FUNAI CAPACITA SERVIDORES PARA CADASTRAR
INDÍGENAS NA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2011

28 de novembro de 2011 - Teve início nesta segunda-feira, dia 28 de novembro, a Sétima Oficina Regional de Capacitação sobre Segurado Especial e Políticas de Promoção e Proteção Social para os Povos Indígenas, na cidade de Fortaleza, Ceará. Organizado pela Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos Sociais (CGPDS) em parceria com a Diretoria de Administração e Gestão (DAGES) da Funai, o evento visa capacitar servidores das coordenações regionais de Fortaleza, Palmas, Imperatriz, Sul da Bahia e Boa Vista sobre as políticas públicas de promoção dos direitos sociais e previdenciários dos povos indígenas.

Reunindo cerca de 70 servidores da Funai, o evento tem como um dos objetivos principais preparar os participantes para operarem os canais de acesso remotos do Ministério da Previdência Social (MPS), habilitando as Coordenações Técnicas Locais e Coordenações Regionais da Funai à cadastrar os indígenas na condição de segurado especial do INSS, garantindo o acesso a seus direitos previdenciários. A implementação dos canais de acesso remoto ao sistemas da previdência em todas as coordenações regionais é uma meta institucional da Funai.

A oficina também esclarecerá dúvidas dos servidores sobre a proteção social aos povos o indígenas, benefícios previdenciários dos indígenas e os procedimentos para emissão de RANIs (Registro Administrativo de Nascimento de Indígenas), além de abordar temas como a segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas.

A programação da oficina se estende até sexta-feira, 2 de dezembro, e terá duração total de 40 horas. Além dos servidores da Funai, também participam servidores da Funasa, do distrito sanitário indígena de Fortaleza.

Fabiana Vaz de Melo, Coordenadora-geral de Promoção dos Direitos Sociais da Funai, abriu os debates com uma exposição sobre os direitos sociais dos povos indígenas. “Além da capacitação, a ideia desse evento é ter um diálogo com vocês, ouvir as experiências dos servidores de cada área”, explicou.

Abrindo o evento, Francisco Souza, Coordenador de proteção social da Funai, reafirmou a importância da gestão compartilhada, em consonância com o processo de reestruturação da Funai: “A missão institucional da Funai é coordenar essas políticas públicas, mas é importante que o índio conheça seus direitos, que essa questão seja levada para o planejamento dos comitês regionais da Funai, para que essas políticas públicas se adequem a peculiaridades de cada povo indígena, e não se transforme em um política desagregadora”.

Presente na cerimonia de abertura, Socorro Brasil, coordenadora-geral de gestão de pessoas da Funai, avaliou que o processo de capacitação está avançado:“Com essa sétima oficina, teremos capacitado servidores de 19 Coordenações Regionais da Funai. Com a próxima oficina, em Cuiabá, fecharemos o ano de 2011 com 22 regionais capacitadas, e até a junho de 2012, teremos completado a capacitação de todas as 36 coordenações regionais”.“É um desafio muito grande construir uma política de formação da Funai, e essa é uma experiência muito significativa”, completou.

Estão presentes também no evento Cléso Moraes, Paulo Barbosa e André Vasconcelos, coordenadores regionais de Palmas, Fortaleza e Boa Vista, respectivamente.

O acesso aos canais de acesso remoto aos sistemas da previdência nas unidades da Funai é fruto de um acordo de cooperação entre a Funai e o Ministério de Previdência social, firmado em julho de 2009, visando assegurar o acesso dos indígenas aos seus direitos, da forma mais rápida e eficaz possível.

O evento está sendo realizado no auditório da unidade da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) em Fortaleza.

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Funai atua para ampliar acesso de indígenas a documentos básicos

30 de novembro de 2011 - Documentos como certidão de nascimento, RG, CPF etc, são a porta de entrada para muitos direitos. Para ter acesso a esses documentos, porém, os povos indígenas brasileiras enfrentam mais dificuldades do que o restante da população. A distância entre as aldeias e os órgãos de registro ou a recusa – por parte dos cartórios – em emitir certidões de nascimento com nomes indígenas, por exemplo, são alguns deles.

Os índios não precisam de autorização da Funai para obter sua documentação, mas a Funai atua sempre para facilitar a documentação dos indígenas. Os problemas encontrados pelos indígenas no acesso a documentação básica, e a forma como a Funai pode enfrentá-los, foram tema de um dos debates da Sétima Oficina Regional de Capacitação sobre Segurado Especial e Políticas de Promoção e Proteção Social para os Povos Indígenas, promovida pela Funai, entre os diauas 28 de novembro e 2 de dezembro, na cidade de Fortaleza, Ceará. No evento, cerca de 70 servidores de 5 coordenações regionais da Funai relataram dificuldades encontradas pelos índios de sua região e trocaram experiências.

Um dos impedimentos encontrados pelos indígenas é a cobrança de taxas para emissões de documentos. Mesmo que a taxa cobrada seja relativamente pequena, ainda assim pode ser proibitiva para grupos indígenas que não possuem nenhum tipo de renda monetária.

No caso do RG, a emissão é feita por órgãos públicos estaduais, e os critérios variam de estado para estado. Em estados como o Maranhão e o Mato Grosso do Sul a emissão de RG não é gratuita nem mesmo na primeira via. Nesses caso, a Funai realiza gestões, junto aos órgão estaduais, para buscar a concessão de gratuidade para os indígenas.

Já a emissão da primeira via da certidão de nascimento é, por lei, gratuita. Porém, servidores das unidades regionais da Funai relataram no debate que alguns cartórios insistem em cobrar pelo documento. Nesse caso, a Funai pode acionar o Conselho Nacional de Justiça, para que o cartório seja notificado, e caso insista na prática ilegal, até mesmo perca sua concessão.

Com frequência, os indígenas enfrentam também dificuldades para registrarem seus filhos com nomes indígenas – muitos cartórios alegam, incorretamente, que o nome indígena exporia a criança a situação vexatória. Dificuldade ainda maior encontram os indígenas que alteram seus nomes por razões rituais e religiosas, e precisam adequar seus documentos ao novo nome.

Paulo Clemente, servidor da Coordenação de Proteção Social da Funai (COPS), esclareceu que “Toda pessoa tem direito ao nome, os cartórios tem obrigação de respeitar as tradições indígenas”. Se for preciso, em casos como estes, a Funai aciona a procuradoria federal, para que esta intervenha para garantir aos indígenas direito de portarem documentos com nomes que se adequem a sua cultura. Caso o indígena já tenha sido registrado de forma incorreta, a Funai tem o direito de exigir averbação (uma correção no documento).

Além disso, alguns nomes indígenas tem letras que não existem na língua portuguesa (como ?, ? e outros), e muitas vezes os cartórios não estão preparados para emitir documentos com esses sinais. A Funai orienta os cartórios a adotar em seus sistemas fontes de letras que tenham esses caracteres, para que os nomes indígenas possam ser registrados corretamente.

Em outra situação comum, quando a aldeia indígena se encontra em local isolado, dificultando o acesso aos órgão de documentação, a Funai atua ajudando o indígena a se deslocar até os locais de registro ou promovendo mutirões de documentação em áreas indígenas.

Outro problema citado no debate é o mal estado de documentos que os indígenas já conseguiram obter, em razão tanto de características das moradias indígenas, que prejudicam a conservação, como também do fato de alguns indígenas não estarem habituados a lidar com esses documentos. A Funai deve sensibilizar os indígenas a ter cuidado com a preservação de seus documentos, já que a emissão da segunda via pode ser tão difícil como a da primeira.

Uma questão que suscitou polêmica no debate é se a Funai deveria ou não estimular indígenas de recente contato a tirar documentos. Francisco Sousa, Coordenador da COPS esclareceu que a situação deve ser examinada caso a caso, avaliando os impactos da decisão na cultura indígena, consultando a Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, e, principalmente, em diálogo com a comunidade indígena: “Precisamos avaliar junto com eles, a Funai não deve tutelar o indígena, se o índio exige o documento, ele tem o direito”, explicou.


 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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