IBAMA PODE MULTAR CHEVRON EM MAIS R$ 60 MILHÕES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2011

29/11/2011 - 12h47
Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil*
Brasília - Após multar em R$ 50 milhões a petroleira norte-americana Chevron pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no início do mês, o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estuda aplicar mais duas sanções à empresa. Somadas, as duas novas multas podem chegar a R$ 60 milhões.

Segundo o presidente do órgão, Curt Trennepohl, uma das multas, de R$ 10 milhões, será aplicada caso seja comprovado que a Chevron não cumpriu adequadamente o Plano de Emergência Individual, elaborado pela empresa e apresentado às instâncias responsáveis ainda durante o processo de licenciamento ambiental. De acordo com Trennepohl, a análise das informações deverá ser concluída até quinta-feira (1º).

“Estamos cruzando todas as informações da Agência Nacional do Petróleo [ANP], Marinha e as fornecidas pela empresa para ver se a Chevron cumpriu a contento o plano”, disse Trenepolhl hoje (29), durante audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente do Senado (CMA), em conjunto com a Comissão Mista Permanente Sobre Mudanças Climáticas (CMMC).

A segunda nova multa, que pode chegar a R$ 50 milhões, depende da confirmação da hipótese de terem ocorrido danos ambientais. “Este é um processo um pouco mais complexo, técnico, que demandará mais tempo.”

Trennepohl afirmou que as multas aplicadas pelo Ibama, além de “irrisórias”, não têm finalidade indenizatória, mas sim “pedagógica ou dissuasória”. O limite máximo das multas por infrações contra o meio ambiente não pode ultrapassar R$ 50 milhões.

“Concordo que, como indenização, como compensação pelos danos causados, estes valores são irrisórios”, afirmou o presidente do órgão ambiental, mencionando o vazamento de petróleo no Golfo do México, pelo qual a empresa British Petroleum foi multada em US$ 75 milhões, mas teve que destinar US$ 22 bilhões para um fundo para recompor os danos causados pelo acidente. “Considerando os riscos, o porte e, principalmente, o potencial de dano do empreendimento, o teto máximo da multa, no Brasil, é muito pequeno e precisa ser reajustado.”

“Infelizmente, no Brasil, para conseguirmos essa indenização, normalmente é o Ministério Público Federal que precisa entrar com uma ação civil pública. Ou seja, nós infelizmente ainda dependemos do Poder Judiciário para fixar o valor da indenização”, destacou.

Para o presidente do Ibama, o mais importante para garantir que os danos ambientais sejam reparados em caso de acidentes sem a necessidade aguardar por uma decisão judicial seria a criação de um fundo compulsório ao qual as empresas teriam que destinar recursos proporcionais aos valores de suas operações. A ideia, de acordo com Trennepohl, já vinha sendo discutida.

“O fundo serviria como uma espécie de seguro para, no caso de acidente, compensar e mitigar os danos causados, independentemente de se precisar judicializar a questão”. Ainda não há, no entanto, definição quanto ao modelo de funcionamento do fundo.

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Após apurar causas do vazamento, ANP pode autorizar retomada da produção no poço da Chevron

29/11/2011 - 14h25
Pedro Peduzzi e Alex Rodrigues
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A Agência Nacional de Petróleo (ANP) não deverá revogar a licença de exploração de petróleo concedida à empresa norte-americana Chevron, responsável pelo acidente que derramou cerca de 440 mil litros de petróleo, o equivalente a 2,4 mil barris, em Campo de Frade, na Bacia de Campos (RJ). A informação foi dada hoje (29) pelo representante da agência Silvio Jablonski, em audiência no Senado Federal.

Para o representante da ANP, a cassação da licença implicaria quebra de contrato.“Em nenhum momento se pensou em cassar o registro da empresa no Brasil”, disse Jablonski. “[A extração] está suspensa até entendermos o fato [o vazamento de óleo em um poço do Campo de Frade, na Bacia de Campos]”. Segundo ele, “provavelmente, haverá exploração [do mesmo campo] mais adiante”.

No dia 23, a ANP suspendeu as atividades de perfuração da Chevron no Campo de Frade até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança do local.

A empresa foi multada pelo Ibama em R$ 50 milhões por descumprimento da legislação que rege o setor de petróleo e gás. Caso se comprovem falhas na contenção do vazamento e desrespeito à legislação ambiental brasileira, a empresa poderá receber mais duas multas que, juntas, somam R$ 60 milhões. Além disso, no dia 21, a ANP autuou duas vezes a Chevron, que poderá ter que pagar até R$ 100 milhões em multas relacionadas ao vazamento identificado no dia 7.

De acordo com Jablonski, técnicos da ANP continuam a bordo da plataforma onde ocorreu o vazamento, acompanhando a cimentação do poço, no fundo do mar. A agência também vai acelerar a investigação das causas do acidente. De acordo com o representante do órgão regulador, as informações obtidas durante a etapa de apuração de responsabilidades pode levar a ANP a propor mudanças no marco regulatório brasileiro que, segundo ele, é reconhecido internacionalmete como bom. “Estamos sempre prontos a aprender com qualquer tipo de incidente que aconteça no Brasil”.

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Inquérito do Ministério Público Federal pode exigir da Chevron o pagamento de mais indenizações
29/11/2011 - 12h03
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um inquérito civil público aberto no último dia 18 pelo Ministério Público Federal pode custar à Chevron o pagamento de mais indenizações. O procurador da República Flávio de Carvalho Reis, de Macaé, quer avaliar os impactos do vazamento de petróleo do Campo de Frade, na Bacia de Campos, à pesca e à economia dos municípios do norte fluminense.

A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro já havia anunciado que vai entrar com uma ação civil pública, exigindo da Chevron o pagamento de cerca de R$ 100 milhões, como forma de reparar danos causados pelo vazamento de óleo à biodiversidade marinha e aos ecossistemas costeiros.

De acordo com o procurador, a investigação do MPF não tem nenhuma relação com a ação que será proposta pela Secretaria do Ambiente. “Eu recebi informações de alguns pescadores, que estariam sendo prejudicados com a redução do preço do pescado e com a diminuição da área de utilização para pesca”, disse o procurador.

Flávio de Carvalho Reis disse que a investigação deverá ser concluída no prazo de um ano. O valor da indenização, segundo ele, depende de um amplo levantamento dos impactos econômicos.

Ao término da investigação, o MPF poderá propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à Chevron ou entrar com uma ação civil pública, exigindo a indenização por meio da Justiça.

O MPF anunciou ontem (28) que também abriu outras duas investigações: a primeira para apurar suposta omissão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em elaborar os planos regionais e nacional de contingência; e a segunda para investigar suposta precariedade dos procedimentos de fiscalização do Ibama e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre atividades petrolíferas.

A ANP informou, por meio de nota, que vai colaborar com a investigação do MPF. Já a assessoria de imprensa do Ibama ainda não tinha um posicionamento sobre a questão, até o final da manhã de hoje (29).


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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