FÓRUM DEBATEU TECNOLOGIAS PARA A RECUPERAÇÃO DO RIO PINHEIROS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2011

26/09/2011 - Odor é o maior problema e tratá-lo é prioridade para o Governo do Estado de São Paulo
O primeiro passo para a recuperação definitiva do rio Pinheiros foi dado hoje, dia 26, no I Fórum rio Pinheiros: o futuro passado a limpo. Evento promovido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), em parceria com o Grupo de Atuação Especial em Defesa do Meio Ambiente – GAEMA, do Ministério Público do Estado de São Paulo, e apoio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos.

Presentes à abertura do evento, o secretário Bruno Covas, Fernando Grella Vieira, procurador geral de Justiça do Estado de São Paulo, Nelson Bugalho, vice-presidente da CETESB, Rogério Menezes, secretário-adjunto da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, e a professora Helena Ribeiro, diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP.

“Esta parceria com o Ministério Público reflete o empenho do Governo do Estado em acabar com o mau cheiro do rio Pinheiros, um primeiro passo para recuperar de vez suas águas”, ressaltou Bruno Covas.

Motivado pelo sucesso do Pomar Urbano, exemplo de recuperação ambiental e reintegração do rio Pinheiros à cidade de São Paulo, o fórum apresentou as novas tecnologias aplicáveis ao rio Pinheiros para tratar de problemas emergenciais, como o odor que tanto têm causado desconforto a todos que transitam ou residem próximos ao rio.

“O Ministério Público é parceiro nas questões de interesse da sociedade, como esta que estamos tratando neste fórum. Por meio deste debate daremos o melhor encaminhamento para recuperar o rio Pinheiros”, destacou o procurador geral do Ministério Público.

Dividido em dois painéis, o primeiro deles tratou da realidade do rio Pinheiros, em questões como saneamento, qualidade de suas águas e como essa condição afeta a saúde pública da população. “Não existe um pó mágico que limpe o rio de um dia para outro, mas podemos começar com o tratamento de alguns problemas estético-sanitários que agridem a saúde e o bem-estar da população, como o lixo, por exemplo. Um rio não pode ter lixo boiando em sua superfície. Isso faz mal à saúde” afirmou Pedro Mancuso, professor doutor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Segundo Mancuso, a grande quantidade de mosquitos, grandes transmissores de doenças e spresentes nas águas dos rios por falta de predadores naturais, a cor preta da água e a formação de espumas, apesar de esta última não ser muito frequente ou intensa no Pinheiros, também causam grande desconforto à sociedade.

Mas o maior vilão a ser combatido é o forte odor do Rio Pinheiros. O mau cheiro indica a liberação de gases maléficos à saúde, sendo o mais comum deles o sulfídrico (H2S), também conhecido como o Gás do Pântano. O H2S tem características tóxicas, corrosivas e inflamáveis e por isso deve ser eliminado com urgência.

Tecnologias aplicáveis

No segundo painel, foram apresentadas possíveis soluções aos problemas do rio Pinheiros, tão sérios que dificultam a adoção de soluções em curto prazo. As técnicas apresentadas por Rene Peter Schneider, professor da USP, e Marco Antonio Fernandes Locatelli, professor doutor da Universidade de Campinas (UNICAMP), foram, respectivamente, a Bioremediação e Processos Oxidativos Avançados (POA).

O primeiro processo é uma solução biológica IN SITU, que consiste em injetar na água do rio microorganismos que utilizam os poluentes orgânicos como fonte de energia e, na reação, libera gases menos nocivos à saúde humana. Pode também injetar-se enzimas que estimulam as ações dos microoganismos já existentes no local. Apesar de eficiente e de baixo custo, a técninca pode causar reações que liberem gás carbônico ou outros gases que, mesmo inodoros, são causadores do efeito estufa.

O segundo é uma tecnologia físico-química, também IN SITU, na qual há a utilização de agentes químicos oxidantes para reagir com as moléculas poluentes. Esta já é uma tecnologia mais onerosa e, como qualquer outra reação química, também gera produtos finais que precisam ser avaliados.

Apresentadas as tecnologias, seguiu-se um debate e o consenso foi a necessidade de definir onde se encontra o problema e quem é o principal poluente. Somente dessa forma é possível avaliar qual a tecnologia a ser empregada e em que ponto do rio. “A contaminação que vemos pode não se formar na água e sim no sedimento. As reações formam gases que, presos na base do rio, criam bolhas com grandes concentrações, sobem à superfície e são liberadas na atmosfera”, explicou Schneider.

Outro ponto aceito por todos os especialistas foi a importância de se utilizar mais de uma técnica que solucionem diferentes problemas, de forma conjunta e complementar. “Limpar um rio não é simples, não é fácil e não é uma única técnica que vai resolver. Precisamos de uma conjunção de técnicas diferentes que tratem de problemas diferentes. São necessários estudos que definam precisamente o problema, seguidos de forte educação ambiental. As garrafas e plásticos boiando no rio não podem ser tratadas com bioremediação ou processos oxidativos. A população precisa parar de jogar lixo no rio”, explicou o palestrante e doutor da USP, Marco Antônio Fernandes Locatelli.

O fórum foi o primeiro passo. Agora será criado um Grupo de Trabalho, que tem a missão de avaliar as propostas apresentadas e avaliar como deverá ser feita a implementação das tecnologias.
Texto: Luciana Reis e Ivi Piotto Fotografia: José Jorge

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São Paulo apresenta propostas sobre clima na “Climate Group”, em Nova York

28/09/2011 - A Rede The Climate Group reuniu, no dia 19 de setembro último, personalidades como Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico, e Ban Ki-moon, secretário geral das Nações Unidas, para uma discussão sobre clima, com foco em políticas de baixo carbono com a expectativa de geração de grandes oportunidades de negócios.

Durante o evento, denominado Climate Week NYC, realizado na Academia Nacional de Ciências, em Nova York, ocorreu o lançamento da Campanha pela Revolução Limpa, cuja finalidade é reunir subsídios para as negociações da 17ª Conferência do Clima, marcada para dezembro em Durban, na África do Sul, do Fórum Econômico Mundial, programado para fevereiro de 2012 em Davos, na Suíça, e da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentado – Rio+20, previsto para maio do próximo ano no Rio de Janeiro.

O Estado de São Paulo participou do painel “Fortalecendo a Revolução da Energia Limpa: um Diálogo entre Líderes Empresariais e de Governo”, tendo como representantes o vice-presidente da CETESB, Nelson Bugalho, e o assessor de gabinete da Secretaria do Meio Ambiente, Oswaldo Lucon.

Bloomberg, que destacou a liderança que as prefeituras devem assumir no processo, fez uma exposição sobre os planos locais para mitigação e resposta a desastres naturais, como os que Nova York pôs em prática recentemente durante a passagem do furacão Irene, que obrigou o governo a evacuar a cidade.

Blair, por sua vez, ressaltou a necessidade de se ter lideranças com uma nova visão para enfrentar os desafios econômicos e climáticos atuais e futuros. Tendo trabalhado nos últimos sete anos com o Climate Group, Blair apontou a habilidade da rede em reunir grupos de governo e empresariais, comunicando mensagens para ações ambiciosas na área de clima, que criem empregos e garantam o crescimento econômico.

Andrew Steer, do Banco Mundial, ressaltou o fato de que os governos subnacionais (estados, províncias e municípios) estão cobrindo o vazio em ações climáticas causado pelo impasse nas negociações internacionais. Disse ainda que para gerar empregos, melhores tecnologias e um futuro mais sustentado, é necessário um aumento no volume de investimentos em energias renováveis, que foi acima de $500 bilhões no ano passado. Achim Steiner, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, falou sobre os recentes investimentos em economia verde, da ordem de US$211 bilhões.

No evento, São Paulo participou de dois painéis. O primeiro, sobre “Captura e Sequestro Geológico de Carbono”, falando de uma tecnologia que pode auxiliar o Estado no cumprimento da meta prevista na Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC, que estabelece as regras para o compromisso do governo paulista com a Convenção do Clima das Nações Unidas. O segundo painel, sobre “Adaptação e Resiliência”, abordou uma série de indicadores úteis para a implementação da PEMC.
Texto: Newton Miura Fotografia: Arquivo


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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