PARA CIENTISTAS, DISCUSSÃO SOBRE CÓDIGO PRECISA SER APROFUNDADA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2011

25 Abril 2011
Por Bruno Taitson
O substitutivo ao Código Florestal, apresentado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não é benéfico nem para o meio ambiente e nem para a produção rural, e não deveria ser colocado em votação na Câmara. A análise resulta do estudo "O Código Florestal e a Ciência - Contribuições para o diálogo", coordenado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), divulgado nesta segunda-feira, 25 de abril.

De acordo com os cientistas que participaram da elaboração do documento, divulgado em entrevista coletiva em Brasília, seriam necessários ao menos mais dois anos para que as discussões pudessem gerar um texto que atendesse às necessidades da conservação dos ecossistemas e que não prejudicasse a produção rural. “Se a sociedade não chegou a um acordo, não se pode impor a ela uma legislação”, resumiu o pesquisador Antonio Donato Nobre, da SBPC e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Para a professora Helena Bonciani Nader, presidente da SBPC, a votação do texto nas condições atuais seria extremamente danosa para o país. “Se acontecer a votação, terá sido a primeira vez que uma legislação ambiental será aprovada sem a participação da ciência”, criticou.

Entre outros aspectos, o estudo da SBPC/ABC demonstra que a proposta de redução das áreas de reserva legal, contida no substitutivo apresentado pelo deputado Aldo Rebelo, ampliaria os riscos de extinção de espécies, além de comprometer os serviços ambientais obtidos a partir dessas porções de terra preservadas.

Outra proposta contida no relatório apoiado pelos ruralistas, que prevê a diminuição das áreas de preservação permanente (APPs) às margens de rios e em topos de morro, “representaria grande perda de proteção para áreas sensíveis”, segundo o documento divulgado pelos cientistas.

O estudo foi resultado de 10 meses de trabalho de cientistas, professores e pesquisadores de instituições como SBPC, ABC, Inpe, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e diversas universidades. Também passou por revisões realizadas por outros cientistas que não participaram do estudo, de modo a assegurar o cumprimento das etapas necessárias à validação de uma pesquisa científica.
A íntegra do documento pode ser acessada no link www.sbpcnet.org.br.

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Brasil se mobiliza em defesa do Código Florestal

27 Abril 2011 - A coalizão SOS Florestas lança, amanhã (28/04), uma Mobilização Nacional contra o PL 1876/99 (relatório do Dep. Aldo Rebelo), que modifica o Código Florestal. Serão realizados atos públicos em Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Piracicaba (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Volta Redonda (RJ). O objetivo é exercer pressão direta sobre parlamentares em seus domicílios eleitorais, com o apoio de organizações locais. Nas próximas semanas, outras manifestações estão previstas em mais 16 cidades.

O movimento é formado por ONGs e entidades contrárias às alterações à legislação ambiental, que ameaçam não só florestas e ecossistemas naturais, mas também populações que vivem nas grandes cidades. Também será lançada, no site www.sosflorestas.com.br, uma plataforma online para o público aderir à iniciativa. A ferramenta disponibilizará materiais da campanha, como vídeos, cartilhas, petições e sugestões de atividades. O público-alvo são escolas, faculdades, centros comunitários e movimentos sociais.

O trabalho será feito de forma articulada com a Frente Parlamentar Ambientalista e estimulará a participação de indivíduos, descentralizando a campanha e aumentando o espaço de debate sobre o futuro das florestas e das cidades brasileiras.

Para mais informações sobre como participar da mobilização e acompanhar a agenda de mobilizações, acesse o site www.sosflorestas.com.br.

Contexto

Uma série de alterações no Código Florestal brasileiro está em curso em Brasília. O PL 1876/99, de autoria do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), enfraquece as leis que protegem a Amazônia, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga. A proposta também incentiva a ocupação de áreas de risco, como encostas de morros e margens de rios nas cidades brasileiras, o que abriria espaço para mais tragédias, como deslizamentos de terra e enchentes. Na prática, essa mudança da legislação vai aumentar o desmatamento, provocando maior emissão de gases do efeito estufa e acarretando problemas no abastecimento de água nas áreas urbanas. O projeto de lei pode ser votado a qualquer momento pela Câmara dos Deputados.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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