CARTILHA MOSTRA RISCOS DE MUDANÇAS NO CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2011

28 Janeiro 2011 - Por Bruno Taitson - O coletivo de organizações não-governamentais ambientalistas SOS Florestas lançou esta semana, em Brasília, a cartilha Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental. A publicação busca explicar, com argumentos técnicos, científicos e históricos, as principais consequências das mudanças propostas pelos deputados ruralistas ao Código Florestal.

A cartilha demonstra, em linguagem simples, que a aprovação do substitutivo apresentado em junho pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) pode gerar um quadro de insegurança política, aumento generalizado de desmatamento e vulnerabilidade de populações rurais e urbanas a catástrofes naturais.

Para Raul Valle, coordenador adjunto do programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), a inconsistência das mudanças propostas fica clara na publicação. “A cartilha demonstra para a sociedade os vários equívocos da proposta apresentada por Aldo Rebelo e as consequências das modificações no Código para a vida das pessoas”, destacou.

Com o documento, o SOS Florestas procura levar para parlamentares, imprensa e cidadãos brasileiros um debate que vem ocorrendo em portas fechadas, de forma tendenciosa sem ouvir o movimento social, especialistas e academia. A cartilha será distribuída para parlamentares e tem sua versão eletrônica disponibilizada na íntegra no site do WWF-Brasil.

De acordo com Carlos Rittl, coordenador do programa de Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, a publicação cumprirá a importante função de esclarecer o que está em jogo com as propostas de mudança. “A cartilha esclarece uma série de contrainformações que foram divulgadas, de que o Código Florestal não se relaciona com as tragédias provocadas por enchentes e deslizamentos em áreas urbanas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Na verdade, a relação é direta”, avalia Rittl.

A devastação da cobertura florestal às margens de cursos d’água contribui para o assoreamento do leito dos rios, aumentando a velocidade de escoamento das águas, provocando erosões e enxurradas. Os impactos, portanto, acontecem tanto em áreas rurais quanto urbanas.

A cartilha é amparada por diversos estudos científicos que foram ignorados na elaboração do projeto de mudanças no Código Florestal apoiado pelos ruralistas. “Está cientificamente demonstrado que as mudanças propostas, como anistia a desmatadores, redução de áreas de preservação permanente e diminuição de reserva legal, gerariam enormes emissões de gases de efeito estufa, aumento generalizado de desmatamento em todos os biomas e vulnerabilidade da população a eventos extremos”, resume Carlos Rittl.

A cartilha Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental será levada na primeira semana de fevereiro, quando inicia-se a nova legislatura no Congresso, a parlamentares e assessores.

Fazem parte da frente SOS Florestas as ONGs Apremavi, Greenpeace, Imaflora, Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto Socioambiental (ISA) e WWF-Brasil.

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Tragédias expõem riscos de mudanças no Código Florestal

24 Janeiro 2011 - Por Bruno Taitson* - As enchentes observadas recentemente em várias regiões do Brasil, com mais de 800 mortos, reforçam a necessidade de que mudanças no Código Florestal sejam discutidas com diversos setores da sociedade e de que o substitutivo apresentado em junho de 2010 para modificar o Código Florestal seja rejeitado pela Câmara dos Deputados. As modificações propostas, que não têm respaldo técnico e científico, agravariam o problema, possibilitando a ocupação de áreas hoje consideradas de proteção permanente ou de reserva legal, e expondo mais pessoas a riscos decorrentes de grandes catástrofes naturais.

De acordo com Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de conservação do WWF-Brasil, a forma como se ocupam margens de rios e outras áreas sensíveis, não só nas cidades como também em áreas rurais, afeta diretamente a intensidade das cheias. “Uma das principais causas das mortes geradas pelas enchentes é a devastação de áreas de preservação permanente, que contribui para o assoreamento do leito dos rios, aumento da velocidade de escoamento das águas e enxurradas e caudais ainda mais fortes em decorrência de trombas d’água”, afirma.

Scaramuzza lembra que o problema vivido pelo Brasil na atual temporada de chuvas deve ser discutido considerando duas questões fundamentais: a ocupação de locais de risco em cidades e o desmatamento de margens de rios em áreas rurais. “É claro que um Código Florestal mais permissivo tem impacto direto nos dois aspectos”, avalia.

Outro ponto importante é o fato de que as vítimas não estão apenas em aglomerações urbanas. Há diversos registros de prejuízos em lavouras e criações, destruição de instalações e, lamentavelmente, perda de vidas. “Ao contrário do que temos escutado, não se trata de um problema exclusivo das cidades. As questões estão interligadas”, resume o superintendente de conservação do WWF-Brasil.

Eventos climáticos extremos

Para o coordenador do programa de Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, Carlos Rittl, a importância das áreas de proteção permanente (APPs) será ainda maior no futuro. “Diversos estudos comprovam a ampliação em quantidade e em intensidade dos eventos climáticos extremos, como são chamados genericamente tempestades, veranicos e estiagens, especialmente na região Sudeste do país”, salienta Rittl.

Ele destaca também a importância das estratégias de adaptação às mudanças climáticas. “É urgente a necessidade de desenvolver um plano nacional de adaptação, preparando o país e sua população para um clima mais severo, como predizem os modelos climáticos. Diante desse quadro, a conservação das florestas prescrita pelo Código Florestal tem papel fundamental.”,

Custos econômicos

Os desastres ambientais, além da inestimável perda de vidas, causam enormes prejuízos econômicos às sociedades. Os dados do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, que subsidiam os números oficiais da ONU, são alarmantes. As dez maiores catástrofes climáticas brasileiras ocorridas até 2010 teriam afetado mais de 59 milhões de pessoas e gerado prejuízos de quase 9 bilhões de dólares.

Além de serem estimativas consideradas conservadoras, não levaram em conta a recente tragédia no país, ocorrida nos meses de dezembro de 2010 e janeiro de 2011, considerada a maior de toda a história. De acordo com a companhia de resseguros Swiss Re, os prejuízos provocados por desastres naturais somente no ano passado, em todo o planeta, ultrapassaram os 220 bilhões de dólares.

Cartilha

O WWF-Brasil disponibiliza para download a cartilha Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental. Produzida pelo coletivo de ONGs ambientalistas SOS Florestas, a publicação esclarece os principais pontos do substitutivo apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e discute as graves consequências das modificações propostas. A cartilha será também entregue aos deputados federais que assumem o mandato em 1º. de fevereiro.
*Colaborou Aldem Bourscheit


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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