LIVRO ABORDA EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2010

(08/07/2010) Os efeitos das alterações do clima na produção de hortaliças e as maneiras de atenuar esse processo são os principais focos da publicação lançada este mês pelas Unidades da Embrapa em Brasília, Hortaliças e Informação Tecnológica. O pesquisador Ítalo Guedes, editor técnico do livro "Mudanças Climáticas Globais e a Produção de Hortaliças", explica que a iniciativa teve o objetivo de reunir informações, até então esparsas, sobre o tema. "Este livro representa uma primeira tentativa da parte da Embrapa Hortaliças de reunir e disponibilizar conhecimentos, até então dispersos, que possibilitem o planejamento não apenas de demandas das pesquisas, mas também medidas futuras, visando à segurança alimentar e nutricional dentro da produção de hortaliças. É uma primeira aproximação ao tema, que certamente será aprofundado no futuro", explica.

O pesquisador chama a atenção para o fato de a agricultura, de um modo geral, ser altamente dependente dos fatores climáticos, o que a torna extremamente vulnerável às mudanças climáticas globais, principalmente no que diz respeito a alterações de temperatura, regime de chuvas e frequência de eventos extremos, como enchentes e secas. Apesar de ser frequentemente apontada como uma das atividades que mais contribuem para a emissão de gases de efeito estufa, notadamente no Brasil, a agricultura pode ser um meio eficiente de mitigação das mudanças climáticas, ponto ressaltado no livro. "A adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como o plantio direto, práticas agroecológicas, rotação de culturas, manejo racional da adubação nitrogenada e da irrigação, entre outras, podem não apenas reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mas também fazer com que a agricultura seja um agente de sequestro de carbono, minimizando os efeitos das mudanças climáticas", discorre Ítalo.

A idéia de reunir informações sobre as ações de controle das emissões de gases começou a tomar corpo após a realização do workshop "Efeitos das Mudanças Climáticas na Produção de Hortaliças", promovido pela Embrapa Hortaliças em novembro de 2010, para discutir os desafios que as mudanças globais vão impor a esse importante segmento da pesquisa agrícola.

Ítalo Guedes destaca que o workshop foi a semente para a elaboração do livro, e reforçou a necessidade de incluir no elenco de pesquisas com hortaliças essa preocupação. "Na produção de grandes culturas o tema já foi inserido, enquanto que para as hortaliças as discussões ainda são pontuais, não concatenadas". E acrescenta que a publicação traz justamente subsídios para tratar do assunto, a partir das palestras proferidas durante o evento.

O livro reúne as palestras apresentadas pelos participantes do workshop, especialistas do Brasil e do exterior, que têm conduzido pesquisas relacionadas aos impactos reais e potenciais das mudanças climáticas sobre o agronegócio de hortaliças.
Anelise Macedo

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Embrapa discute redução de gases de efeito estufa na agricultura

(13/07/2010) Em 2009, o governo brasileiro instituiu a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas onde está prevista a redução da emissão dos gases de efeito estufa na ordem de 38% até 2020. A agricultura e a pecuária são responsáveis por cerca de 70% da emissão destes gases. O assunto é tema da palestra do Chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Derli Dossa, no dia 16 de julho, às 10h, no auditório da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS).

Para o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, a agricultura é responsável por parte significativa das emissões de gases de efeito estufa (principalmente gás carbônico, metano e óxido nitroso). "Isso se dá pelo uso de fertilizantes, via práticas de manejo do solo, na implantação de pastagens em áreas de floresta, nas queimadas, no cultivo de arroz em áreas alagadas e na pecuária", exemplifica Cunha.

Segundo o Inventário Brasileiro das Emissões de Gases de Efeito Estufa, de 2005, as mudanças no uso da terra e florestas seriam responsáveis por 58% das emissões e a agricultura por outros 22%. Entre as práticas apontadas no inventário estão os desmatamentos, aplicação de calcário e adubação nitrogenada, queima de resíduos agrícolas como na cana-de-açúcar, deposição de dejetos em pastagem, a decomposição de matéria orgânica na água do arroz em campos inundados e dos dejetos animais estocados em forma líquida. A agropecuária merece discussão a parte, já que a atividade responde por 70% das emissões de gás metano, principalmente através da fermentação dos animais ruminantes no processo que faz parte da sua digestão. O Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo.

O Plano Agrícola 2010/2011 contempla o Programa ABC (Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) que, via linhas especiais de financiamento agrícola, deverá ser um indutor de tecnologia na agricultura brasileira. Segundo o pesquisador de mudanças climáticas Anderson Santi, o compromisso assumido espontaneamente pelo país, também perante a comunidade internacional, deverá envolver atividades como a redução significativa do desmatamento de florestas (principalmente na Amazônia), a recuperação de pastagens degradadas, a promoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, a qualificação do sistema plantio direto na palha e a melhoria da eficiência dos processos de fixação biológica de nitrogênio por leguminosas, como a exemplo da soja. O governo promove, ainda, incentivos para estudos voltados à adaptação de plantas aos novos cenários do clima global.

A expectativa do Programa ABC é que, no período de 10 anos, sejam recuperados 15 milhões de hectares de pastos degradados, aumentando em 4 milhões de hectares os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e ampliados em 8 milhões de hectares a área com plantio direto, além da expansão para 5,5 milhões de hectares o uso da fixação biológica de nitrogênio. O trabalho também pretende reduzir o desmatamento na Amazônia em 80% e no Cerrado em 40%.

A apresentação do “Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono e o Novo Código Florestal” é aberto a produtores, técnicos, agentes financeiros, indústria de máquinas e insumos agrícolas, ambientalistas e demais interessados em conhecer esse novo instrumento de política agrícola do governo federal. Informações com Ana Carolina Vidal, através do telefone 54-3316-5857 ou e-mail acvidal@cnpt.embrapa.br.
Joseani M. Antunes

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Pesquisador é convidado pela FAO para apresentar método de avaliação de carbono no solo em Roma

(15/07/2010) Ações do documento A convite da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva está em Roma, Itália, participando do seminário “Rumo a um quadro de mitigação na agricultura familiar”, durante o qual vai apresentar um método espectroscópico para avaliação da matéria orgânica do solo em termos de qualidade e quantidade. O método foi desenvolvido na Embrapa Instrumentação Agropecuária, São Carlos-SP, pelo grupo de cientistas composto por Wilson Tadeu Lopes da Silva; Débora Marcondes Bastos Pereira Milori; Ladislau Martin Neto.

Neto, atual coordenador do Laboratório Virtual da Embrapa nos EUA; Adolpho José Posadas do International Potato Center (CIP), Lima, Peru; Aline Segnini e Roberto Quiroz. A proposta do evento é identificar métodos para medir e validar modelos de simulação de carbono que contribuam para o desenvolvimento de um quadro para pequenos produtores baseado na mitigação dos gases do efeito estufa na agricultura. O grupo pretende explorar possibilidades de pesquisas em parcerias com outras instituições.

Método

De acordo com pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, o uso da terra para fins agrícolas é uma das mais importantes fontes de emissão de carbono na atmosfera e é, portanto, necessário entender bem a dinâmica do carbono no solo em termos de humificação e recalcitrância, que é representando pela estrutura química da matéria orgânica do solo. O pesquisador lembra que os estudos para avaliar a qualidade da matéria orgânica do solo (MOS), em geral, são realizados após emprego de metodologias caras e lentas, que envolvem a extração de uma fração orgânica com soluções ácidas e alcalinas ou a constituição mineral com ácido fluorídrico. As análises da quantidade e qualidade das MOS normalmente exigem o envio da amostra para um laboratório especialista, o que traz algumas desvantagens, incluindo a conservação e transporte, no que diz respeito às leis nacionais de proteção dos recursos naturais, principalmente se for necessário o transporte para outro país.

Levando em consideração a complexidade desse estudo, a Embrapa Instrumentação desenvolveu métodos espectroscópicos para avaliação da matéria orgânica do solo em termos de qualidade e quantidade utilizando dispositivos de laser. A avaliação pode ser feita por uma técnica chamada de “Fluorescência Induzida por Laser” (LIF). Além dessa, a Unidade ainda desenvolveu metodologia para avaliar o teor de carbono em amostra de solo por meio de espectroscopia de emissão ótica com plasma induzido por laser (LIBS).

Para o pesquisador, devido suas características, LIBS e LIF se mostram um instrumento de potencial promissor para realizar análises in situ e em ambientes de risco.
Joana Silva


 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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