RURALISTAS QUEREM VOTAR LOGO O CÓDIGO FLORESTAL PARA GARANTIR FINANCIAMENTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2011

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Lideranças ruralistas devem manter a movimentação para apressar a votação de mudanças do Código Florestal. A bancada quer votar o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) o mais rápido possível, a tempo de evitar as restrições de financiamento rural, que entram em vigor em junho.

Essa semana, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) associou a revisão do código à inflação de alimentos e alertou para o risco de alta nos preços se os produtores não tiverem acesso a financiamento por causa de pendências ambientais.

A partir de 12 de junho, o Banco do Brasil não vai mais emprestar dinheiro para produtores que não apresentarem a averbação da reserva legal (registro em cartório) ou aderirem ao Programa Mais Ambiente, criado pelo governo para regularização ambiental de propriedades rurais.

Desde janeiro, o banco estava exigindo que os produtores assinassem uma declaração afirmando ter ciência de que a partir de junho a lei será aplicada. O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), reclamou do alerta do banco e a partir da próxima semana a declaração não será mais cobrada.

Além da proposta de Aldo Rebelo, um novo texto deve ser apresentado para discussão da revisão do código, preparado pelo governo. Ministérios “rivais”, como os do Meio Ambiente e da Agricultura, estão se entendendo melhor sobre os pontos mais polêmicos das mudanças na lei e a proposta será fechada pela Casa Civil da Presidência da República. Oficialmente, não há previsão de data para apresentação do substitutivo.

Micheletto disse que os parlamentares não vão aceitar um texto pronto do Executivo e que a proposta que valerá para o debate na Câmara é a de Aldo Rebelo. “Independentemente do envio de substitutivo, o governo tem que respeitar o que o Parlamento está fazendo. O plenário vai votar o texto do Aldo, isso é acordo político já feito. O Executivo não pode interferir."

Segundo Micheletto, as bancadas estão tentando negociar os pontos mais polêmicos, inclusive com o Ministério do Meio Ambiente, para viabilizar as mudanças da lei ainda no primeiro semestre.

Para o coordenador de Código Florestal da Campanha Amazônia do Greenpeace, Rafael Cruz, o governo deveria se posicionar de maneira mais clara sobre as mudanças, para que a lei florestal não seja atropela pelo “tratoraço” da bancada ruralista.

“É hora do governo se posicionar sobre esse assunto. Tem que dar sua posição definitiva. A independência entre os Poderes é essencial, mas o governo tem o papel inegável de se posicionar”, avalia.

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CNA conclui estudo que mostra crescimento de matas e florestas em terras particulares

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Preocupada em evitar que o Executivo apresente uma proposta alternativa para o Código Florestal, no lugar do projeto que tramita no Congresso Nacional, a presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), fez hoje (14) uma visita ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, para apresentar um estudo que mostra o crescimento das áreas florestais em terras particulares.

De acordo com a CNA, enquanto as áreas produtivas aumentaram 32,1% entre 1960 e 2006, as áreas de mata e floresta dentro de propriedades privadas cresceram 72,5%. De acordo com o estudo, dos 329,9 milhões de hectares de áreas privadas, quase 100 milhões de hectares estão cobertos por matas e florestas.

“Em 46 anos, o crescimento das matas e florestas localizadas dentro de áreas privadas foi mais do que o dobro [em termos proporcionais] do crescimento geral registrado das áreas privadas. Estamos totalmente inseridos no processo de melhoria das condições das matas ciliares, protegendo a água e todas as encostas que estiverem ferindo os aquíferos e rios subterrâneos, porque estas são nossas fontes de vida”, argumentou a senadora, após reunir-se com Rossi.

O estudo apresentado pela CNA ao ministro Wagner Rossi tem por base dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Kátia Abreu acrescentou que as preocupações dos ambientalistas, de que o novo código representaria anistia para produtores que desmataram no passado, têm “foco errado”, e que os produtores também estão preocupados em conter o desmatamento.

“Os números mostram que anistia e perdão não existem porque, de 1965 para cá, quando foi criado verdadeiramente o primeiro Código Florestal Brasileiro, pouco se aumentou a área privada no Brasil, sendo que, no meio do caminho, inserimos, ainda, uma reserva legal do cerrado. Quando ela foi criada, os produtores já tinham desmatado no passado com orientação, autorização e financiamento do Poder Público. Então a penalidade não pode retroagir em cima de uma lei que foi obedecida à época”, afirmou Kátia Abreu.

O ministro Wagner Rossi também descartou a possibilidade de uma proposta ser apresentada pelo governo. Segundo ele, as informações de que a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, teria acenado com essa proposta não procedem. “Não creio nessa possibilidade porque estou certo de que conseguiremos chegar a um consenso. É natural que a ministra [Isabela Teixeira] apresente propostas, assim como faz a senadora Kátia Abreu” disse Rossi. Segundo ele, o código está obsoleto e precisa se atualizar como qualquer lei com mais de 40 anos, na busca por segurança jurídica. “Estamos todos voltados para a construção de um consenso. A decisão, portanto, será do Congresso Nacional”, concluiu o ministro.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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