas propriedades para que se possa fiscalizar essas reservas e evitar mais desmatamentos. Em relação as grandes propriedades, o deputado disse que o controle já vem sendo feito por satélites.

Mesmo com a disposição do deputado Aldo Rebelo de votar o texto na próxima semana, há possibilidade da votação não ser realizada. Isso porque deputados da bancada ambientalista e também lideranças do governo entendem que o ideal é deixar a votação dessa matéria para depois do pleito eleitoral de outubro próximo, permitindo assim mais discussões e a busca de entendimento em torno do texto.

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Comissão aprova texto-base que trata da reforma do Código Florestal Brasileiro

06/07/2010
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Comissão Especial da Câmara dos Deputados para a Reforma do Código Florestal Brasileiro aprovou hoje (6), por 13 votos a 5, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que propõe uma nova legislação ambiental. Neste momento, estão sendo votados os nove destaques propostos para alteração do texto final.

Concluída a votação na comissão, o projeto vai para análise em plenário. Os parlamentares dizem, no entanto, que isso só deve ocorrer depois das eleições, devido às divergências quanto ao tema.

Parlamentares, jornalistas e interessados na discussão sobre o tema enchem o plenário 2 da Câmara dos Deputados e um grupo tenta acompanhar do lado de fora. Há algum tempo na Câmara não é mais autorizada a entrada, nos plenários, de pessoas que não sejam parlamentares ou repórteres.

Em alguns momentos, durante a votação, os ânimos se exaltaram e deputados, como Luiz Carlos Heinze (PP-RS), representante dos ruralistas, e Ivan Valente (P-SOL-SP), representante dos ambientalistas, quase se agrediram fisicamente, sendo contidos pelos colegas.

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Código Florestal não se restringe à Amazônia, diz ministra do Meio Ambiente

08/07/2010
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou hoje (8) que o relatório do novo Código Florestal deve ser fruto de diálogo no Congresso Nacional, onde “não se ganha as coisas no grito”, mas sim com muita negociação e entendimento. De acordo com ela, o debate sobre o código não pode ficar restrito à Amazônia, porque o tema é mais amplo.

“O Código Florestal é uma visão ampla e diversa, que não está restrita à Amazônia. Esse é um cuidado que temos de ter. Muitos detalhes que leio na mídia atualmente colocam a questão voltada somente para a Amazônia. O Código Florestal na Amazônia é um contexto, no Sul é outro e no Nordeste é outro”, disse Izabella.

Segundo a ministra, cada bioma e cada situação de exploração local e de preservação deve ser observada isoladamente e os debates feitos com base técnica e científica. “Não é porque o Greenpeace quer ou porque os ruralistas A, B, C querem. Não há debate entre segmentos polarizados. A discussão do Código Florestal há 20 anos tinha um contexto, hoje inclui as mudanças climáticas.”

A ministra ressaltou que ninguém debateu questões econômicas importantes ou a regularização ambiental. “Queremos o agricultor produzindo de forma sustentável e correta. Não tenho nenhum interesse pelo governo de gastar milhões de reais em fiscalização se eu tenho outros mecanismos que posso usar e uma sociedade moderna.”

De acordo com Izabella, todas essas questões estão sendo debatidas pelo governo com o relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), com os ruralistas e movimentos sociais. “Temos que construir soluções que sejam palatáveis para serem implementadas no Brasil, assegurando a conservação das florestas no país. Temos que ter responsabilidade nessas posições para que elas sejam viáveis economicamente e assegurem a proteção do meio ambiente, os compromissos de redução climática e p pagamento de serviços ambientais.”

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Aldo Rabelo diz que copiou decreto do presidente da República

08/07/2010
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - “Apenas copiei o decreto do presidente da República”. A afirmação foi feita hoje (08) pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator da nova proposta do Código Florestal, ao rebater as críticas sobre as perdas que o governo vai ter com a anistia da dívida de produtores rurais que desmataram áreas florestais até julho de 2008.

“O produtor não vai se beneficiar com a anistia. Vai ter uma multa convertida desde que assine o compromisso de recompor a área que ele desmatou ilegalmente”, explicou o deputado.

Durante o seminário Amazônia: Desafios para um Projeto Inclusivo e Sustentável, na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, o deputado explicou que a proposta é regularizar as propriedades que existem hoje e fazer um censo das terras produtivas para evitar novos desmatamentos.

O diretor da ONG Amigos da Terra, Roberto Smeraldi, reconheceu que a legislação sobre desmatamento estava envelhecida, mas criticou a nova proposta aprovada pela Câmara dos Deputados. “Achamos que trabalhar com anistias, com impunidade não aumenta o respeito pela lei. Aumenta a desmoralização da lei”.

Segundo Smeraldi, a proposta poderia ser inspirada em renegociação de dívidas como ocorre nos campos previdenciário e fiscal.

“Não vejo porque não fazer isso na área ambiental. Sem cancelar, sem esquecer, sem impunidade, mas dando a todos a oportunidade de se regularizar ao longo do tempo”, defendeu o diretor da ONG.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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