ALOIZIO MERCADANTE AFIRMA QUE USINAS BRASILEIRAS SÃO SEGURAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2011

Crédito: Lecino Filho - Mercadante fala com jornalistas sobre segurança das usinas brasileiras
16/03/2011 - 08:01
Em repercussão ao acidente atômico ocorrido em uma das usinas japonesas, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, tranquilizou na tarde desta terça-feira (15) a população brasileira sobre a possibilidade da ocorrência de um fato semelhante no País. Mercadante enfatizou que as usinas brasileiras possuem sistemas diferenciados de segurança. Ele citou, por exemplo, que as varetas que compõem os reatores têm a capacidade de reter com mais eficiência um possível vazamento. Outro ponto diz respeito ao sistema independente de refrigeração. E, por último, uma sala de contenção com paredes mais espessas que a dos asiáticos.

O ministro explicou ainda que o Brasil não está sujeito a fenômenos naturais como maremotos e terremotos na proporção que atingiu cidades do Japão e, principalmente, os ocorridos nos reatores da usina de Fukushima, localizada a 240 quilômetros de Tóquio. “Apesar disso, nossas usinas localizadas em Angra dos Reis (RJ), foram construídas para suportar terremotos que medem até 6,5 na escala Richter e inundações de até sete metros”, destacou.

Mercadante anunciou também a disponibilização no site da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) de análises diárias a respeito do acidente ocorrido no Japão. “Os técnicos da Comissão, responsáveis pela segurança das usinas brasileiras farão uma leitura dos fatos à medida que forem surgindo novas informações, sobre o vazamento de Fukushima. A nossa próxima ação é deixar no site da Cnem relatórios diários sobre a situação da emissão de material nuclear”, disse.

O ministro da pasta de C&T não descartou também a possibilidade de surgir novos protocolos de segurança a partir desse último acidente. “É evidente que o caso do Japão deverá culminar em uma série de novos protocolos. E, acontecendo isso, o Brasil irá adotar todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população. Estaremos presentes em todas as discussões. O caso será acompanhado pela Cnem com toda a atenção, que certamente passará a exigir todos os protocolos tanto das usinas brasileiras existentes quanto das possíveis novas construções”, lembrou.

Outro ponto defendido por Aloizio Mercadante é que o Brasil está seguro com relação às suas usinas nucleares, entretanto, precisa olhar para a questão das enchentes. Neste sentido, reiterou o esforço do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em implantar o Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais. “Estamos atentos ao caso ocorrido na região serrana do Rio de Janeiro e precisamos dar uma resposta para a população. Para isso, já no próximo verão teremos parte do sistema implantado nas principais áreas atingidas”, ressaltou.

Em todo o mundo existem mais de 400 usinas nucleares e mais de 60 estão em construção. Aloizio explicou quais são atualmente as iniciativas do Brasil na área da energia nuclear e sobre os órgãos responsáveis. “Hoje, a Cnem é responsável principalmente por fiscalizar toda e qualquer atividade nessa área. Além dela, os ministérios de Minas e Energia e da Defesa também possuem responsabilidade nesse processo. No da Defesa por exemplo existe o projeto de construção de um submarino nuclear e o de Minas e Energia é responsável pela construção das usinas”, finalizou.

Participaram da reunião, com a apresença dos jornalistas, o secretário-executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, o cientista Odair Dias Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); o físico Ricardo Galvão, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF); e o professor Aquilino Senra, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), e o secretário-adjunto da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (AABACC), Odilon Antonio Marcuzzo de Canto.

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Dias Gonçalves, falou do projeto de construções de futuras instalações nucleares no País. Ele disse que possivelmente o Brasil terá de quatro a oito usinas, além das existentes e que a região de implantação será no nordeste brasileiro. “Isso deverá acontecer até o ano de 2030. Para o desenvolvimento do projeto foram feitos estudos em cima de mais de 200 possíves cenários futuros. E daí tirou-se esses números de usinas”, complementou.

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Acidente em usina nuclear no Japão servirá de aprendizagem

23/03/2011 - 15:30
As diferenças geológicas e de características entre as usinas nucleares do Brasil e do Japão foram utilizadas como justificativa em defesa do Programa Nuclear Brasileiro em audiência pública, realizada hoje (23), pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e da Eletrobras Termonuclear (Eletronuclear) apresentaram a estrutura do sistema implantado no Brasil, bem como as medidas já utilizadas e em estudo para garantir a segurança e a melhoria do sistema.

A audiência promovida pela Comissão de Minas e Energia teve por objetivo discutir os projetos de construção de usinas nucleares no Brasil e a situação das usinas Angra 1 e 2 que já estão em funcionamento. O debate foi sugerido diante da preocupação manifestada por parlamentares, após o vazamento radioativo na Usina de Fukushima no Japão, como consequência de um dos maiores terremotos registrados no País.

O presidente da INB, Alfredo Tranjan, mostrou aos deputados detalhes do funcionamento das Usinas de Angra 1 e Angra 2, além das metas para ampliação do setor. Ele explicou que o Brasil trabalha com um sistema moderno e de gestão integrada, “que assegura a melhoria contínua da segurança e saúde, qualidade e preservação do meio ambiente e inovação”, além de seguir orientações de especialistas e certificações internacionais.

O presidente da Cnen, Odair Gonçalves, esclareceu dúvidas relacionadas aos possíveis riscos à saúde no caso de exposição à radiação. Em quadro demonstrativo, ele explicou que as ações implantadas no Japão foram preventivas, pois a possível radioatividade local estaria abaixo dos níveis de gravidade e próximo do nível de exposição permitido à população para a realização de procedimentos comuns para diagnóstico, como a tomografia.

Odair disse que o Brasil acompanha o desenrolar dos acontecimentos no Japão e aguarda dados mais concretos e consistentes, no sentido de evitar atitudes precipitadas. “Até onde nós sabemos não existe similaridade e não é possível comparar com o Brasil. Vamos estudar o assunto e se forem formuladas orientações, vamos seguir”, afirmou.

Gonçalves lembrou que essa é uma decisão de governo e que a Cnen presta assessoria governamental na área. “Não existe razão para mudança no Programa Nuclear Brasileiro. O que está acontecendo na Alemanha, de fecharem usinas, é uma questão política”, argumentou.

O presidente da Eletronuclear, Othon Silva, lembrou que o Brasil está no meio de uma grande placa tectônica, o que torna mais improvável a ocorrência de um terremoto com a mesma magnitude do evento registrado no Japão. Silva também falou dos planos de emergência adotados no Brasil e das iniciativas em estudo para serem adotadas no caso de acidentes, como evacuação por mar e a criação de quadras poliesportivas para que sejam utilizadas como helipontos no caso de necessidade.

“Agregar energia na nossa matriz de energia elétrica é fundamental para a transformação deste País. Não podemos nos dar o luxo de descartar a energia nuclear e nem usá-la de forma irresponsável, colocando em risco a nossa população. É um momento de reflexão, de aprendizagem e de humildade”, concluiu o presidente da Eletronuclear.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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