VÍTIMAS DO CÉSIO AINDA ESPERAM

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2010

Há exatos 23 anos o Brasil se comoveu com um dos mais emblemáticos acidentes com lixo radioativo que já aconteceu no mundo.

O desastre começou no dia 13 de setembro de 1987, quando dois catadores de lixo de Goiânia, curiosos com o brilho azul emitido pelo Césio 137, recolheram o material encontrado nos escombros de um antigo hospital e o levaram para suas casas.

Em pouco tempo o material radioativo, que estava dentro de um aparelho de radioterapia abandonado, se espalhou pela cidade, contaminando pessoas, animais e solo.

Após o desastre foram recolhidos mais 13,4 toneladas de lixo radioativo, armazenados posteriormente em um depósito construído na cidade de Abadia (GO), distante 24 quilômetros de Goiânia. Mas a pior herança do Césio foi a contaminação de mais de mil pessoas, que até hoje sofrem com as consequências do acidente.

O acidente do césio é o ícone do que acontece frequentemente no programa nuclear brasileiro. "A tragédia de Goiânia é reflexo da falta de estrutura e de segurança do programa nuclear brasileiro", diz André Amaral, responsável pela campanha de energia nuclear no Greenpeace. "Assim como aconteceu no caso do Césio, existem várias pessoas que foram contaminadas pelo programa nuclear irresponsável e várias que possivelmente ainda sofrerão, caso o governo insista nesse plano de aventura nuclear."

Em entrevista ao Portal EcoDebate, Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio 137 (AVCésio), fala sobre a lentidão do processo de indenização das pessoas contaminadas, da ignorância dos responsáveis e da falta de educação sobre os riscos da radioatividade em geral. "O desastre daqui foi o maior acidente radioativo em área urbana do mundo", afima Ferreira.

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Promessas pela proteção da floresta

Hoje, Dia da Árvore, o Greenpeace e outras 11 organizações socioambientalistas, protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um documento com o posicionamento dos presidenciáveis sobre as mudanças no Código Florestal promovidas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e seus colegas ruralistas.

Os questionamentos foram feitos em agosto aos quatro principais candidatos à Presidência. Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) se manifestaram contra os principais pontos da proposta, em especial o que anistia quem desmatou ilegalmente.

A petista Dilma Rousseff defendeu que “a eventual conversão de multas só deve ocorrer após ações efetivas de recuperação das áreas desmatadas ilegalmente”, e citou o Programa Mais Ambiente do governo federal como um caminho seguro para a regularização ambiental das propriedades agrícolas.

Dilma diz não acreditar que a atual legislação ambiental seja um entrave à expansão agropecuária. “O Brasil pode expandir sua produção agrícola sem desmatar. Hoje existem 60 milhões de hectares de pasto mal utilizados ou subutilizados que precisam ser recuperados.”

Serra também se posicionou contrário à anistia a desmatadores, defendeu a recuperação de matas ciliares em propriedades rurais e a retirada de ocupações em encostas e beiras de rios.

O presidenciável tucano falou ainda sobre a importância da proteção das florestas no cumprimento das metas de redução da emissão de carbono. “Uma forte política de recuperação florestal poderá absorver importante volume de carbono da atmosfera.”

A candidata do Partido Verde, Marina Silva, disse que a proposta do deputado Aldo Rebelo de anistiar desmatadores gera impunidade, favorecendo o descrédito da lei e o aumento do desmatamento. “No lugar da anistia deveriam ser criados meios para que o produtor recupere as áreas e possa se aliar à defesa do Código Florestal.”

Marina também defendeu a proteção das florestas brasileiras como um dos meios de contribuir para a redução das emissões. “O desmatamento é o principal fator de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, de modo que a busca pelo cumprimento das metas de redução por parte do governo federal deve ser coerente, colocando a garantia da preservação na discussão sobre a alteração da legislação.”

Como os demais candidatos, Plínio de Arruda Sampaio se declarou contrário à mudança aprovada por ruralistas na Câmara e à anistia. “O Brasil é o único lugar que conheço que reforma um código florestal para permitir mais corte de árvores e não para proteger a natureza.” Plínio afirmou que a atual legislação não representa um entrave à produção rural, defendeu o desmatamento zero e a remoção de moradores de áreas de risco que deveriam ser preservadas, como encostas e beiras de rios para locais seguros.

As respostas serão enviadas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, com o pedido de que sejam anexadas aos programas de governo apresentado pelos partidos.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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