MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS GRANDES CIDADES
É TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2011

18/11/2011 - 18:20
A Secretaria do Meio Ambiente sediou, nessa sexta-feira, 18, a audiência pública regional para tratar das causas e consequências das mudanças climáticas nas grandes cidades. A mesa de abertura do evento foi composta pelo secretário da pasta Bruno Covas, pelos senadores Sérgio Souza (PMDB-PR) e Eduardo Suplicy (PT-SP), os deputados federais Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) e Márcio Macedo (PT-SE), e o presidente da CETESB, Otávio Okano.

A audiência é uma ação da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC), da qual o senador Sérgio Souza é presidente, e será realizada em diversos estados. O objetivo é permitir a participação da população e agregar contribuições e subsídios para a composição de um relatório que será apresentado nas duas próximas conferências internacionais de sustentabilidade, a COP-17 (dezembro de 2011, Durban – África do Sul) e a Rio+20 (junho de 2011, Rio de Janeiro).

Com o fim do protocolo de Kyoto se aproximando, as discussões de metas e obrigações de emissão de gases do efeito estufa por parte dos governos internacionais voltam às mesas de discussão. Nesse quesito, o Brasil é pioneiro, bem como o Estado de São Paulo. “O Brasil assumiu metas ambiciosas de redução dos gases do efeito estufa (GEE) frente às organizações internacionais e têm dado grandes passos para atingir esses objetivos. E não dá pra discutir consequências nos centros urbanos sem envolver São Paulo. Queremos as impressões digitais do estado inseridas no relatório que vamos apresentar”, explicou Márcio Macedo, relator da CMMC.

Por sua vez, o estado de São Paulo instituiu em 2009, a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), que estabelece a meta de reduzir em 20% suas emissões de GEE até 2020, comparando com o que era emitido em 2005. “É uma meta ambiciosa, mas factível. E a PEMC adiciona forças na implementação da Economia Verde, que é uma ferramenta para atingirmos essa redução. Espero que possamos mostrar as ações do Estado e contribuir para o debate”, comentou o secretário Covas.

O aquecimento global é uma realidade do mundo atual e as emissões de gases que colaboram com o efeito estufa são as grandes causadoras desse fenômeno. Esse aquecimento do planeta interfere diretamente na biodiversidade da Terra e na saúde e bem-estar das pessoas. “Pode até ser que a nossa geração não sinta as consequências diretas da poluição, mas como vai ficar o mundo daqui a 100 anos? O que vamos deixar para as gerações futuras?”, questionou Sérgio Souza.

Para o deputado Mendes Thame são três as questões a serem consideradas, o estabelecimento de metas obrigatórias, em oposição às metas estabelecidas atualmente, que são voluntárias; o custo da transformação mundial, que implica em mudar os conceitos de matriz energética; e a implantação de uma ferramenta econômica por pagamentos ambientais, fazendo a floresta ”valer mais em pé do que deitada”. “Precisamos ver qual é a opinião dos estados em instituir um instrumento de mercado que tribute o que é sujo e favoreça o que é limpo”, disse Thame.



A Cetesb já vem fazendo esse papel desde 2002, estabelecendo limites de emissão de GEE para indústrias, evitando a saturação da poluição do ar, e condicionando o licenciamento ambiental de empresas a ações de mitigação e compensação ambiental.

Palestras

Além das contribuições dos participantes da mesa sobre o assunto, uma palestra com o tema “Cidades e Centros Urbanos” no âmbito das Mudanças Climáticas trouxe mais informações os presentes. Josilene Ferrer, gerente da diretoria de Avaliação e Impacto Ambiental (CETESB), e Oswaldo Lucon, assessor especial de Mudanças Climáticas (SMA), foram os convidados para palestrar.

Josilene Ferrer apresentou e analisou o “1º Inventário de Emissões Antrópicas de Gases do Efeito Estufa do Estado de São Paulo”, uma publicação da CETESB. O estudo mostra detalhadamente o panorama das emissões de GEE por setor, o que permite estabelecer prioridades na elaboração de políticas públicas.

No estado de São Paulo, 84,7% das emissões vem do setor energético, sendo que desses, 50 % são do setor de transportes e 27% do setor de indústrias. Outro aspecto que o inventário mostra é que a cobertura vegetal no estado paulista aumentou, ainda que timidamente. “Isso é o resultado de políticas públicas”, disse ela.

“São Paulo tem um quinto da população brasileira, é responsável por um terço do PIB nacional e ainda assim representa somente 6% das emissões de gases do efeito estufa do Brasil. Equivalentemente é um número pequeno”, explicou Ferrer, mostrando que o Estado é um bom exemplo a ser seguido.

Mas é importante lembrar que não há uma política milagrosa que resolva a emissão de GEE, o que é necessário é um “mosaico de políticas públicas”, segundo a Diretora da CETESB. Isso mostra como é importante analisar a emissão de gases do efeito estufa por setor e discutir alternativas.

Soluções

Já Oswaldo Lucon falou sobre os principais pontos e a implementação da PEMC. “A região metropolitana tem grande concentração de poluidores, o que faz necessário implantar as soluções contempladas na PEMC com os planos de ação específicos, que abrangem transporte sustentável, energia e resíduos e educação entre outros”, enfatizou.

As medidas a serem implantadas vão contribuir para alcançar a meta de redução de 20% das emissões de GEE, objetivo da PEMC, alinhado com a Convenção do Clima, para estabilizar a concentração de GEE na atmosfera.

De acordo com Lucon, é preciso definir ações de adaptação e de mitigação e estabelecer padrões mandatórios para que as metas sejam cumpridas. “Temos soluções de baixo custo que só precisam ser implantadas”, disse.

Logo após as palestras, houve a abertura para perguntas dos presentes para esclarecimentos de dúvidas aos membros da CMMC e palestrantes. A próxima audiência pública será em Aracaju.
Texto: Ivi Piotto e Luciana Reis Fotografia: José Jorge

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Parceria entre Estado e Câmara Municipal visa viabilizar logística reversa na capital

21/11/2011 - 19:14
Protocolo assinado entre as partes vai apresentar propostas de implantação de programa de responsabilidade pós-consumo
Onze mil toneladas de lixo são recolhidas diariamente na capital paulista. Grande parte desses resíduos é aterrada. Com o objetivo de buscar alternativas para esse problema, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA e a Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) assinaram um protocolo nesta segunda-feira, 21 de novembro, no parlamento municipal.

O documento foi assinado pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, pelo presidente da Câmara, José Police Neto, e pelos vereadores Cláudio Prado, Goulart, Floriano Pesaro e Adolfo Quintas.

A logística reversa, ou programa de responsabilidade pós-consumo, é o principal instrumento da Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) e Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para garantir a destinação final dos resíduos sólidos. Na prática, o produtor de um bem tem que prever toda a coleta, separação, reciclagem e como será feito o retorno e a destinação ambiental adequada do produto. A ideia é que apenas o dejeto, o que não pode ser aproveitado do lixo, seja aterrado.

O objetivo é que o protocolo de intenções firmado abra caminho para um futuro Termo de Cooperação Técnica que resulte na criação de programas de recolhimento, tratamento e destinação final de resíduos, conforme plano de trabalho a ser elaborado.

Esse plano de trabalho contará com a elaboração de estudos e propostas que visem o aperfeiçoamento de normas referentes à responsabilidade pós-consumo e sua efetiva implementação, além da realização de eventos, palestras e debates que ajudem na produção de conhecimento sobre o tema, entre outras ações. Além de elaborar estudos, pareceres e propostas, o objetivo é realizar eventos, palestras, seminários, debates e esclarecimentos visando a implementação da logística reversa em São Paulo.

A proposta é que São Paulo seja a primeira cidade do país a adotar ações de logística reversa. “É fundamental numa cidade como São Paulo, que gera 11 mil toneladas de lixo por dia, que sejam encontradas soluções alternativas aos aterros sanitários. A responsabilidade pós-consumo é necessária para que possamos romper esse ciclo em que o produto é consumido e depois jogado fora. É preciso que a sociedade faça agora a sua parte para que as gerações futuras tenham acesso à qualidade de vida e aos recursos naturais", disse Bruno Covas.

O secretário destacou dados estaduais que apontam que 1/3 dos aterros sanitários do Estado tem via útil de mais dois anos e que 2/3 de no máximo cinco anos. “Ou mudamos esse paradigma ou triplicaremos o número de aterros no Estado, prejudicando as futuras gerações”, explicou.

O presidente da Câmara afirmou que "geralmente a lei é produzida para depois vermos se gera o efeito desejado. Com essa iniciativa, faremos todos os testes antes de colocar em prática ações que impactem no desenvolvimento sustentável da cidade", concluiu José Police Neto.
Texto: Lukas Campagna


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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