DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA CAI, MAS DADOS NÃO SÃO CONCLUSIVOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2010

11 Agosto 2010
Por Bruno Taitson
O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira, 9 de agosto, uma queda de 49% na estimativa de desmatamento acumulado na Amazônia entre agosto de 2008 e julho de 2009, no comparativo com o período anterior. Os números são positivos, mas revelam uma situação preocupante: o crescimento nos desmates realizados em pequenas propriedades.

O índice foi apurado pelo sistema Deter, do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe), que tem como função principal alertar as autoridades com rapidez para focos de desmatamento na região. Trata-se de um indicador menos preciso que o do Prodes, também do Inpe, que deve ser divulgado nos próximos meses.

Para Cláudio Maretti, superintendente de Conservação do WWF-Brasil, a estimativa apresentada é positiva e se deve, principalmente, à efetividade das políticas de fiscalização em áreas de maior extensão. "Porém, há um preocupante aumento do desmatamento em áreas menores, que ainda não foi mensurado. Os números apresentados pelo governo não são conclusivos, apenas indicam uma tendência de queda", afirma.

Cláudio Maretti destaca ainda que é preciso questionar se, de fato, estão colocadas as condições estruturais para uma redução continuada do desmatamento. "De um lado, temos importantes políticas de controle e fiscalização, de criação e implementação de áreas protegidas e de promoção do uso sustentável. Por outro, há licenciamentos para obras de infraestrutura feitos de forma apressada e a possibilidade de modificação no Código Florestal, o que acaba funcionando como um estímulo ao desmatamento e à ocupação desordenada na Amazônia", concluiu.

Um ponto que chama atenção é o fato de o levantamento feito pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon) ter apontado, ao contrário dos números do governo, um leve aumento nos desmatamentos na Amazônia.

O Brasil assumiu, na conferência do Clima em Copenhague, em 2009, importantes metas de redução de desmatamento. Porém, são compromissos voluntários, cujo cumprimento não é obrigatório. "Não pode haver conivência com o desmatamento, sob a forma de anistias e de projetos que flexibilizem o Código Florestal. Isso torna quase nula a possibilidade de alcançarmos o desmatamento zero. O Brasil deve cumprir as metas assumidas nas convenções de Clima e de Biodiversidade e defender seu maior patrimônio: a natureza, para promover um desenvolvimento que seja sustentável e uma economia verde", avaliou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

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Pagamento por boas práticas produtivas beneficia famílias no Acre

13 Agosto 2010
Bruno Taitson, de Manoel Urbano (AC)
Francisco de Paulo, pescador que vive há 24 anos no município acreano de Manoel Urbano, tem consciência da importância da conservação dos ecossistemas para a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. “A floresta é muito importante para nós. Talvez um neto meu queira conhecer a floresta e a gente vai poder mostrar”, resume.

Conhecido como Tachico, Francisco de Paulo é um dos beneficiados pelo programa de remuneração por boas práticas produtivas, liderado pelo Governo do Acre, com apoio do WWF-Brasil por meio do projeto Protegendo as Florestas, uma parceria com a emissora de TV Sky, do Reino Unido.
Para se credenciar a participar programa de certificação ambiental, o pescador recebeu a visita de técnicos da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), que passaram orientações de como produzir de maneira sustentável.

Tachico assinou um compromisso de não desmatar ilegalmente sua propriedade, além de não fazer uso de fogo para a lavoura a partir do segundo ano do processo. Além de começar a receber capacitação para um modo de produção mais sustentável e vantajoso financeiramente, o governo ainda remunera os participantes do programa.

No ato de adesão ao sistema, o produtor recebe R$ 250, que corresponde a 50% da primeira parcela do bônus. Os outros R$ 250 são pagos quando o plano de uso da propriedade é concluído, em até até 12 meses após a adesão. A partir do segundo ano de implementação do plano, o participante receberá R$ 600 anuais, durante nove anos.

O dinheiro foi bem utilizado pelo pescador Tachico. “Comprei feijão, um porco, arroz, macaxeira e também paguei um peão para me ajudar no roçado”, relatou Tachico, que vive com a esposa um filho e duas netas.

Outro morador da região, o também pescador Geraldo Bispo, aderiu ao programa este ano, e já colhe os frutos da iniciativa. “É muito importante receber orientação para a gente continuar a proteger a floresta”, disse. Com os R$ 250 que já recebeu, Geraldo quitou dívidas e comprou alimentos para toda a família. “Moro com minha mulher, três filhos e um neto. Uma renda como essa é muito boa pra gente”, afirmou.

Mauro Armelin, coordenador do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil, salienta que um dos objetivos do projeto é fazer com que comunidades locais tenham mais de uma alternativa de renda em sua propriedade, além de auxiliar na conservação dos ecossistemas. “É fundamental oferecer ao morador local opções que possam, do ponto de vista financeiro, fazer frente a atividades predatórias, historicamente mais rentáveis, como a pecuária extensiva de corte, atualmente o principal vetor de desmatamento da Amazônia”, avaliou.

Para Nilton Cosson, secretário de Estensão Agroflorestal e Produção Familiar do Acre, o principal objetivo da certificação é gerar inclusão socioprodutiva, integrando conservação da floresta, produtividade, segurança alimentar e aumento na renda familiar. “O processo envolve os proprietários de forma participativa, de acordo com as necessidades locais”, descreve o secretário estadual.

O projeto Protegendo as Florestas, coordenado por governo do Acre e WWF-Brasil, com apoio da emissora inglesa de TV SKY News, pretende acrescentar 1 mil famílias às atuais 2 mil beneficiadas pelo programa de certificação ambiental de propriedades rurais no Acre.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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