PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE, PANTANAL GUARDA BIODIVERSIDADE ÚNICA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2010

15/10/2010
Ana Flora Caminha
Uma das maiores áreas alagadas contínuas do planeta, com 151.487 km2, o Pantanal é reconhecido como Patrimônio Nacional pela Constituição Federal e considerado Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, além de abrigar três Sítios Ramsar, Áreas Úmidas de Importância Internacional: Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal e Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Rio Negro.

O menor dos biomas brasileiros tem biodiversidade extremamente rica, com 3.500 espécies conhecidas de plantas, 463 de aves, 124 de mamíferos, 177 de répteis, 41 de anfíbios e 325 espécies de peixes de água doce. Segundo dados de 2008, o Pantanal, um dos biomas mais preservados do país, apresentava 83,14% de sua área total com cobertura vegetal remanescente. Tal cenário se explica pelo regime anual de inundação e pela baixa fertilidade dos solos, que ainda protegem muitas áreas do Pantanal.

Contudo, o bioma vem sofrendo com o desmatamento, a pesca ilegal, as queimadas, os projetos de infraestrutura de hidrelétricas, hidrovias e mineradoras sem bases sustentáveis, caça, invasão de espécies exóticas e poluição dos rios pelo uso de pesticidas. Segundo dados do inédito Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, entre 2002 e 2008 foram desmatados 2.479km2, o que equivale a 2,82% de seu território.

Conservação da biodiversidade - Rodeado pela Amazônia, Cerrado e Chaco Boliviano, o Pantanal cobre parte da Bacia do Alto Rio Paraguai e seus afluentes e tem apenas 2,5% de sua área oficialmente protegida por unidades de conservação federais, estaduais e particulares, ferramenta reconhecida e eficiente de conservação da biodiversidade. A atualização das Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e publicada em 2006, indica que há 45 são novas áreas prioritárias para conservação que somam 79.143 km2. Somadas às já existentes, o Pantanal teria 55,16% de seu território protegido.

O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Pantanal, reestruturado entre 2003 e 2005, teve sua execução iniciada em 2006 com a realização da Avaliação Ambiental Estratégica da região, em parceria com os estados de Mato Groso e de Mato Grosso do Sul. Ainda foram realizados os planos estaduais de recursos hídricos, foram implantados o Conselho Deliberativo da Reserva da Biosfera do Pantanal e o Programa de Formação em Educação Ambiental no Pantanal, cujo objetivo é criar uma dinâmica contínua de formação de educadores ambientais na Bacia do Alto Paraguai, com o envolvimento de diferentes setores da sociedade.

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Um novo cenário para o Cerrado

Bioma deverá ter reduzido o seu desmatamento em até 40% nos próximos 10 anos

11/10/2010
Ana Flora Caminha (*)
Berço das principais bacias hidrográficas brasileiras, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade. São 11.627 espécies de plantas nativas catalogadas, quase 200 espécies conhecidas de mamíferos, 1.200 espécies de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios. E, de acordo com estimativas recentes, o segundo maior bioma do Brasil é também refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

Apesar dos números grandiosos, apenas 51,54% de sua área abrigam vegetação remanescente, segundo dados do inédito Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite. Entre 2002 e 2008, o Cerrado teve uma perda média anual de 14.200 km2. Contudo, um novo cenário é esperado para o Cerrado em dez anos. O bioma, responsável por 5% da biodiversidade do planeta, poderá ter reduzido o seu desmatamento em até 40% até 2020 com as 151 ações previstas no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado), lançado em setembro pelo Ministério do Meio Ambiente.

Composto por um diagnóstico do bioma e da problemática do desmatamento, bem como de um plano operativo, o PPCerrado estabelece diretrizes para a conservação do bioma, considerando a capacidade institucional dos órgãos envolvidos e suas formas de integração, o monitoramento e a indicação de meios e ações destinados à redução das taxas de desmatamento, além das parcerias a serem consolidadas.

Conservação da biodiversidade

Os dois objetivos prioritários para o Cerrado são a conservação da biodiversidade e o combate ao desmatamento. Até 2011, o Governo planeja investir R$ 339 milhões em ações de fomento às atividades produtivas sustentáveis, monitoramento e controle, ordenamento territorial, educação ambiental e criação de 2,5 milhões de hectares em áreas protegidas.

Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de todos os hotspots mundiais, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. De seu território legalmente protegido (8,21%), apenas 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável, incluindo as reservas privadas (0,07%), números ainda distantes da meta de 10% de áreas protegidas por bioma, estipulada pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e confirmada pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio).

O PPCerrado, a exemplo do que foi feito na Amazônia, terá ações prioritárias nos 20 municípios que mais desmataram no período de 2002 a 2008. Estão previstas 151 ações como o aumento do consumo de carvão de florestas plantadas pela indústria de ferro gusa, o aumento de recursos para recuperação de áreas degradadas, monitoramento permanente da região pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um sistema de detecção em tempo real como o da Amazônia Legal, com informações capazes de agilizar as ações de comando e controle e reduzir o desmatamento, e a implementação do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Cerrado.

Para o combate às queimadas, serão contratados 4,5 mil brigadistas e também será feita assistência técnica, capacitação e formação para agricultores familiares e assentados de maneira a acabar com o uso de queimadas para a produção.
(*) Edição: Gerusa Barbosa


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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