ATIVISTAS DENUNCIAM À OEA IRREGULARIDADES DA USINA DE BELO MONTE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2010

11/11/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Entidades ambientalistas e de direitos humanas enviaram hoje (11) à Organização dos Estados Americanos (OEA) um documento denunciando o que consideram ser irregularidades na licitação e no processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Pará.

Na denúncia, os ativistas pedem que a OEA exija esclarecimentos do governo brasileiro e se manifeste pela suspensão imediata do licenciamento ambiental da obra, vetando o início da construção da hidrelétrica.

As organizações argumentam que, em nome da usina, o governo deixou de lado direitos fundamentais das comunidades tradicionais da região do Xingu e que a hidrelétrica ameaça “a segurança alimentar, o meio ambiente e o acesso à agua potável”.

Entre as áreas ameaçadas por Belo Monte, de acordo com as entidades, estão as comunidades Arroz Cru, Arara da Volta Grande, Juruna do km 17 e Ramal das Penas, todas às margens do Rio Xingu. Os ativistas alegam que há risco de epidemias e do aumento da pobreza na região, por causa do fluxo migratório de trabalhadores que serão atraídos pela obra.

“Apesar da gravidade e irreversibilidade dos impactos da obra para as comunidades locais, não foram realizadas as medidas adequadas para garantir a proteção dos direitos e do meio ambiente”, dizem.

Entre as entidades que assinam o documento estão o Movimento Xingu Vivo para Sempre, a Justiça Global, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Associação Interamericana de Defesa do Ambiente.

Belo Monte deve alagar uma área de 516 quilômetros quadrados. O que preocupa os ambientalistas não é o tamanho do lago – considerado pequeno – mas o desvio do curso do rio, que poderá deixar seca a região conhecida como Volta Grande do Xingu.

Em fevereiro, a usina recebeu a licença prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O documento foi alvo de várias ações na Justiça. Em abril, o empreendimento foi licitado. O início das obras ainda depende de outra licença do Ibama, a de instalação, que deve ser concedida após análise cumprimento de condicionantes ambientais pelo consórcio empreendedor.

As empresas pediram ao Ibama a concessão de uma licença parcial, para instalação do canteiro de obras. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará já enviou um recomendação ao órgão ambiental alertando que a legislação brasileira não prevê nenhuma licença parcial.

Em novembro de 2008, o Ibama concedeu licença de instalação parcial para a construção do canteiro e das obras iniciais da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira. A licença de instalação definitiva só foi assinada em junho de 2009.

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Conselho entregará documento sobre adaptações a mudanças climáticas para próxima presidenta

13/11/2010
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), formado por membros da sociedade civil e do governo, deverá formular, até março do próximo ano, uma minuta com diagnósticos e sugestões sobre como enfrentar os efeitos das mudanças climáticas nas populações mais vulneráveis.

O documento será entregue ao governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, e terá como base as discussões do seminário Mudanças Climáticas: Adaptações e Vulnerabilidades, que encerrou ontem (12) na sede do conselho, em Brasília.

Segundo a coordenadora do grupo de trabalho Mudança Climática, Pobreza e Desigualdade, do Consea, Gleyse Peiter, o objetivo dessas discussões é criar uma ação paralela ao debate global sobre a alteração do clima, que vise o atendimento direto à população que já está sofrendo os efeitos.

“A gente está falando que quem precisa se adaptar são as populações vulneráveis. Então, se adaptar é mudar a condição delas para que elas não sofram esses efeitos. Não estamos falando de se acostumar e, sim, de mudar visando à nova condição climática”, explica a coordenadora.

Segundo ela, a minuta que será entregue à Casa Civil do próximo governo trará diagnósticos, diretrizes e objetivos, com sugestões concretas de como atender a população. Ao todo, nove setores foram discutidos no seminário e serão abordados no documento: desenvolvimentos agrário, social e urbano, segurança alimentar e hídrica, trabalho, educação, saúde e prevenção de desastres.

“No caso das enchentes, por exemplo, a gente já sabe que virão doenças em seguida, como leptospirose. Então, se preparar para elas é estar adaptado. Assim como promover uma boa educação ambiental”, esclarece Gleyse.

Além da adaptação, a minuta tratará também de ações de prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. As políticas públicas sugeridas pelo Consea devem fazer parte, no futuro, de um Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, que tratará do assunto de forma mais profunda e ampla.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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