COMITÊ COBRA VETO DE DILMA A DISPOSITIVOS QUE ANISTIAM DESMATAMENTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2011

29 Novembro 2011 Representantes do Comitê Brasil em Defesa das Florestas são recebidos por Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, que disse que a presidente Dilma Rousseff manterá compromisso de vetar partes do Código que promovam anistia e desmatamentos

Um grupo de 26 integrantes do Comitê Brasil em Defesa das Florestas foi recebido nesta terça (29/11) pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para entregar 1,5 milhão de assinaturas de brasileiros contrários às mudanças no código Florestal. Outro objetivo da conversa foi cobrar da presidente da República, Dilma Rousseff, o cumprimento da promessa assinada durante a campanha presidencial, de vetar qualquer dispositivo do novo Código que promova anistia a desmatadores e que possa estimular novos desmatamentos. O encontro aconteceu durante a manifestação pelas florestas brasileiras, que levou milhares de manifestantes ao gramado do Congresso e à Praça dos Três Poderes.

O atual texto, aprovado na Comissão de Meio Ambiente do Senado, e que será votado em plenário em breve, anistia crimes ambientais cometidos até julho de 2008 e reduz as áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal. Segundo integrantes do Comitê presentes à reunião, Gilberto Carvalho salientou que a presidente tem o costume de cumprir seus compromissos e deverá manter o propósito de vetar os dispositivos que anistiem desmatadores e que promovam novos desmatamentos.

De acordo com Regina Cavini, superintendente do WWF-Brasil, que esteve na reunião, o movimento social pôde expor a insatisfação com o processo de discussões do Código Florestal no Congresso e no Ministério do Meio Ambiente, sem que as demandas de setores populares tenham sido atendidas. “Infelizmente não fomos recebidos pela presidente, mas a conversa com Gilberto Carvalho foi produtiva, pois deixou muito claro que Dilma Rousseff irá intervir para melhorar o substitutivo que propõe mudanças ao Código Florestal”, salientou.

Os integrantes do Comitê Brasil em Defesa das Florestas ressaltaram, no encontro, a falta de democracia nas discussões em torno das mudanças no Código. Foi dito a Gilberto Carvalho, um dos mais importantes ministros do Governo Dilma, que o texto que será votado no Senado mantém, em sua essência, os mesmos problemas do substitutivo aprovado na Câmara sob a relatoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A senadora Marina Silva, também durante a reunião, salientou a importância de o Poder Executivo se posicionar nesse processo, uma vez que o Congresso vem agindo de forma pouco democrática ao ignorar as demandas da sociedade brasileira.

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Povo nas ruas diz NÃO às mudanças no Código Florestal

29 Novembro 2011 Milhares de pessoas ocupam gramado do Congresso e a Praça dos Três Poderes, dando recado claro a parlamentares e à presidente Dilma Rousseff: Brasil é contra a anistia a desmatadores, à desobrigação de recuperar áreas de preservação permanente e de reserva legal e repudia o novo código ruralista

Bruno Taitson, de Brasília

A manifestação acontecida nesta terça-feira (29/11), em Brasília, mostrou que a Câmara dos Deputados e o Senado não vêm representando os interesses da sociedade brasileira nas discussões sobre as mudanças no Código Florestal. Milhares de estudantes, ambientalistas, pesquisadores, agricultores familiares, parlamentares progressistas e representantes da sociedade civil organizada ocuparam o gramado em frente ao Congresso e a Praça dos Três Poderes para mostrar que o Brasil não aceita as modificações na legislação ambiental, que beneficiam apenas os interesses dos ruralistas.

O grupo protestou, de forma pacífica, contra o texto que será submetido a votação no Senado, provavelmente nos próximos dias. As críticas se dirigiam, especialmente, à concessão de anistia a crimes ambientais cometidos até julho de 2008, à mudança nos critérios de cálculos das APPs e reservas legais, à desobrigatoriedade de recompor áreas desmatadas ilegalmente e ao poder para estados e municípios deliberarem sobre uma série de questões ambientais.

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva defendeu a mobilização popular para que os senadores possam rejeitar os retrocessos e para que a presidente da República, Dilma Rousseff, vete os dispositivos que promovam anistia e reduzam proteção das reservas legais e APPs. “Dilma está mais do que respaldada para vetar esses pontos, cumprindo o que ela prometeu durante o segundo turno das eleições”, destacou.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-PA) também discursou durante a manifestação. Ele lamentou a aprovação, semana passada, pela Comissão de Meio Ambiente do Senado, do substitutivo apresentado pelo senador Jorge Viana (PT-AC). “Esse código só beneficia meia dúzia de latifundiários e o grande agronegócio brasileiro, ele promove e premia o desmatamento na Amazônia. O texto nos coloca na contramão da história, representa o poder econômico, que destroi e enfraquece as coisas belas”, afirmou.

Para Luiz Zarref, representante da Via Campesina, a população tem passado mensagens muito claras de que não aceita as mudanças propostas pelos ruralistas. “O agronegócio não tem qualquer compromisso com a sociedade. Eles soltam veneno de avião em suas lavouras, em cima de famílias, cidades, florestas e animais. Quem só sabe produzir commodities para exportação vê a floresta como inimiga. A agricultura familiar produz alimentos saudáveis sem destruir a floresta”, analisou.

O estudante de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Piccolo destacou a mobilização popular em torno do tema e afirmou que a insatisfação da sociedade está muito clara diante das mudanças que vêm sendo aprovadas na Câmara e no Senado. “O Congresso e o Governo federal estão de joelhos para o agronegócio. A busca pela governabilidade está fazendo com que os sonhos por um país melhor sejam jogados por terra”, avaliou.

Cerca de 300 crianças também estiveram na Praça dos Três Poderes, mostrando ao Congresso e à presidente da República que as próximas gerações serão os maiores prejudicados pelas mudanças no Código Florestal. Um abaixo-assinado com 1,5 milhão de assinaturas foi entregue à Presidência da República, mostrando o descontentamento da sociedade brasileira diante dos rumos que os debates em torno do Código Florestal vêm tomando na Câmara e no Senado, e exigindo o veto da presidente a dispositivos que promovam anistia a desmatamentos e redução de APPs e da reserva legal.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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