INPA REALIZA NOVO EXPERIMENTO EM PEIXES-BOIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2011

26/01/2011 - O Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), em parceria com a Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), recebeu no Parque Aquático Robin C. Best a equipe de pesquisadores japoneses para a realização de novos experimentos com peixes-bois da Amazônia (Trichechus inunguis).

A equipe é formada pelo Dr. Tomonari Akamatsu da Divisão Nacional de Ciência e Tecnologia de Tóquio e pelas alunas de doutorado Yukiko Sasaki e Yayoi Yoshida do Centro de Pesquisa da Vida Silvestre em Kyoto. O objetivo da pesquisa é analisar o comportamento alimentar do peixe-boi da Amazônia em cativeiro.

No Parque, atualmente, vivem 49 peixes-bois vítimas da caça predatória na região. “O intuito é também detectar o som e a mastigação do peixe-boi e distinguir os diferentes alimentos consumidos pelo animal após a sua reintrodução na natureza, comenta Diogo Souza, biólogo e pesquisador da Ampa. “A realização deste estudo piloto é de extrema importância, pois não conseguimos observar os animais se alimentando na natureza e, com isso, podemos identificar se os animais estão realmente se alimentando de plantas consumidas pelos peixes-bois de vida livre, que nunca saíram de seu habitat natural”, relata Souza.

O método utilizado pelos pesquisadores é o “acoustic data logger”, no qual é feito o registro dos dados sonoros, por meio de um hidrofone. Caso os pesquisadores obtenham sucesso, o aparelho será acoplado ao cinto transmissor dos peixes-bois escolhidos para retornar à natureza, por meio do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia Criados em Cativeiro, realizado pela Ampa e Inpa desde 2008.

“Estamos analisando os diferentes tipos de plantas consumidas pelos peixes-bois e os diferentes sons da mastigação", Observou Akamatsu. Ele explicou que no último trabalho de reintrodução realizado pelo LMA, constatou-se que um dos peixes-bois teve dificuldade de procurar alimento e morreu. "Este dispositivo possui uma bateria para durar nove dias. Terminado este período, o dispositivo se soltará do cinto transmissor, utilizado para a monitorar os peixes-bois, e poderá ser encontrado através da radiotelemetria, mesma tecnologia já usada pelos pesquisadores da Ampa e do Inpa no monitoramento. Em laboratório, poderemos analisar se nos primeiros dias, após a reintrodução, o animal estará se alimentando com frequência”, relatou.

É um sistema inédito, nunca testado antes com outros animais. Com esta tecnologia, também poderá ser analisado se o peixe-boi reintroduzido à natureza está conseguindo socializar com os peixes-bois que já habitam a área. “Caso haja a vocalização de um ou mais peixes-bois, além do reintroduzido, fica clara a inserção deste ao meio natural”, comenta Akamatsu. “Trata-se de uma tecnologia moderna que poderá contribuir para o conhecimento da ecologia alimentar da espécie em seu habitat natural”, acrescentou Souza.

Ação conjunta

O primeiro passo foi dado em 2007, com a criação de um termo de cooperação técnica entre o LMA e os pesquisadores japoneses do Instituto de Pesquisas Oceânicas da Universidade de Tóquio (JP).

Em setembro de 2007, foi realizado o primeiro experimento com a tecnologia “data logger”, com o objetivo de desenvolver um método capaz de investigar o comportamento de natação (tempo de mergulho, profundidade do mergulho, velocidade e ângulo de natação) dos peixes-bois da Amazônia na natureza.

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Inpa recebe primeiro peixe-boi resgatado este ano

04/01/2011 - E a história se repete. Um peixe-boi foi encontrado nadando sozinho à margem do rio. E a mãe? Alguém viu? Ninguém sabe responder. Primeiro dia útil do ano, mais um filhote condenado a crescer fora de seu ambiente natural sem os cuidados da mãe.

O relato do catraieiro Elias Gomes Lima que encontrou o animal foi comovente. Muito emocionado, ele disse nunca ter visto um peixe-boi na vida, por isso talvez ele labutava em seu lugar. O trabalhador de 25 anos, junto com seus companheiros de serviço, limpavam os braços do rio cheios de plantas aquáticas, fenômeno na Amazônia conhecido como Tapagem, quando avistaram o filhote.

Esse fenômeno existe em regiões onde a população da espécie está reduzida. O peixe-boi tem um papel importante para o equilíbrio do ecossistema, como é um animal herbívoro, alimenta-se de plantas aquáticas, portanto, evita que as plantas se acumulem no rio, permitindo a passagem de canoas.

Em 2010, 13 filhotes foram resgatados pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), que atua em convênio com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e é patrocinada pela Petrobras. Foram animais que perderam temporariamente sua função no ecossistema, pois são candidatos a retornar à natureza, por meio do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia Criados em Cativeiro, realizado pela Ampa e Inpa.

“Nosso objetivo não é colecionar exemplares da espécie. Recomendamos que quando um filhote for avistado sozinho; que a pessoa possa observar por alguns minutos se a mãe está por perto. Se ele de fato estiver sozinho, aí sim, entrar em contato com os órgãos ligados ao meio ambiente para fazer o mais rápido possível o resgate. Caso contrário, orientamos que devolva o animal imediatamente para a natureza para que ele possa exercer sua função no ecossistema”, ressalta o diretor da Ampa, Jone César Silva.

A filhote fêmea, encontrada nesta segunda-feira (3), no interior do Amazonas, na comunidade do Cacau-Pirêra, vinculado ao município de Iranduba (distante 25 quilômetros de Manaus) e encaminhada ao Inpa pela Patrulha Ambiental recebe os primeiros cuidados dos Amigos do Peixe-boi. O animal está em período de quarentena para se adaptar ao cativeiro.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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