PROFESSORES DA USP EMITEM POSIÇÕES CONTRÁRIAS
SOBRE O PAPEL DO HOMEM NAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2010

28/07/2010 - 16:41
Professores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram hoje (28), em Natal (RN), na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), posições contrárias sobre os efeitos das ações humanas e as suas consequências nas mudanças climáticas. Quem assistiu à palestra “Mudanças Climáticas: Papel Antrópico” pode presenciar a posição do professor Paulo Artaxo (USP), que definiu o homem como um autor da alteração do clima no planeta. Por outro lado, o docente Ricardo Augusto Felício, também da USP, foi contrário às ideias defendidas por Artaxo. Para Felício, acreditar que o individuo contribui, por exemplo, para o aquecimento do planeta, é uma inverdade.

Em sua apresentação, Paulo disse que a humanidade está mudando a face do planeta e citou, ainda, que muitos especialistas já denominam essa era geológica em que vivemos como “O Antropoceno”. “Essa fase não mais é que a significativa intervenção do homem nas mudanças climáticas. Isso refere-se, por exemplo, aos fenômenos naturais extremos. Hoje, pudemos verificar em várias parte do mundo, furacões constantes, chuvas em grandes proporções, entre outros acontecimentos”, enfatizou.

Entre os acontecimentos citados por Paulo Artaxo como fator que evidencia a situação preocupante em que o planeta passa é o derretimento de gelo na Groelândia. “Esse e outros fatores atestam a mudança no clima. Não há outro modo de evitar o agravamento no clima do planeta se não combatermos principalmente, a forma do individuo de se comportar diante desses fenômenos. A temperatura do planeta deverá aumentar nos próximos 100 anos entre 1,5 e 3 graus centígrados. Para evitar previsões assim precisamos tomar algumas atitudes. Entre elas, adotar melhores práticas agrícolas, evitar o desmatamento, usar veículos menos poluentes, entre outras”, citou.

Ao contrário do que acredita Artaxo, Ricardo Felício (USP), disse que anos atrás - por volta de 1920 - o aquecimento do planeta já era uma preocupação recorrente de vários cientistas. Ele comentou ainda, que apesar disso, as previsões desastrosas não se concretizaram. “Cientistas falam da ação humana e o que ela tem provocado, em termos prejudiciais, na preservação do meio ambiente. Acontece que todas as reações do planeta são normais. É comum termos em um determinado ano, vários terremotos, e em outros não. É normal que a natureza reage diferente em períodos diferentes. Com o passar dos anos, lugares que não eram habitados passaram a ser, isso mexe com o clima, mas é algo normal”, defendeu.

Felício falou também sobre o gás carbônico (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. “É necessária a emissão de gás carbônico para o funcionamento do planeta. Sem ele, não existiria vida. A imposição de que a população precisa adotar medidas preventivas para se evitar o aquecimento do planeta, por exemplo, tem sempre algum interesse maior envolvido na questão. Enquanto, os países subdesenvolvidos procuram adotar ações de mitigação, os desenvolvidos continuam a emitir gases de efeitos estufa normalmente. É, por isso, que a reunião sobre o clima, realizada em Copenhague, não resultou em acordo entre países ricos e pobres”, finalizou.

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Inpa fala sobre o desmatamento zero na Amazônia

Crédito: Eduardo Gomes (Inpa)- Diretor do Inpa durante palestra na 62ª SBPC
29/07/2010 - 09:06
Apesar do tema central da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ser mar, a Amazônia foi debatida nesta quarta-feira (28) na conferência “Adaptabilidade biológica em tempos de mudanças climáticas”, ministrada por Adalberto Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCT).

Em auditório lotado, alunos e pesquisadores conheceram um pouco das várias pesquisas desenvolvidas pelo Inpa e que serviram de base para as discussões sobre a influência das mudanças climáticas sobre a região. Durante a conferência, foi feito um breve histórico da evolução dos serves vivos na Amazônia e como eles se adaptaram as mudanças que ocorreram de maneira natural ao longo dos anos.

O diretor citou o caso do Tambaqui, peixe comum na Amazônia, que ao longo de sua evolução desenvolveu um mecanismo para respirar em um ambiente aquático onde não há oxigênio suficiente. O peixe vai a superfície e através do alongamento do lábio inferior da boca, catalisa o oxigênio da primeira lâmina de água, rica em oxigênio.

Segundo Adalberto Val, a preocupação da comunidade científica é saber se agora, os animais vão ser capazes de se adaptarem as novas condições causadas pelas mudanças climáticas. “Os animais vão ter que se adaptarem ainda mais, devido às mudanças climáticas. Pode ser que eles não consigam e morram. É isso que vem sendo estudado”, disse.

Desmatamento

O pesquisador do Inpa também defendeu o desmatamento zero na região Amazônica e afirmou que é possível usar as áreas já degradas para o uso do homem. Ele lembrou da importância da pesquisa científica pra o desenvolvimento da Amazônia de maneira racional. “Ninguém desmata porque quer, desmata pela necessidade. É aí que a ciência tem um papel importante, é necessário oferecer alternativas para produtos e processos a partir da floresta de tal forma que possamos ter geração de renda e inclusão social. Isso ajudaria a reduzir a pressão sobre a floresta”, enfatizou.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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