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Panorama Ambiental
São Paulo(SP) – Brasil
Março de 2011

Japoneses em pânico buscam formas de escapar das imediações da cidade de Fukushima, ao norte do Japão, desde o início do caos nuclear instalado após o terremoto e o tsunami que devastou o país. Há relatos de fuga de pessoas em várias cidades do país, perto ou longe do local do acidente.

Quem vive a um raio de 20 km das usinas que explodiram e começaram e emitir vapor radioativo está, por ordem do governo japonês, obrigado a evacuar a área. Aos que estão a 30 km do acidente, o chamado perímetro de segurança, a instrução é ficar dentro de casa, janelas fechadas e com o mínimo de contato com o ar possível, sob alto risco de contaminação.

Os Estados Unidos, no entanto, não considera esta distância segura. A Comissão Regulatória Nuclear emitiu alerta para que todo cidadão americano no Japão fique a 80 km de distância do epicentro da radiação.

Aqui no Brasil, a dúvida que paira no ar é: e se o acidente fosse em Angra dos Reis, município do Rio de Janeiro que abriga as duas usinas nucleares em funcionamento do Brasil e aguarda a chegada da terceira. No mapa abaixo, a linha vermelha mostra a extensão do raio de evacuação, a amarela, o perímetro de segurança dos moldes japoneses. Em verde, o raio de evacuação nos parâmetros americanos.

Se o acidente nuclear fosse no Brasil, fugiriam em pânico, em um raio de 20 km, 170 mil moradores de Angra dos Reis. O perímetro de segurança englobaria mais de 200 mil pessoas. Já pelas recomendações americanas, o total de municípios afetados subiria para 27, englobando os estados de São Paulo e Rio, o que incluiu mais de um milhão e meio de pessoas.

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Greenpeace pede suspensão de Angra III

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo concedida ontem, o presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica, Odair Gonçalves, comentou o vazamento radioativo de Fukushima e afirmou que o governo reverá as normas de licenciamento das usinas nucleares no Brasil. “Vai haver agora uma análise profunda da avaliação desse risco. Isso será divulgado para o mundo inteiro e, na medida do possível, será preciso retificar as normas de licenciamento que vão levar em conta esse acidente. Nos reatores que estão operando, haverá medidas para evitar o superaquecimento”, disse.

Diante da declaração de Odair, o Greenpeace Brasil decidiu pedir à Justiça a suspensão da licença de operação concedida à terceira fase da planta de Angra III em 2010, até que essas novas normas de licenciamento sejam fixadas, protegendo a vida e a integridade física dos habitantes de Angra dos Reis e de todo o estado do Rio de Janeiro.

Leia abaixo o documento enviado ao Procurador do Ministério Público Federal em Angra dos Reis (RJ) Fernando Lavieri.

“Como já é de amplo conhecimento público, o recente acidente ocorrido em usinas nucleares no Japão, com o vazamento de material radioativo, causou graves problemas sociais, ambientais e econômicos, dentre eles a evacuação de 210 mil pessoas e prejuízos estimados em U$171 bilhões.

Esta catástrofe despertou em diferentes países do mundo o debate sobre a necessidade de uma ampla revisão dos procedimentos de segurança para a construção e o funcionamento de instalações nucleares.

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (página A 11, edição do dia 14/3/2011) disse que “vai haver agora uma análise profunda da avaliação desse risco. Isso será divulgado para o mundo inteiro e, na medida do possível, será preciso retificar as normas de licenciamento que vão levar em conta esse acidente. Nos reatores que estão operando, haverá medidas para evitar o superaquecimento”.

Devido à clara necessidade de se revisar as regras de licenciamento para construção, instalação e operacionalização de instalações nucleares, solicitamos a adoção de medidas administrativas e jurídicas para suspender a licença de operação concedida à terceira fase da Usina Termonuclear de Angra (Angra III) em 2010, até que essas novas normas de licenciamento sejam fixadas, protegendo a vida e a integridade física dos habitantes de Angra dos Reis e de todo o estado do Rio de Janeiro.

Em relação às usinas de Angra I e II, já em funcionamento, pedimos que o seu funcionamento seja completamente adaptado às normas de licenciamento e funcionamento que serão revisadas, incluindo o seu Plano de Segurança de Acidentes Nucleares, que só prevê a evacuação de pessoas em um raio de até 5Km, contrariando o que se faz na maioria dos países, a exemplo do Japão, onde a área de exclusão é de 20Km.”


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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