MERCADO DE CARBONO PRECISA DE REGRAS CLARAS PARA SE DESENVOLVER NO BRASIL, DIZ ESTUDO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2010

09/11/2010
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil precisa ter regras mais claras para desenvolver o mercado de créditos de carbono, ao estabelecer quem deve regular esse comércio e como o crédito deve ser tributado pelo Estado e contabilizado nos balanços das empresas. A conclusão é de uma série de estudos divulgada hoje (9) e feita a pedido da BM&F Bovespa, com apoio do Banco Mundial e da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep).

O mercado de créditos de carbono foi estabelecido pelo Protocolo de Quioto, que estabelece metas de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera para os países desenvolvidos. O acordo internacional também permite que as empresas desses países, para cumprir suas metas, “comprem” o gás poluente (carbono) que deixa de ser emitido por empresas “limpas” (isto é, que não emitem gases).

Como, pelo tratado, o Brasil não é obrigado a reduzir suas emissões, as empresas brasileiras podem desenvolver os chamados “mecanismos de desenvolvimento limpo” e vender créditos desse carbono não emitido para empresas poluidoras de outros países.

Além de vender créditos de carbono para o mercado internacional, o Brasil também vem desenvolvendo um mercado interno, pois algumas empresas brasileiras têm mostrado interesse em, voluntariamente, compensar os gases poluentes que elas emitem, com a compra desses créditos.

Segundo os estudos encomendados pela Bovespa, tanto para o mercado internacional quanto para o mercado doméstico, há a necessidade de haver regras mais específicas para o comércio.

Segundo Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um dos realizadores do estudo, a Lei 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, prevê a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O mercado brasileiro, no entanto, ainda não foi regulamentado.

“Um país que é voluntário pode estar mais bem posicionado no cenário mundial se ele estabelecer mecanismos que demonstrem, efetivamente, que ele está se adequando, em termos nacionais, ao processo de redução de gases de efeito estufa”, disse.

Apesar disso, para o especialista em Energia do Banco Mundial Christophe de Gouvello, o Brasil já deu o primeiro passo para estabelecer um mercado nacional de crédito de carbono, ao criar a Lei 12.187, que também prevê metas de redução de gases poluentes no país.

“Estamos no início do caminho. O primeiro passo para um mercado de carbono no Brasil é ter metas. E o governo já tomou uma decisão muito corajosa, de anunciar ao mundo, suas metas”, afirmou.

Os estudos também identificaram a necessidade de uma maior participação do setor público no mercado de crédito de carbono, com a elaboração de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo. Um dos estudos funciona como um guia para orientar o setor público a explorar essa área.

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Eficácia de financiamento em projetos de baixo carbono depende de monitoramento, diz estudo da FGV

09/11/2010
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os bancos públicos precisam desenvolver instrumentos de monitoramento para garantir a eficácia do financiamento em projetos de baixo carbono, mostra o estudo Financiamentos Públicos e Mudança do Clima. O trabalho, divulgado hoje (9), foi feito pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Segundo a pesquisadora Paula Peirão, “não faltam recursos para uma economia de baixo carbono”. Mas, ressaltou que as instituições financeiras ainda não têm instrumentos para avaliar o modo como o dinheiro é aplicado. “O grande desafio é comprovar a adicionalidade socioambiental”.

Os bancos públicos têm atualmente, de acordo com o relatório, “papel principal” no mercado de crédito brasileiro, “sendo o Banco do Brasil o líder do sistema nacional”. Essas instituições controlam, segundo o estudo, 40% das operações de crédito. Enquanto os três maiores bancos privados - Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander - são responsáveis por 34% desse mercado, levando em consideração o período entre junho de 2009 e o mesmo mês de 2010. O cálculo exclui o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O estudo também destaca as condições privilegiadas de crédito das instituições, mas também “a oportunidade de parcerias público-privadas para a catalisação de investimentos”.O Banco do Brasil por exemplo, é citado por oferecer linhas específicas para projetos de baixo carbono, como o BB Florestal que cresceu 42% em 2009, liberando R$ 598 milhões.

Mais importante, no entanto, que os empréstimos específicos, Paula Peirão aponta a adoção de critérios para que a concessão de crédito faça parte de uma estratégia para o fomento da economia sustentável. “É importante que haja cooperação entre as instituições [financeiras] públicas e o governo para que se possa trabalhar uma agenda em comum. As instituições têm de estar de acordo com o que está sendo proposto de políticas públicas”, disse.

Outro ponto que precisa ser melhor trabalhado, na opinião da pesquisadora da FGV, é a questão da adaptação às mudanças climáticas. Segundo ela, atualmente o foco são os projetos que reduzam as emissões de carbono na atmosfera. Mas Paula Peirão lembra que também é importante financiar as iniciativas para preparar a agricultura e as zonas costeiras aos resultados das mudanças no clima.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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