NOVO FÔLEGO ÀS FLORESTAS DA INDONÉSIA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2011

As florestas tropicais da Indonésia tiveram hoje mais um alento. E a empresa Asia Pulp and Paper (APP), produtora de papel, mais um bom motivo para acabar com a degradação florestal. A Hasbro, uma das maiores fabricantes de brinquedo do mundo, tornou público o seu afastamento do desmatamento, se juntando ao grupo de grandes marcas que cancelaram seus vínculos com a APP.

A APP foi muitas vezes acusada de devastar para produzir embalagens descartáveis de papelão. Entre seus clientes listavam importantes marcas de brinquedos como a Disney. Recentemente, após grande pressão do Greenpeace, gigantes do ramo como a Mattel, empresa por trás da famosa boneca Barbie, e a Lego decidiram mudar sua política de compra de papel e deixar de estar associada com a destruição florestal.

Cada vez mais companhias mundo afora se identificam com a conservação dos ecossistemas do planeta, e as empresas destruidoras seguem perdendo seus melhores contratos. Hoje a Hasbro tornou público seu comprometimento. Mas muitas outras empresas também estão agora comprometidas com o fim da degradação florestal e anunciaram que vão parar de comprar da APP.

Entre elas estão a Warehouse, maior grupo de lojas de departamento da Nova Zelândia; a Delhaize, segunda maior varejista na Bélgica e proprietário da Lion Food nos EUA; a Metcash, uma das maiores cadeias de supermercados da Austrália; a Montblanc, famosa fabricante de canetas de luxo; a Tchibo, quinta maior torradora de café do mundo; e a Cartamundi, líder mundial dos fabricantes de cartas de baralho.

Em resposta à vitoriosa notícia de que ainda mais empresas em todo o mundo estão cortando os laços com a gigante papeleira, o Greenpeace pediu hoje à Asia Pulp para que se empenhe em acabar com a destruição das florestas tropicais do país.

O Greenpeace também alertou que a continuação da degradação florestal pela APP ameaça o próprio compromisso do presidente indonésio de dedicar seu tempo restante de mandato para salvar as floresta na Indonésia.

“A Asia Pulp and Paper é ruim para as florestas e para a reputação da Indonésia. APP deve se comprometer imediatamente a parar de destruir as florestas tropicais”, disse Bustar Maitar, da Campanha de Florestas do Greenpeace na Indonésia.

Conhecidas grandes companhias também têm excluído a APP de suas cadeias de suprimentos. Isso inclui a Staples, uma das maiores empresas mundiais de material de escritório, que concluiu que a APP é um “grande perigo à nossa marca”, bem como as multinacionais de bens de consumo Kraft, Nestlé e Unilever.

Varejistas internacionais como Carrefour, Auchan, Grupo Metro e Tesco, todas excluíram a APP de seus produtos de marca própria nos últimos dois anos. A gigante Adidas também parou de negociar com a APP.

Metas de combate ao desmatamento

A Indonésia é o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer metas ambiciosas para reduzir o desmatamento, as emissões de gases de efeito estufa, e para combater as alterações climáticas. Entretanto, os planos do presidente Susilo Bambang Yudhoyono continuam a ser prejudicados por atividades como a da APP.

No mês passado, a campanha “Olho de tigre” do Greenpeace encontrou extensas clareiras florestais dentro de concessões da APP em Sumatra. As áreas que estão sendo apuradas incluem aquelas mapeadas como habitat para o tigre de Sumatra, hoje em perigo de extinção. Apesar de o uso do fogo para limpeza de terrenos ser proibido na legislação da Indonésia, foram identificados incêndios florestais usados para desmatamento dentro de duas áreas de concessão da APP.

No início deste ano, a empresa irmã da APP, a Golden Agri Recursos, introduziu novas políticas de combate ao desmatamento. Desde então, começou a reconquistar os clientes que tinha perdido no mercado internacional, incluindo a Nestlé.

"A APP deve seguir o exemplo da GAR e imediatamente comprometer-se a pôr um fim no desmatamento", concluiu Maitar.

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A última chance dos EUA

A partir desta segunda-feira, e durante as próximas duas semanas, os olhares do mundo se voltam para Durban, na África do Sul, onde chefes de estado de mais de 190 países estão reunidos para discutir soluções para combater os efeitos iminentes das mudanças climáticas.

Mais importante Convenção do Clima das Nações Unidas, a COP-17 tenta salvar o protocolo de Kyoto, único acordo global que estabelece metas para cortes de emissões de gases do efeito estufa. Mesmo sem a adesão dos EUA, e sem incluir os países em desenvolvimento, o protocolo é o único instrumento que existe atualmente para se reduzir as emissões de CO2.

O tratado, porém, vence em 2012. Por isso, o principal desafio da Convenção é renová-lo. Ao mesmo tempo, incluir nele economias emergentes como China, Brasil, Índia e Indonésia. Quanto aos Estados Unidos, essa é a última chance de escutar o povo, e não as empresas que poluem, aceitando participar de um novo acordo global.

“A África já está sofrendo os impactos das mudanças climáticas, mas isso ainda não parece ser suficiente para que países como os Estados Unidos tomem uma atitude”, declarou ontem Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace Internacional. “Durban precisa representar um novo começo para as negociações globais em torno das mudanças climáticas. Esperamos que deste encontro saia um acordo que represente os interesses das pessoas de todas as partes do mundo, e não os interesses das corporações que poluem.”

Com ou sem a adesão do principal emissor de CO2 do planeta, os países precisam estar preparados para seguir adiante: “Os esforços globais por um acordo não pode ficar refém dos Estados Unidos”, disse Tove Ryding, coordenador de Política Climática do Greenpeace Internacional. Segundo Ryding, o argumento de que só poderá haver um acordo com a participação dos Estados Unidos está se tornando uma desculpa de outros governos para não assumirem sua parcela de responsabilidade em torno das questões climáticas.

Além da renovação de Kyoto, outras questões devem chegar às mesas de negociações dos líderes globais. As expectativas em Durban girarão em torno de um novo acordo global vinculante, com a participação das economias emergentes e que assegure um teto máximo de emissões de gases do efeito estufa até 2015.

Além disso, os ambientalistas pedem um fundo mundial para lidar com os efeitos das mudanças climáticas e a cooperação tecnológica e financeira para os países em desenvolvimento poderem se adaptar às medidas adotadas e proteger suas florestas.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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