FÓRUM ANUNCIA REFORÇO NA POLÍTICA PARA A ÁREA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2010

27/10/2010 - 07:45
O Brasil emitiu 2,192 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2eq), em 2005, e devido as novas políticas na área ambiental, deve alcançar a redução de 1,775 bilhões de tCO2eq enviados à atmosfera em 2009.

A informação foi dada nesta terça-feira (26) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na Reunião Anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Pelos cálculos do ministro, a queda pode chegar a 0,9 (33,6%) em relação a 2004, quando houve um pico das emissões brasileiras, de 2,6 bilhões de toneladas de CO2eq. A estimativa de redução está baseada na queda da taxa de desmatamento da Amazônia.

“Em 2009, o número do desmatamento na Amazônia foi de sete mil quilômetros quadrados aproximadamente. Um número bem menor quando comparado com os quase 20 mil verificado em 2005 e 25 mil em 2004. A tendência é de que tenhamos uma redução para cinco mil km² na taxa de 2010. Uma queda estimada de 25 a 30%”, disse Rezende, baseado em levantamento do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica (Prodes), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), a ser consolidado no mês que vem.
Na avaliação do governo, o novo quadro coloca o País em boas condições para cumprir o compromisso voluntário de redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) entre 36 e 39% em 2020. A proposta foi apresentada pelo Brasil na 15ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP15), realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 2009.

Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o País deve antecipar em quatro anos o compromisso assumido. “Mesmo com o crescimento, o Brasil tem o menor índice de desmatamento dos últimos 21 anos, com isso vamos antecipar a meta para 2016”, projetou.

Além da apresentação da publicação com as informações referentes à Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima a ser enviada, em março de 2011, à Convenção sobre Mudança do Clima, também foi assinado na reunião do Fórum o Decreto de Regulamentação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, e as diretrizes e ações estratégicas voltadas para cinco setores específicos: energia, siderurgia, agricultura e combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado.

Inventário

A Segunda Comunicação Nacional apresenta dados sobre os programas e ações relativos à mudança do clima, desenvolvidos até 2010 e inclui o Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa, para o período de 11000 a 2005.

O Inventário é um dos principais instrumentos para a definição de ações previstas na Política Nacional sobre Mudança do Clima porque reúne informações sobre as emissões nos diversos setores da atividade econômica. O documento avançou em cinco anos além do período estabelecido pelas diretrizes da Convenção que era de 11000 a 2000.

O Segundo Inventário atualiza os dados de 11000 a 1994 e apresenta novas informações para o período de 1995 a 2005. Mais de 600 instituições e cerca de 1.200 especialistas de diversos setores (energético, industrial, florestal, agropecuário e de tratamento de resíduos) foram mobilizados para sua elaboração.

O documento aponta crescimento de 57,8% das emissões de 11000 para 2005, mas na avaliação do coordenador geral de mudanças globais de clima do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), José Miguez, uma análise mais precisa desse comportamento deve levar em conta outras variantes relacionadas ao avanço da economia e da população brasileira no mesmo período. “O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 46,7% e a população 24,2%”, informa.

O levantamento utiliza como diretriz técnica básica documentos elaborado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Global do Clima (IPCC). Pela avaliação, o setor de Mudanças no Uso da Terra e Florestas foi responsável por 61% das emissões, seguido de Agricultura (19%), Energia (15%), Processos Industriais (3%) e Tratamento de Resíduos (2%).

Fundo Clima

O Decreto de regulamentação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC ou Fundo Clima) institui o Comitê Gestor do Fundo com o objetivo de administrar, acompanhar e avaliar a aplicação de recursos. O Comitê decidirá sobre a destinação dos recursos para projetos, estudos e empreendimentos de mitigação e adaptação da mudança do clima e seus efeitos.

O Comitê será composto por representantes governamentais, comunidade científica, empresários, trabalhadores e organizações não governamentais, tendo orçamento inicial de R$ 226 milhões para 2011.

COP 16

A reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas ainda abordou as estratégias do Brasil para a 16ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP16), que se realizará de 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancun, no México.

Com as novas ações, o Brasil pretende consolidar uma posição de liderança nas discussões de emissões de gases de efeito estufa no evento internacional. Na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não há o mesmo clima de expectativa de um acordo mundial como havia na COP15.

“As expectativas são modestas, sem grandes ambições. O Brasil chegará com uma posição moral elevada na COP16”, destacou Amorim, sustentando que o País já assumiu posição de vanguarda na COP15 ao ser o primeiro a apresentar uma proposta de redução das emissões.

+ Mais

Brasil anuncia novas ações para combate à mudança do clima

Crédito: Arquivo - Futuro na temática da mudança do clima
26/10/2010 - 07:45
O Brasil, a partir da implementação do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), reduziu em mais de 70% a taxa de desmatamento na Amazônia nos últimos sete anos. Isto contribuiu com a redução da emissão de 2,9 bilhões de tCO2eq (toneladas de carbono equivalente) até 2009. Esses dados revelam o avanço no compromisso voluntário apresentado pelo País na 15ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP15), realizada em Copenhague, em 2009.

A reunião anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas com o Presidente da República, que ocorre hoje (26), é a ocasião na qual o governo brasileiro, desde 2004, antecipa à sociedade seu posicionamento em relação às negociações internacionais e apresenta os seus resultados e proposições para o futuro na temática da mudança do clima.

Na reunião deste ano, haverá a apresentação de três ações estruturantes: a Segunda Comunicação Nacional à Convenção sobre Mudança do Clima, assinatura do Decreto de Regulamentação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e as diretrizes e ações estratégicas voltadas para cinco setores, reunidos no Sumário Executivo dos Planos de Mitigação, correspondentes aos compromissos voluntários assumidos em Copenhague.

A Segunda Comunicação Nacional apresenta o status da implementação da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no Brasil. O documento apresenta dados sobre os programas e ações relativos à mudança do clima, desenvolvidos até 2010 e inclui o Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa, para o período de 11000 a 2005.

O Inventário é um dos principais instrumentos para a definição de ações previstas na Política Nacional sobre Mudança do Clima porque reúne informações sobre as emissões nos diversos setores da atividade econômica.

Esse documento avançou em cinco anos além do período estabelecido pelas diretrizes da Convenção que era de 11000 a 2000. O Segundo Inventário atualiza os dados de 11000 a 1994 e apresenta novas informações para o período de 1995 a 2005. Mais de 600 instituições e cerca de 1.200 especialistas de diversos setores - energético, industrial, florestal, agropecuário, de tratamento de resíduos - foram mobilizados para sua elaboração.

A segunda ação é a assinatura do Decreto de regulamentação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC ou Fundo Clima) que institui o Comitê Gestor do Fundo com o objetivo de administrar, acompanhar e avaliar a aplicação de recursos. O Comitê decidirá sobre a destinação dos recursos para projetos, estudos e empreendimentos de mitigação e adaptação da mudança do clima e seus efeitos.

Esse Comitê será composto por representantes governamentais, comunidade científica, empresários, trabalhadores e organizações não governamentais. O orçamento inicial do fundo previsto para 2011 é de R$ 226 milhões. O FNMC permite que os recursos já existentes e os previstos na Lei do Petróleo sejam utilizados para adaptação e mitigação da mudança do clima. Além dos recursos oriundos da participação especial nos lucros da cadeia produtiva do petróleo, o Fundo Clima poderá receber recursos de outras fontes, inclusive recursos internacionais, dentre os quais aqueles que venham a ser estabelecidos no âmbito da Convenção do Clima.

A terceira ação traduz- se no Sumário Executivo de cinco planos de ação: dois voltados para prevenção e controle do desmatamento – Amazônia e Cerrado - e três específicos para os setores de energia, agricultura e siderurgia. Esses planos reúnem diretrizes e propostas de ações estratégicas para a redução voluntária da emissão de gases previstos na Política Nacional sobre Mudança do Clima, aprovada em 2009. A elaboração desses planos contou com a participação de diversos segmentos da sociedade representativos dos setores. Os Sumários serão entregues ao Fórum para que sejam discutidos e aprofundados em uma reunião específica, prevista para ocorrer em novembro próximo.

A reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas vai ainda preparar a estratégia do Brasil na 16ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP16), que se realizará entre 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancun, no México.

Com essas ações, o Brasil se fortalece para consolidar uma posição de liderança nas discussões de emissões de gases de efeito estufa com crescimento econômico e redução da pobreza.

A reunião do Fórum é nesta terça-feira (26), às 10h, no Salão Oeste do Palácio do Planalto, com a presença do Presidente da República. Ao final do evento será concedida uma coletiva de imprensa com os ministros da área e o secretário-executivo do Fórum.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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