SOB A SOMBRA DO CÓDIGO FLORESTAL, FRENTE PARLAMENTAR AMBIENTALISTA DÁ INÍCIO A CICLO DE PALESTRAS SOBRE A RIO +20

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2011

29 Setembro 2011 - A discussão sobre a reforma do Código Florestal, que ocorre atualmente nos corredores do Senado, em Brasília (DF), não foi esquecida durante a abertura do “Ciclo de Palestras e Debates da Frente Parlamentar Ambientalista para a Rio+20 – em busca de uma economia sustentável” ocorrido em Manaus (AM), nos últimos dias. Durante o evento, deputados e senadores vieram à capital do Amazonas recolher contribuições da sociedade civil organizada para encaminhá-las ao governo federal. As sugestões, críticas e propostas servirão para subsidiar as discussões e decisões governamentais que serão apresentadas na Rio + 20, que ocorre em junho de 2012 no Rio de Janeiro (RJ).

Convidado pelos parlamentares a falar durante o evento, o pesquisador sênior do Imazon, Paulo Barreto, afirmou que a reforma do Código Florestal, como vem sendo feita, é um risco. “Ao longo da última década, o Brasil conseguiu aliar o desenvolvimento econômico e social com a redução do desmatamento. A tensão existente na discussão dos detalhes do novo Código pode levar a um retorno das altas taxas de desmatamento, o que não seria bom”, explicou o estudioso.

Paulo informou que, segundo os dados que o Imazon dispõe, já é possível dizer que o desmatamento em 2011 aumentou 9% em relação ao ano passado – possivelmente causado pelas incertezas em torno da nova lei. “Não precisamos deste desmatamento. Temos, no interior das nossas áreas protegidas, 630 quilômetros quadrados de terras dedicadas ao uso sustentável, que poderiam ser utilizadas para gerar renda sem esse desmatamento”, contou.

Críticas ao novo Código
O deputado federal Sarney Filho (PV-MA) afirmou que, nos últimos anos, o Brasil cresceu 3,5% ao ano, ao mesmo tempo em que registrava queda nos índices de desmatamento. “Nós mostramos ao mundo a possibilidade de unir a promoção do desenvolvimento econômico sem abrir mão dos recursos naturais. Temos que nos opor a certos setores retrógrados do Senado, que insistem em degradar nosso Código Florestal ao invés de aperfeiçoá-lo”, declarou.

O presidente da Assembléia Legislativa do Amazonas, o deputado estadual Ricardo Nicolau (PRP), elogiou a iniciativa da Frente Parlamentar de “sair de Brasília” e pediu que os parlamentares dessem mais atenção às questões amazônicas. “A Amazônia foi muito mal representada na elaboração do novo Código Florestal”, afirmou.

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista no Amazonas, deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), cobrou do governo federal mais investimentos em órgãos de pesquisa como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a fim de que eles possam auxiliar na produção de conhecimento sobre os recursos da floresta. “Espero que a Rio+20 possa promover um encontro ou reunião sobre o bioma Amazônia. Nossas questões foram muito mal contempladas até agora, neste processo que envolve o novo Código Florestal”, disse o parlamentar.

“Esforços não são suficientes”

O secretário de biodiversidade e florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Bráulio Dias, trouxe vários números relativos à biodiversidade que servem de motivo para a promoção de esforços de conservação. “Por ano, são descobertas no Brasil cerca de mil espécies. Hoje o Brasil tem 200 mil espécies em seu território, mas os especialistas indicam que isso é apenas 10% do total”, declarou. Apesar disso, disse ele, hoje a lista brasileira de espécies ameaçadas possui mais de mil espécimes.

Braúlio disse também que, ao contrário do que alguns tentam pregar, os esforços de conservação feitos no Brasil hoje não são suficientes para assegurar a perenidade desses recursos. “Este tipo de crítica na cabe. Na Amazônia, temos feito um esforço razoável e plausível. No resto do Brasil, ainda é pouco. O número e qualidade das nossas ações de conservação estão abaixo da média internacional. Ao contrário do que se diz por aí, as unidades de conservação não são obstáculo para o desenvolvimento econômico”, disse.

O pesquisador mostrou ao plenário da Assembleia Legislativa uma projeção de futuro caso sejam mantidos os índices de desmatamento considerados prejudiciais. “A Caatinga sairá de um regime semi-árido para árido, dificultando ainda mais a vida das pessoas que vivem ali. O Sudeste será marcado pelo aumento na ocorrência de fenômenos naturais extremos como fortes chuvas, deslizamentos, enchentes... e a Amazônia Oriental, no Leste do Pará, terá um clima estacional que vai acabar com a floresta”, afirmou.

Próximos encontros

Além deste encontro em Manaus, a Frente Parlamentar Ambientalista vai promover outros debates que vão subsidiar as proposições brasileiras na Rio +20. Em Cuiabá (MT), a Frente vai discutir “Recursos Hídricos” no dia 21 de outubro. O tema “Meio Ambiente Urbano” será tratado em São Paulo (SP), em 21 de novembro. Recife (PE) vai receber em 16 de dezembro os parlamentares para discutir o tema “Energia”. “Segurança Alimentar” será objeto de discussão em Porto Alegre (RS) em 16 de janeiro.

Segundo o deputado federal Sarney Filho, as observações recolhidas durante os encontros serão encaminhadas diretamente ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ministério das Relações Exteriores.
Como eventos preparatórios para a Rio +20, serão promovidos ainda o debate “Em Busca de uma Economia Sustentável” dia 27 de março de 2012, em Brasília (DF); e entre os dias 25 a 27 de maio acontecerá o “Encontro do Segmento Parlamentar da RIO + 20”, com a presença de parlamentares de todo o mundo, no Rio de Janeiro (RJ).

 


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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