APROVAÇÃO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL NÃO CONFIGURA DERROTA DO GOVERNO, DIZ SECRETÁRIO DE FLORESTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2011

25/05/2011 - 17h33
Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros, disse hoje (25), em Curitiba, que o governo admite que o texto do projeto do Código Florestal aprovado ontem (24), pela Câmara dos Deputados, trouxe uma série de modificações que podem ser consideradas como um aprimoramento em relação ao texto aprovado na comissão especial que analisou a matéria.

Segundo Medeiros, o empenho, agora, se dará naqueles pontos necessários para que haja uma mínima compatibilidade no que se refere à conservação ambiental e às regras de uso do espaço rural.

“Não há porque encarar a votação de ontem como uma derrota do governo porque o processo não está encerrado. O governo tem um compromisso de campanha com a sustentabilidade e essa será a linha a ser adotada até a votação no Senado”.

Em conversa com jornalistas, após participar da abertura da Semana Nacional da Mata Atlântica, Medeiros chamou a atenção para termos como aprimoramento, aperfeiçoamento e uso adequado – expressões que farão parte das negociações nos próximos dias, quando o novo Código Florestal estará em discussão entre os senadores.

Segundo Medeiros, a articulação, da parte do governo, continuará sob a coordenação da Casa Civil, que busca consenso em áreas técnicas e políticas dos ministérios envolvidos. Outro aspecto positivo ressaltado por Medeiros, no novo código, é o tratamento diferenciado dispensado ao pequeno agricultor, a maioria agricultores familiares, proprietários de pequenas áreas. “O texto traz a definição da pequena propriedade. Ficou o grande desafio de se pensar mais seriamente num modelo de reforma agrária.”

Otimista sobre o que ocorrerá no Senado, Medeiros lembrou que, diferentemente de como a matéria tramitou na Câmara, lá deverão funcionar duas relatorias, o que pode resultar em uma melhor qualidade dos debates.

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Aprovado na Câmara, Código Florestal também deve provocar polêmica no Senado

25/05/2011 - 18h07
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A liderança do governo no Senado terá a difícil tarefa de não deixar pontos passíveis de vetos da presidenta Dilma Rousseff no texto final sobre a reforma do Código Florestal. De acordo com o líder Romero Jucá (PMDB-RR), o projeto aprovado na Câmara dos Deputados “é bom”, mas deverá sofrer alterações no Senado, especialmente com relação à Emenda 164 para atender aos anseios do governo. “Precisamos construir uma alternativa que não vá a veto e que una toda a base. Provavelmente haverá emenda sobre isso [emenda 164] e outras coisas.”

A emenda que causou polêmica na votação de ontem a noite e que poderá ser derrubada pela base governista do Senado transfere da União para os estados a competência de legislar sobre a permissão para atividades agropecuárias em áreas de preservação ambiental.

Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Casa, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), esse trecho do texto aprovado pela Câmara dos Deputados deverá mesmo sofrer alterações. Ele defende que a União defina as diretrizes gerais sobre esse tipo de questão e os estados não possam alterar a definição para reduzir os benefícios ao meio ambiente. “Defendo que a União faça uma regra geral e os estados possam ampliar essa regra se entenderem que a área é tão importante que mereça ser ampliada.”

Rollemberg deverá definir o relator da matéria na CMA – que é a comissão de mérito mais importante por onde o projeto deverá passar - e pode até avocar a função para si. Ele, contudo, ainda não definiu se fará isso.

Além da emenda, outra questão que causou polêmica entre os deputados e que deverá continuar em pauta no Senado é a que trata da anistia dos produtores rurais que desmataram suas reservas obrigatórias. Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o assunto foi mal interpretado até pelo governo, que se manifestou contra a ideia depois de o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ter sido aprovado. “Não há anistia. Ele apenas manteve o que já está valendo agora pelo decreto presidencial. Ele suspende a validade das multas até que a pessoa regularize a área e recomponha a sua reserva. Ele troca a multa pela recomposição da reserva, o que é muito melhor.”

Para o oposicionista Álvaro Dias (PSDB-SC), o texto aprovado pela Câmara prevê, sim, a anistia dos desmatadores e deve ser modificado pelo Senado. Na opinião dele, esses dois pontos devem provocar polêmica e rachas na base governista. Com isso, o senador acredita que as discussões sobre o novo código devem dividir, mais uma vez, os parlamentares em ruralistas e ambientalistas, e não mais em base aliada e oposição. “Como na Câmara, a base não deverá votar unida aqui”, afirmou líder do PSDB.

A divisão da base é o que Romero Jucá tentará evitar. Segundo ele, o PMDB deverá votar unido e a divisão entre campo e meio ambiente vista na Câmara não deverá se reproduzir no Senado. “Aqui há menos emocionalidade nessa discussão. Não há blocos de ambientalistas ou de ruralistas, há senadores que representam seus estados.”

Para tentar afinar o discurso com a base, Jucá pediu à presidenta Dilma que amplie o prazo do decreto que suspende as multas para os produtores que desmataram por 120 dias. Com isso, o líder acredita que ganhará tempo para discutir o assunto no Senado e evitar que esses produtores fiquem em dívida com o Estado e impedidos, por exemplo, de pegar empréstimos. O decreto, que foi assinado ainda pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vencerá no próximo dia 11 de junho.

Mesmo sem ter confirmação que Dilma reeditará o decreto para dar mais prazo ao Congresso para concluir a reforma do código, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) disse hoje que os senadores não precisarão analisar o assunto com pressa. “Vamos ter o tempo que for necessário para que a discussão se processe e seja ampla.”

Se realmente o Senado aprovar emendas ao texto do novo Código Florestal, o projeto precisará voltar à Câmara para que os deputados deliberem se concordam ou não com as alterações. Só depois disso, a matéria seguirá para sanção presidencial, onde poderá receber vetos de Dilma. O texto passará pelas comissões de Constituição e Justiça, de Agricultura e de Meio Ambiente do Senado. A Mesa Diretora da Casa poderá ainda definir que ele passe também pelas comissões de Assuntos Sociais e de Assuntos Econômicos antes de ir para votação no plenário.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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