DE EMPRESÁRIOS A CATADORES TODOS QUEREM UMA SOLUÇÃO PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2011

05/10/2011
Suelene Gusmão
Em dois dias de intensos debates na 2ª Audiência Pública realizada na região Sul sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, representantes da sociedade civil, dos catadores e dos empresários do setor discutem cada proposta do documento-base, elaborado pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA e fundamentado no diagnóstico da atual situação dos resíduos sólidos no Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em Curitiba (PR), o grupo que trata sobre resíduos sólidos urbanos e inclusão dos Catadores de Materiais Recicláveis reflete o grande interesse dos participantes pelos temas apresentados.

Todos querem aprofundar informações sobre temas como logística reversa, responsabilidade compartilhada, sobre o fim dos lixões previsto para 2014, sobre os aterros sanitários, reciclagem, novas tecnologias, educação ambiental e resíduos perigosos. Os debates ampliam divergências, mas também aproximam visões de mundo antes antagônicas. Os catadores, por exemplo, reivindicam ações governamentais para que o processo de inclusão seja mais rápido. Os empresários esperam a entrada no mercado de novas tecnologias que possam garantir uma maior eficiência aos negócios.

O catador gaúcho, de Novo Hamburgo, Podalírio de Souza, na atividade há 18 anos, quer que o Governo olhe mais pelo setor. Segundo ele, no momento, as ações pró-catador estão meio lentas. "Há dois anos, a gente teve um grande salto. O pessoal da minha cooperativa, por exemplo, passou de uma renda de cerca de R$ 200 por mês para R$ 1.600".

Podalírio afirma que a vida dos catadores melhorou depois da veiculação da campanha "Separe o lixo e acerte na lata". Para ele, também é muito importante o Governo Federal propiciar o debate sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. "Acredito muito nessa iniciativa. Estou aqui representando meus companheiros da cooperativa. Tudo que eu aprender aqui vou repassar a todos", disse.

O gestor Cláudio Caneshi, representante da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, acredita que a audiência é muito válida porque é uma oportunidade de uma intensa troca de ideias. De acordo com ele, o tema resíduos sólidos vem mexendo muito com a população brasileira, despertando um interesse incomum entre as pessoas. "Por isso, o Governo tem que tomar providências para propor ações para o setor".

O secretário de Meio Ambiente de Candiota, município localizado na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, Haroldo Quintana, diz que está participando do processo das audiências públicas porque busca informações com relação aos aterros sanitários, principalmente no que diz respeito ao financiamento para a construção de centros de triagem. Ele também acredita que o momento é essencial para a troca de informações entre Governo e sociedade. "Agora, as pessoas estão começando a ter conhecimento sobre as questões do meio ambiente. As informações estão se expandindo Hoje, todo mundo discute sobre resíduos".

Quintana quer que o Governo Federal explique porque os aterros privados dão certo e os aterros públicos acabam se transformando em lixões. Ele sabe que a resposta está na forma de gestão do empreendimento, mas espera uma posição dos governantes. Ele também sugere a criação da figura dos agentes ambientais nos municípios com menos de 20 mil habitantes, onde não existe a figura do catador.

O empresário Rubens Maluf Dabul, do Instituto Sociambiental Brasil, de Curitiba, acha a iniciativa das audiências excelente. Ele, no entanto, acredita que os principais atores do setor (empresariado) não sabem o que estão sendo debatidos no evento. "A preocupação maior é relativa às novas tecnologias que estão entrando no mercado", disse. Ele, no entanto, diz que a solução para os problemas dos resíduos está neste tipo de iniciativa.

Calendário - A consulta pública na região Sul termina nesta quarta-feira (5/10). As próximas serão realizadas em São Paulo (Sudeste), nos dias 10 e 11/10; em Recife (Nordeste), 13 e 14/10; e em Belém (Norte), 18 e 19/10.

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MMA aprimora metodologia para medir poluição veicular

10/10/2011
Cristina Ávila
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai produzir um novo Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários. O documento representará o aprimoramento do primeiro inventário nacional, lançado neste ano, e servirá como subsídio para que os estados desenvolvam metodologias para regiões metropolitanas.

O novo inventário será produzido por um Grupo de Trabalho (GT) instituído pela Portaria 386, do MMA, publicada neste mês de outubro e que se constitui por instituições governamentais e privadas vinculadas aos setores de combustíveis e veículos, sob a coordenação da Gerência de Qualidade do Ar do MMA.

"Todos os anos vamos publicar um inventário nacional. O novo deverá ser lançado até março [de 2012]", prevê o gerente de Qualidade do Ar do ministério, Rudolf Noronha. Segundo ele, o GT deverá encerrar seus trabalhos até 31 de dezembro de 2012, quando deverão estar prontos os inventários das principais regiões metropolitanas do País.

Os números nacionais são obtidos pelo cruzamento de informações sobre a frota que circula no País, a curva de sucateamento dos veículos que transitam e, por exemplo, dados da indústria sobre as novas tecnologias de fabricação de veículos e de combustíveis, que seguem exigências de programas do Governo Federal.

Agenda - No próximo dia 26, os governos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo vão apresentar suas experiências em reunião do GT na capital paulista. "Os representantes desses estados vão apresentar as complexidades de suas próprias metodologias, mostrando dificuldades e soluções que podem contribuir com outros estados", explica Rudolf Noronha.

No dia 10 de novembro, o GT deverá reunir-se na Petrobras, no Rio de Janeiro, para debater fatores de emissões de gases poluentes. E, no dia 6 de dezembro, haverá uma reunião no MMA, em Brasília, em que as instituições vão definir o plano de trabalho a ser realizado em 2012.

Objetivos - O inventário nacional será formulado todos os anos para que as edições possam ser comparadas entre si, e revelem o nível de redução de emissões de gases. "Esses resultados servirão para embasar políticas públicas federais", diz o gerente de Qualidade do Ar.

De acordo com Rudolf Noronha, os inventários regionais servirão para as políticas públicas locais. "Nossa expectativa é que no ano que vem comecem muitos programas estaduais de inspeção e manutenção de veículos, e o MMA oferece ferramentas para isso."

Os inventários metropolitanos devem resultar em medidas eficazes para a melhoria da qualidade do ar nas grandes cidades. Os estados devem investir no monitoramento da atmosfera, além de aprimorar fiscalização, instrumentos de gestão e meios de transporte.


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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