O IMPORTANTE É NÃO COMPETIR

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2011

Terminados os dois dias de leilões de energias do governo, o páreo foi duro para as renováveis, que pelo sistema são obrigadas a competir entre si pelo menor preço. Eólica saiu vitoriosa, com 78 usinas vendidas nos dois dias, seguida de biomassa, com 11. As pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s), opções ambientalmente menos agressivas do que as grandes usinas hidrelétricas, foram grandes derrotadas: ficaram no zero a zero. O resultado comprova que falta uma política adequada para incentivar as renováveis no país.

Os leilões são o momento onde é vendida a energia que o brasileiro irá consumir nos anos seguintes. Neste, entraram na disputa, além das fontes renováveis, térmicas a gás e ampliação da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. A eólica seguiu em sua progressão de competitividade. Caiu de R$ 133 por MegaWatt-hora, valor negociado em 2010, para R$101,65 MWh, fechando em um valor menor do que o da energia elétrica gerada por termelétricas movidas a gás natural. Biomassa teve o maior salto de competitividade, com projetos comercializados abaixo de R$100/MWh.

“Se as usinas a gás tivessem sido ofertadas separadamente, haveria mais espaço para biomassa e pequenas centrais hidrelétricas”, avalia Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace. “Estas fontes renováveis ainda dependem de incentivos para se tornarem completamente competitivas. Por isso defendemos um projeto de lei para as renováveis, o PL 630/03, que estabelece diretrizes para incentivar energias renováveis. Entre elas, leilões separados para as fontes”, concluiu Baitelo.

O segundo dia do leilão foi dedicado à energia chamada de reserva, que entra em cena somente quando há necessidade. Neste, o preço médio da energia ficou em R$99,61 por MWh, com 41 empreendimentos contratados. O do dia anterior, chamado A-3, terminou com preço médio de R$102,7 por MWh. “Os resultados dos últimos anos têm sido positivos para eólica. Teremos o equivalente à meia usina hidrelétrica de Itaipu de energia dos ventos daqui a 3 anos”, calcula Baitelo.

No total, os leilões garantiram a venda de 3.962,6 MW de energia para o Brasil, que estarão disponíveis até 2014, dos quais 48,7% provenientes dos ventos, 26% de termelétricas a gás natural, 11,5% de térmicas a biomassa e 11,4% da hidrelétrica de Jirau.

O PL 630/03 está paralisado desde o final de 2009 na Câmara Federal. Mais conhecido como Lei de Renováveis, ele é considerado a semente de uma revolução energética capaz de garantir o futuro de nosso país. A lei aloca subsídios para fontes de geração limpa e assegura a elas prioridade na ligação com a rede de distribuição de energia nacional.

Também amplia a quantidade de energia limpa comercializada no país e abre o caminho para a geração descentralizada, prevendo, inclusive, que brasileiros individualmente possam gerar energia em suas próprias casas e jogar o excedente na rede elétrica.

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Baleias nadam em óleo na porta de petroleira

Na ausência de resposta da multinacional franco-britânica Perenco, cobrada pelo Greenpeace a aderir a uma moratória de exploração de petróleo na região de Abrolhos, mais importante bancos de corais do Atlântico Sul, baleias foram pessoalmente ao edifício que sedia os escritórios da empresa, no Rio de Janeiro, para relembrá-los da proposta.

As baleias, na verdade ativistas do Greenpeace fantasiados foram recebidas por outros membros da organização, estes vestidos de empregados da Perenco, sob jatos de um líquido preto, não tóxico, que imitava petróleo. A manifestação tomou ares de teatro, em um embate entre os animais, representantes da rica biodiversidade de Abrolhos, e as petroleiras. Instigada a se pronunciar sobre o protesto, a Perenco manteve-se em silêncio.

Quem é a Perenco?

Famosa por extrair petróleo em lugares de difícil acesso, como áreas de mata nativa e de reservas indígenas da Amazônia peruana, a multinacional franco-britânica Perenco é ainda uma desconhecida no Brasil.

Fundada em 1975 como empresa de serviços logísticos para o setor de petróleo, a Perenco logo se especializou em perfuração. Seus primeiros campos foram comprados em 1986, nos EUA, e em 1992, no Gabão. Atualmente, a empresa produz 275.000 barris de petróleo por dia nos 16 países em que atua.

No Brasil, a Perenco atualmente é proprietária de cinco blocos de exploração de petróleo em águas profundas. Destes, dois estão localizados dentro da área de moratória de Abrolhos.

O petróleo de Abrolhos

A proposta do Greenpeace é o estabelecimento de uma moratória da exploração de gás e petróleo por 20 anos em uma zona de 93 mil quilômetros quadrados na região de Abrolhos. Segundo recentes estudos científicos, esta área é o limite mínimo para evitar que acidentes de qualquer tipo contaminem a biodiversidade da região.

A área de moratória afeta treze blocos de exploração de petróleo atualmente concedidas a dez empresas nacionais e estrangeiras: Perenco, Petrobras, Shell, Vale, OGX, Cowan, Sonangol, Vipetro, HRT e Repsol.

A proposta é uma tentativa de barrar o avanço da exploração petrolífera no entorno de Abrolhos. Ano passado, o governo derrubou uma liminar do Ministério Público Federal, de 2003, que impedia a ANP (Agência Nacional de Petróleo) de licitar blocos num raio de 50 km do Parque Nacional.

Lar de mais de 1.300 espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos — dentre as quais, 45 em risco de extinção — Abrolhos é a região de maior biodiversidade da região sul do Atlântico. Seus recifes de corais, os maiores e mais exuberantes do Brasil, e seus extensos manguezais contribuem para fazer desta a zona mais importante de pesca no Estado da Bahia.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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