OEA PODE RECOMENDAR A SUSPENSÃO DE BELO MONTE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2010

11/11/2010 - O Movimento Xingu Vivo para Sempre e organizações representantes das comunidades que serão atingidas pela construção da hidrelétrica no Pará enviaram hoje (11) um documento à OEA contendo denúncias de violações a tratados internacionais e ameaças a comunidades indígenas e ribeirinhas do Rio Xingu. OEA exigirá explicações do Estado e pode solicitar impedimento das obras.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) recebeu hoje (quinta-feira, 11) um documento que denuncia as ilegalidades no processo de licitação e os impactos às comunidades indígenas e ribeirinhas que serão atingidas pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Assinada pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre e por outras organizações representantes das comunidades – Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Prelazia do Xingu, Sociedade Paraense de Direitos Humanos (SDDH), Justiça Global e Associação Interamericana de Defesa do Ambiente (AIDA) –, e elaborada com a participação de mais de vinte organizações e movimentos sociais apoiadores, a petição solicita em caráter de urgência a concessão de medidas cautelares* para a suspensão do processo de licenciamento ambiental do projeto.

Na denúncia, as entidades afirmam que o Brasil está violando tratados internacionais ao ignorar direitos fundamentais das comunidades Arroz Cru, Arara da Volta Grande, e Ramal das Penas, todas à beira do Rio Xingu e Juruna do Km 17, na estrada que vaipara Vitória do Xingu. O deslocamento forçado – sem consulta prévia e consentimento livre das comunidades – e as ameaças à segurança alimentar, ao meio ambiente e ao acesso a água potável são alguns dos problemas graves do projeto ressaltados no documento. As organizações lembram que em 2009 a OEA concedeu medidas cautelares que determinaram a suspensão das obras de construção da usina hidrelétrica Chan 75, no Panamá, devido ao deslocamento forçado de comunidades indígenas locais. Outros casos da América Latina também são citados.

Baseadas em pareceres de órgãos estatais – como o Ibama e o Ministério Público Federal – e em laudos técnicos de especialistas, as entidades afirmam ainda que a construção de Belo Monte ocasionaria o aumento de doenças e da pobreza, além de causar o surgimento de fluxos migratórios desordenados que sobrecarregariam os sistemas de saúde, educação e segurança pública da região. “Apesar da gravidade e irreversibilidade dos impactos da obra para as comunidades locais, não foram realizadas as medidas adequadas para garantir a proteção dos direitos e do meio ambiente”, conclui o texto do documento.

Como é o trâmite na OEA?

O Governo Federal afirma que as obras de construção de Belo Monte devem ser iniciadas em breve, e que, apesar das últimas recomendações do MPF, a licença de instalação do IBAMA pode sair nas próximas semanas. Por se tratar de pedido urgente de medidas cautelares – efetuado quando há risco iminente de violação de direitos humanos –, a OEA, através da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), exigirá esclarecimentos imediatos do Estado brasileiro e, em seguida, emitirá sua decisão. Caso o pedido de medidas cautelares seja aprovado, cabe ao Governo Federal o cumprimento das exigências determinadas pela CIDH em sua resolução.

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Comunidades denunciam ameaças de morte a lideranças na Reserva Extrativista do Rio Ituxi, no sul do Amazonas

12/11/2010 - O Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista do Rio Ituxi (CDRRI) está divulgando uma moção em que denuncia o clima de insegurança e grave risco de vida ao qual estão submetidas as suas lideranças na região do município de Lábrea, sul do Estado do Amazonas.

De acordo com documento, os responsáveis pelo clima de terror na região são garimpeiros, grileiros e outros, descontentes com a decretação da Reserva Extrativista (Resex), cuja criação feriu interesses econômicos dessas pessoas “que lucram com o desmatamento e a escravidão das populações tradicionais”.

A moção afirma que a principal vítima das ameaças é o pastor Antonio Vasconcelos, que tem recebido seguidas ameaças de morte. Vasconcelos é presidente de uma das associações locais de produtores agroextrativistas.

Trinta conselheiros do CDRRI, representantes de comunidades da região e instituições governamentais e não governamentais afirmam temer pelo desenrolar dos fatos, já que as ameaças endureceram e as lideranças continuam sem proteção.

O documento pede presença da Polícia Federal e responsabiliza o Estado – federal, estadual e municipal – por qualquer ato de violência contra os líderes nas regiões dos rios Ituxi e Purus.


 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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