VEREADORES DE PORTO ALEGRE REPUDIAM
REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2011

17 Junho 2011 - Por Warner Bento Filho - A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou moção de repúdio ao projeto de reforma do Código Florestal, em tramitação no Senado Federal. A moção, aprovada por 15 votos favoráveis e oito contrários, foi requerida pelos vereadores do PSOL Fernanda Melchionna e Pedro Ruas.

A decisão dos parlamentares de Porto Alegre está em consonância com o que pensa a população brasileira, de acordo com pesquisa do instituto Datafolha. O estudo, realizado entre 3 e 7 de junho, mostrou que a maioria da população não concorda com os principais pontos do texto. Para 85% dos entrevistados, a prioridade deve ser a proteção das florestas e dos rios, e não a produção agropecuária.

A pesquisa, que ouviu 1.286 pessoas em todo o Brasil, concluiu também que apenas 5% da população concordam com o perdão a desmatadores em relação à reposição da vegetação natural, mesmo que tenham derrubado florestas para produzir.

A população tampouco concorda com a proposta de anistiar as multas aplicadas. Uma das propostas do novo Código Florestal é que todos os proprietários de terra que desmataram ilegalmente até junho de 2008 fiquem isentos de multas e punições. O Datafolha perguntou se o entrevistado era “a favor ou contra que esses proprietários de terra sejam perdoados das multas”, e 79% das pessoas ouvidas disseram ser contra perdoar as multas.

O mesmo percentual de brasileiros também considera que, se a anistia for aprovada pelo Congresso, a presidente Dilma deveria vetar o perdão.

A pesquisa mostrou, ainda, que os eleitores não estão dispostos a votar novamente em parlamentar que votar a favor da isenção de multas e de punições aos proprietários de terra que desmataram ilegalmente. Entre os entrevistados, 84% disseram que não votariam novamente nestes parlamentares.

A vereadora Fernanda Melchionna considera o texto de reforma do Código Florestal um retrocesso sem precedentes na política ambiental. “O relatório desmonta a nossa legislação ambiental e permite o desmatamento desenfreado”, disse.

De acordo com a vereadora, é fundamental agora que a sociedade se mobilize para pressionar o Congresso e o Governo Federal. No domingo (26), a população de Porto Alegre participa de protesto contra a reforma do Código Florestal. O ato ocorre pela manhã, no Brique da Redenção.

De acordo com o superintendente de conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, a proposta de reforma do código Florestal implica em imensas perdas econômicas para o setor agropecuário no Brasil. As perdas, segundo o ambientalista, estão relacionadas a pelo menos três pontos: acesso a mercados, acesso a pagamentos por serviços ambientais e gestão de recursos naturais, base da agricultura.

“A tendência dos mercados mundiais é de ampliação de espaço para produtos sustentáveis, ao mesmo tempo em que os consumidores não querem adquirir nada que signifique agressão à natureza”, diz Scaramuzza.

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Sistema Deter aponta novamente aumento no desmatamento em Mato Grosso

30 Junho 2011 - O Estado do Mato Grosso é, pela terceira vez consecutiva este ano, e com números alarmantes, o campeão do desmatamento na Amazônia. Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgado hoje (30/6) mostra que foram desmatados 93 quilômetros quadrados de terras em maio. No total, o desmatamento da Amazônia ficou em 268 quilômetros quadrados no mesmo período. Pará e Rondônia foram os Estados que vieram logo em seguida, com 67,9 e 65,5 quilômetros quadrados devastados, respectivamente.

Ao comentar os dados em audiência pública no Senado Federal nesta manhã, a ministra do Meio Ambiente informou aos senadores que dos 824 quilômetros quadrados de desmatamento identificados pelo sistema Deter para o período de 1º de agosto de 2010 a 31 de maio de 2011, 112 quilômetros quadrados eram autorizados. No Amazonas, foram registrados 193 quilômetros quadrados, dos quais apenas 11 quilômetros quadrados foram autorizados.

“Pode haver desmatamento legalizado. A lei permite isso. O nosso foco aqui é o debate sobre o desmatamento ilegal”, afirmou a ministra ao se referir à possibilidade de anistia aos desmatamentos prevista no projeto de lei em discussão.

“Tais números indicam que a importante tendência de redução do desmatamento que vínhamos assistindo nos últimos anos se mostra agora mais frágil que imaginada”, afirma Claudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF.

Na opinião de Maretti, é necessário consolidar os mecanismos de redução do desmatamento, inclusive por meio de criação de mais áreas protegidas, maior controle e vigilância do desmatamento e eliminação dos subsídios perversos que provocam degradação ambiental, muitas vezes embutido em mecanismos de apoio à produção.

“É necessário fortalecer a produção florestal, favorecer a produção agropecuária sustentável e promover o pagamento pelos serviços dos ecossistemas, ou seja, implementar uma economia verde. Por outro lado, é fundamental que a sociedade perceba que a pressão pelas mudanças irresponsáveis e anistia aos desmatadores é produto de ação irresponsável daqueles que preferem gerar fatos consumados, se beneficiar, mesmo que de forma irregular, e deixar os custos para o restante da sociedade”, explicou.

O sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) contempla os desmatamentos com corte raso e degradação progressiva, ou seja, aponta tanto as áreas novas devastadas quanto aqueles desmatamentos que avançam floresta adentro.

E o desmatamento não é o único problema ambiental do Mato Grosso. O Inpe indicou, semana passada, que os focos de incêndio começaram a tomar conta do Centro-Oeste por conta do início do período de seca. Somente na sexta-feira passada, 24 de junho, foram identificados 182 focos de incêndio em todo o País - 53 focos de incêndio no Mato Grosso.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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