MPF FAZ NOVO ALERTA PARA QUE IBAMA NÃO LICENCIE BELO MONTE ENQUANTO CONDICIONANTES NÃO FOREM CUMPRIDAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2011

26/05/2011 - 18h42
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) no Pará voltou a alertar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que não emita a licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), até que o consórcio responsável pela obra cumpra as condicionantes para reduzir os impactos sociais e ambientais da construção. Os procuradores tomaram como base um relatório do próprio consórcio, Norte Energia S.A., para mostrar que as medidas preparatórias não estão sendo cumpridas, o que inviabiliza a emissão da licença pelo Ibama.

De acordo com o relatório, a maioria das obras previstas, como a construção de escolas, postos de saúde e infraestrutura de saneamento, ainda está na fase de elaboração dos projetos. Segundo o MPF, cerca de 100 mil trabalhadores deverão ser atraídos para a região pelas ofertas de trabalho na usina. Esse movimento migratório deve começar bem antes da conclusão da maioria das obras preparatórias, prevista para o fim deste ano ou, mais tardar, meados de 2012.

Na recomendação enviada à Comissão de Licenciamento Ambiental do Ibama, os procuradores da República Bruno Alexandre Gütschow, Felício Pontes Jr. e Ubiratan Cazetta afirmaram que o cenário é de “total certeza do não cumprimento das condicionantes”. Também fazem considerações sobre a insegurança jurídica em torno de Belo Monte, alvo de, pelo menos, dez ações na Justiça que questionam a viabilidade ambiental e social da obra.

Apesar do aviso feito pelo MPF, o Ibama não tem data para liberar a licença de instalação da usina. De acordo com o instituto, os técnicos ainda estão avaliando as condições para o licenciamento. A Norte Energia informou que não se manifestará sobre a posição do MPF.

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Entidades científicas pedem a Dilma o cancelamento do processo de licenciamento de Belo Monte

19/05/2011 - 19h25
Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um grupo de 20 associações científicas brasileiras enviou uma carta à presidenta Dilma Rousseff pedindo a suspensão do processo de licenciamento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). No documento, as entidades manifestam preocupação em relação a violações de direitos humanos no empreendimento e pedem o cumprimento das condicionantes da obra, além do julgamento de ações públicas e regulamentação dos procedimentos de consulta aos povos indígenas e às populações afetadas.

O grupo de entidades, que inclui a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Ciências (ABC), pede que o licenciamento da hidrelétrica seja pautado pela “observância às leis e pela cautela diante do risco de ameaça à vida”.

O documento afirma que os encaminhamentos e decisões relativas a Belo Monte estão descumprindo a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata dos direitos dos povos indígenas. “o cumprimento do cronograma das obras não pode sobrepor-se às obrigações que o Estado tem no respeito aos direitos de pessoas e coletividades que lá habitam”.

As entidades classificam como “intempestiva” a concessão das licenças ambientais à usina. Até o momento, o empreendimento tem apenas uma licença parcial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar o canteiro de obras. A previsão dos empreendedores é que a licença de instalação, que permite o começo das obras, seja concedida ainda este mês.

Em abril deste ano, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) também solicitou oficialmente ao governo brasileiro a suspensão do processo de licenciamento de Belo Monte, com o objetivo de proteger as comunidades indígenas da Bacia do Rio Xingu. Na época, o Itamaraty considerou as exigências da OEA como “precipitadas e injustificáveis” e o Consórcio Norte Energia, responsável pela obra, informou que os povos indígenas da região tiveram livre acesso ao projeto e aos relatórios de impacto socioambiental, e participaram de mais de 30 reuniões sobre o assunto.

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Norte Energia diz que já enviou ao Ministério Público Federal informações sobre Belo Monte

20/05/2011 - 17h17
Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A empresa Norte Energia, responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, informou hoje (20) que enviou na última quarta-feira, pelos Correios, toda a documentação solicitada pelo Ministério Público Federal no Pará sobre as ações que estão sendo feitas para prevenir os impactos sociais e ambientais da obra. O prazo para enviar as informações termina hoje (20).

O MPF, segundo sua assessoria, ainda não recebeu a documentação. Quando ela é enviada pelos Correios, como informa a empresa, vale a data de postagem da correspondência. Em caso de descumprimento do pedido de informações, a empresa pode responder processo criminal. A Lei 7.347, de 1985, define como crime a recusa, o retardamento ou a omissão de dados solicitados pelo Ministério Público.

O MPF pediu informações oficiais e detalhadas sobre o cumprimento das condicionantes impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao conceder a licença prévia para a Usina de Belo Monte.

A preocupação do MPF é de que as exigências sociais e ambientais sejam ignoradas. “As últimas informações sobre as condicionantes constam de relatório datado de abril e mostram atraso significativo em todos os cronogramas das obras para atender à demanda de saúde, educação e saneamento, que ocorrerá com a chegada de migrantes”, informa o Ministério Público.

A Norte Energia aguarda para os próximos dias a emissão da licença de instalação para o empreendimento, que vai permitir o início das obras da usina. O empreendimento tem apenas uma licença parcial do Ibama para iniciar o canteiro de obras.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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