AEROSSÓIS DE QUEIMADAS AUMENTAM NA AMAZÔNIA EM DOIS ANOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2010

Crédito: Arquivo
10/11/2010 - 08:56
A emissão de aerossóis, fuligem de queimadas em suspensão na atmosfera, aumentou significativamente na Amazônia em relação aos dois últimos anos (2008 e 2009). A constatação é do grupo de pesquisa de Qualidade do Ar, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT).

Os aerossóis são emitidos pelas queimadas, produtos da queima da biomassa, com maior incidência nos meses de agosto e setembro. O pesquisador do Cptec, Saulo Freitas, explica que as emissões de queimadas das regiões centrais e norte teriam migrado neste período para o oeste e noroeste da Amazônia, pela ação do vento. Nestas regiões, onde já estaria ocorrendo um período de estiagem, os aerossóis podem ter ajudado a intensificar a seca, já que estas partículas na atmosfera tendem a inibir a formação de nuvens.

Estudos recentes e preliminares vêm apontando a possibilidade de os aerossóis assumirem um papel relevante no clima destas regiões amazônicas, ao impactar o regime de chuva. Segundo Freitas, o tema, ainda muito recente, começa a atrair grupos de pesquisa, do País e exterior, que iniciam estudos sobre a relação entre aerossóis e o clima da região.

A medição dos aerossóis é também de interesse da área de saúde pública, que a utiliza como indicador de políticas públicas. A maior concentração destas partículas na atmosfera afeta diretamente a saúde das populações destas regiões, aumentando a incidência de doenças respiratórias.

A concentração dos aerossóis é obtida de forma indireta, a partir de dados do sensor Modis, dos satélites Terra e Acqua, da agência espacial norte-americana Nasa, que permitem calcular a diferença entre a radiação solar incidente sobre as camadas de aerossóis suspensos na atmosfera e aquela que chega à superfície. A medida é feita na escala Aerossol Optical Deeph (AOD - traduzida como Espessura Ótica do Aerossol), cujos valores estão diretamente relacionados com a quantidade de partículas na atmosfera.

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Peixe amazônico produz substância similar ao leite materno

10/11/2010 - 10:40
O peixe acará disco (Symphysodon spp), comum em Barcelos (interior do Amazonas) é um dos protagonistas do festival folclórico da cidade. Porém, algo mais chamou atenção dos cientistas que estudam as características dos peixes na região.

Uma pesquisa de cooperação internacional envolvendo o Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) projeto ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), revela que o peixe ornamental tem uma característica própria na hora de cuidar dos filhotes.

O acará disco produz um muco que, segundo os pesquisadores, é rico em nutrientes e tem função similar ao leite materno nos mamíferos (como ocorre em humanos). Os estudos foram feitos pelos estrangeiros Jonathan Buckley, Richard Mauder, Andrew Foey, Janet Pearce e Katherine Sloman em parceria com o cientista brasileiro Adalberto Val, coordenador geral do projeto Adapta e diretor do Inpa.

Neste processo de alimentação, os filhotes “beliscam” a pele dos “pais” para obterem o alimento. O diretor do Inpa afirma que foi necessário desenvolver uma tecnologia para realizar o estudo. “Foi criada uma esponja especial onde coletamos todo esse material, depois dissolvemos essa esponja no laboratório para fazer a análise. Outro fator importante do estudo foi a descoberta que por meio desse muco há a passagem de substâncias essenciais para o crescimento e imunidade do peixe”, enfatizou.

Ainda de acordo com as pesquisas, os poluentes presentes na água podem ser passados dos pais para os filhotes que por meio do muco os filhotes geram uma espécie de defesa. “Alguns poluentes são passados por meio do muco e esse poluentes servem para desencadear um processo resistência e essas substâncias”, declarou Val.

O desmame

As pesquisas revelaram ainda que este tipo de alimentação diferenciada para os filhotes se dá em um período de três semanas onde os pais começam o processo semelhante ao de “desmame”. Isso ocorre por apenas três semanas a partir daí o filhote de acará disco já busca seus alimentos motivados pelo afastamento dos pais.

O próximo passo agora é fazer a análise genética para saber quais são os genes responsáveis pelo estímulo à produção do muco com nutrientes que só ocorre no período em que há filhotes. “O muco é produzido sempre, mas o muco com essa composição só ocorre quando há os filhotes. Deve haver um mecanismo que estimula a mudanças da composição química do muco por cerca de três semanas e após esse período tudo isso desaparece e o filhote começa a ter vida independente”, explicou.

A pesquisa foi desataque no site da BBC e deve ser publicada ainda este ano no The Journal of Experimental Biology, publicação internacional, apontada como a mais importante na área de biologia experimental.

Sobre Adapta

O Adapta é uma rede de atividades de Biologia Aplicada e tem a proposta estudar as Adaptações de organismos aquáticos da Amazônia, por meio da incorporação de novos equipamentos, da estruturação de um serviço de bioinformática e capacitação de recursos humanos. O projeto faz parte dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT’s) e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisas do Estado do Amazonas (Fapeam), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

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Nova edição do livro sobre ecossistemas florestais da região do Rio Urubu é lançada

30/11/2010 - 11:30
Quem tem interesse em ampliar o conhecimento sobre a floresta e sua dinâmica por meio do estudo das diferentes comunidades florísticas, precisa adquirir a segunda edição da obra “Ecossistemas Florestais em Áreas Manejadas na Amazônia”, lançada pela Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).

A pesquisa foi desenvolvida durante cinco anos na Estação Experimental do Dendê do Rio Urubu (EERU) pertencente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), localizada no Km 87 rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara) à 140 Km ao leste de Manaus, com o financiamento do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPD/PPG-7).

O livro mostra a diversidade dos ambientes naturais e avalia a influência do cultivo do dendê nos diversos ambientes, com foco em três estudos relativos à caracterização estrutural e florística dos tipos de vegetação, natural e alterado pelo homem presentes na Estação; análise do efeito de borda, ou seja, a possível influência da clareira sobre a mata; estimativa de fitomassa e o estudo da polinização.

A palmeira dendê (Elaeis guineensis Jacq.) é de origem africana e é explorada há mais de 25 anos no Brasil principalmente pela Embrapa.

“A oportunidade de agregar diversos cientistas da área da Botânica, torna a referida obra uma experiência única no espaço e tempo a qual foi realizada, divulgando o conhecimento desses profissionais para as futuras gerações e consequentemente inventariando uma flora que no futuro não temos certeza que perdurará para as próximas décadas”, afirmou a pesquisadora e coordenadora do projeto e participante da elaboração da obra Ires Paula de Andrade Miranda.

Entidades participantes

Participaram do estudo pesquisadores da Coordenação de Pesquisas em Botânica (CPBO), da Embrapa, do Museu Paraense Emílio Goeldi, do Institut Recherche pour le Développement (IRD) e do Centre de Coopération Internationale em Recherche Agronomique pour Le Développement (Cirad).

Para adquirir a obra, os interessados podem entrar em contato com o setor de vendas da Editora do Inpa em horário comercial pelos telefones (92) 3643-3223 ou pelo email editora@inpa.gov.br.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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