CONFERÊNCIAS DISCUTEM NOVO MODELO ECONÔMICO

Panorama Ambiental
São Paulo(SP) – Brasil
Dezembro de 2010

02/12/2010 - A 1ª Bolsa Internacional de Negócios da Economia Verde – BINEV chegou ao seu terceiro dia nessa quinta-feira, 02.12, em São Paulo. Temas importantes para a mudança rumo a uma economia de baixo carbono foram discutidos por conferencistas nacionais e internacionais.

O eco design foi um dos temas discutidos no encontro. O italiano Marco Capellini, diretor de marketing da Matrec – Material Recycling, participou de um dos painéis de construção civil sustentável. “O termo sustentabilidade inflacionado tem sido usado em alguns casos impropriamente para justificar um comportamento ou ação de preservação ambiental sem fornecer explicações adequadas”, afirmou.

Para ele o importante é entender onde, como e quando o produto é sustentável. ”O projeto ambiental de um produto, mais conhecido como eco design, é a estratégia projetual que analisa e avalia o impacto ambiental durante o ciclo de vida do produto para sucessivamente intervir no processo do seu aprimoramento”, acrescentou.

Para o CEO da Green Building Councio – GBC Brasil, Nelson Kawakami, o mundo consome muito mais do que o planeta pode regenerar. A preocupação com a certificação dos prédios está conseguindo mais adeptos a cada dia. “Isso é importante porque o ciclo de vida de um edifício é o que mais denigre o meio ambiente”, explicou.

Energias renováveis

Etanol e as energias eólica e da biodigestão foram temas das conferências de energias renováveis. O presidente da Associação Brasileira de Energias Renováveis e Meio Ambiente, Ruberval Baldini, disse que a implementação de uma energia limpa e sustentável como a solar, só vai se estabelecer com uma demanda específica incentivada por políticas públicas. “O governo tem que direcionar para a expansão da geração solar fotovoltaica em busca de matrizes energéticas limpas”, disse.

Como exemplo, Baldini citou o estádio construído pela China nas olimpíadas, o Ninho do Pássaro. “Foi construído integralmente com painéis de energia solar fotovoltaica. E para a copa de 2014 também há exigências de uso de energia solar nos estádios. É natural que nos próximos anos a demanda por esse tipo de energia cresça significativamente”, acrescentou.

Para Ademar Ushima, coordenador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, na produção de etanol, por meio da cana-de-açúcar, gera-se muito bagaço de palha, que pode ser usado como adubo natural. “Mas para aproveitar melhor esse resíduo, o processo de gaseificação dessa substância pode gerar um gás de síntese com o qual se pode dobrar a produção desse combustível”, afirmou.

Pelo saneamento ambiental também se gera energia. Elso Vitoratto, diretor da Nova Era, afirmou que a biodigestão anaeróbica é um processo de fermentação efetuado por bactérias, que pode ser usada como geração de energia. “No resultado dessa biodigestão se obtém o biogás, que tem um aproveitamento energético significativo para ser usado como combustível veicular”, explicou.

Saneamento Ambiental

Mauro César Bernardes, gerente da divisão técnica de equipamentos de informática CEE/CEDIR, expôs sobre a situação do descarte de lixo eletrônico, enfatizando a experiência do E-lixo Maps, implantado em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e o Instituto Sérgio Motta. “É um importante projeto que auxilia o descarte correto de materiais eletrônicos. O usuário do material que será descartado pode conferir na internet o posto de coleta autorizado mais próximo de sua residência”, afirmou.

De acordo com o palestrante, mais de 450 mil celulares são descartados incorretamente por dia nos E.U.A. “Lixos eletrônicos de países do primeiro mundo são enviados para países subdesenvolvidos, principalmente da África. Os materiais quase não são aproveitados e também contaminam as populações carentes locais com produtos tóxicos cancerígenos que podem desenvolver problemas de reprodução e mutação”, declarou.
Texto: Lukas Campagna Fotografia: José Jorge e Pedro Calado

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Rodadas de negócios marcam segundo dia da BINEV

01/12/2010 - A 1ª Bolsa Internacional de Negócios da Economia Verde – BINEV não discute apenas um novo modelo econômico, de baixo carbono. A prospecção de novos negócios e parcerias comerciais também é um dos objetivos do evento. Durante o segundo dia da BINEV, 64 empresas participaram da Bolsa de Negócios e fecharam acordos ou prospectaram novos negócios.

A Bolsa de Negócios é uma área na qual os participantes podem apresentar projetos para pesquisadores, investidores, empreendedores, empresários, bancos de fomento, de origem nacional e internacional. "Aqui empresários deram inicio a novos projetos e até mesmo fecharam acordos comerciais. Outros, marcaram visitas a empresas e deixaram um canal aberto para novas conversas", explicou o secretário adjunto de Estado do Meio Ambiente, Casemiro Tércio Carvalho.

O segundo dia também contou com conferências sobre Agricultura e Florestas, Transporte Sustentável e Tecnologias Verdes.

Agricultura e Florestas

O ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Xico Graziano, foi moderador do debate Agricultura e Florestas. Ele destacou a importância da criação do Pagamento por Serviços Ambientais – PSA, que começou com programas pilotos em algumas cidades do Estado e está ajudando os pequenos agricultores a proteger suas nascentes e matas ciliares.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João de Almeida Sampaio, falou sobre a biomassa, com destaque para o etanol. "Hoje essas fontes superam a geração de energia elétrica no Estado, só perdendo para o petróleo. Com os avanços tecnológicos e a mudança para essa cultura da economia verde, em breve, alcançaremos o primeiro lugar", afirmou. O governo paulista reduziu a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS e criou o Protocolo Agroambiental, com o objetivo de fortalecer a competitividade do etanol, uma energia renovável, com as energias fósseis como a gasolina e o diesel.

Tecnologias Verdes

O diretor do programa europeu do Climate Group, o inglês Luc Bas, avaliou que são as tecnologias verdes que tornarão as mudanças climáticas mais visíveis e nos ajudarão a monitorar nossos impactos ambientais e as nossas emissões. "Esta é a hora de lutar por uma revolução industrial limpa e lançar novas tendências e idéias para o desenvolvimento sustentável", afirmou.

O sócio diretor da CometasBr, empresa de filtração eficiente, Jan Paul Sorensen, contou que a Dinamarca dobrou, nos últimos 10 anos, seu Produto Interno Bruto – PIB sem aumentar as emissões de carbono. "Provando que é possível fortalecer a economia sem prejudicar o meio ambiente”, citou.

Ele também apresentou alguns programas de sucesso na área de transporte sustentável. "Em Copenhague, 54% dos trajetos feitos nas vias urbanas são por meio de bicicleta. São políticas públicas eficientes de educação ambiental que são implantadas na população já na infância, quando as crianças ganham carteiras de habilitação para andar de bicicletas e aprendem sobre a vantagem ambiental de usar esse transporte”, expôs.

Ricardo Valente, diretor presidente da Tecori, apresentou um projeto de sucesso de descontaminação e reciclagem de transformadores elétricos. "Um transformador é composto de 33% de óleo, e o restante de materiais metálicos. Esse óleo é o PCB, que tem densidade mais alta que a água, logo, em contato pode gerar contaminação em áreas saturadas e de mananciais. É um resíduo tóxico e provavelmente cancerígeno. São Paulo saiu na frente com uma lei que dispõe sobre a eliminação desse óleo até 2020, aplicando multas e regulamentações. A descontaminação do óleo em transformadores elétricos é um processo limpo, sem geração de resíduos e totalmente automatizado", explicou.

Transportes Sustentáveis

Murat Mirata, pesquisador associado do Internacional Institute for Industrial Environmental Economics – IIEE, disse que o problema global atual é o fluxo de demandas industriais e o consumo excessivo, que acabam por produzir e despejar resíduos em altas quantidades. “É preciso entender o ciclo de vida de um produto para otimizar as alternativas que o adaptarão para prejudicar menos expressivamente o ambiente”, concluiu.

Programação

Nos próximos dois dias de evento haverá palestras, mostras de tecnologias, casos de sucesso e bolsa de negócios sobre os temas: construção civil sustentável, energias renováveis, indicadores para economia verde, instrumentos econômicos, saneamento ambiental e turismo.
O evento contará com mais de 100 palestrantes. Entre eles, Scott Thompson, ministro adjunto da Divisão de Políticas Legislativas e Planejamento do Ministério dos Transportes de Ontário; Mark Lundell, do Banco Mundial e Hervé Martin, chefe da LIFE – Ambiente e Eco-inovação da direção geral de ambiente da Comissão Européia.
Texto: Lukas Campagna


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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