O LOBBY CONTRA O CLIMA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2011

“Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento”. Este é o ditado mais apropriado a muitas empresas que, apesar do forte discurso de sustentabilidade, exercem por baixo dos panos um lobby pesado para emperrar as negociações globais por um acordo que tente mitigar os efeitos da mudança climática.

A uma semana do início da COP17, a Conferência do Clima das Nações Unidas que acontecerá em Durban, África do Sul, de 28 de novembro a 9 de dezembro, o Greenpeace divulgou nesta quarta-feira, 23, um relatório em que demonstra como grandes poluidores do planeta, a exemplo de Shell, BASF, Eskom, ArcelorMittal, BHP Billiton e Koch agem para influenciar governos a evitar políticas que prejudiquem seu atual modelo de negócio, mesmo que isso signifique uma economia mais sustentável.

O relatório “Os responsáveis pelo atraso” (título original em inglês: “Who’s holding us back”) mostra porque as ações decisivas em benefício do clima está sendo excluída da agenda política e resume a falta de ação em regiões e países chave como União Europeia, Estados Unidos, Canadá e África do Sul, entre outros, no sentido de construir as condições favoráveis para um acordo global sobre a questão climática.

Uma pesquisa global de 2009, mostrou que 73% da população dá alta prioridade à questão climática. Além disso, oito a cada dez pessoas acredita que o combate à mudança climática pode melhorar a economia e gerar empregos. A quem os governos deveriam dar mais atenção?

“Nossa investigação mostra que há muitas empresas poluidoras que exercem forte influência no processo político para proteger seus interesses particulares”, disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. “Em Durban, é hora de os governos escutarem as pessoas e não as empresas que poluem.”

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Clima vira carvão na sede da COP

Enquanto a África do Sul se prepara para sediar, no final deste mês, a conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP-17, o país segue investindo em geração de enegia elétrica a carvão, e uma de suas futuras usinas termelétricas, a estação de Kusile, prevista para entrar em operação até 2014, caminha para se tornar a quarta maior poluidora mundial em termos de gases do efeito estufa. A fim de parar essa evolução de energia suja, ativistas do Greenpeace África ocuparam hoje um guindaste no canteiro de obras da central, pedindo à estatal Eskom que abandone o projeto e passe a investir em empregos e fontes de energia verdes.

Seis ativistas estenderam uma faixa gigante no topo do guindaste, que dizia: “Kusile: matador do clima”. Enquanto isso, outros sete ativistas trancaram-se em frente aos portões de entrada do canteiro, com banners onde podia ser lido: “Empregos verdes agora” e “Nenhum futuro no carvão”.

Melita Steele, da Campanha de Clima do Greenpeace África, afirma que as promessas feitas pelo governo sul-africano para combater as alterações climáticas não têm sentido, a menos que parem a construção de novas centrais de energia a carvão como Kusile. “Números recentes mostram que as emissões de gases de efeito estufa pela queima de carvão são uma espiral fora de controle, tendo como uma das causadoras as novas usinas como Kusile. Se não for revisto, isso vai condenar centenas de milhões de pessoas para as terríveis conseqüências das mudanças climáticas”, diz Steele.

Além disso, um relatório do Greenpeace publicado recentemente – “O verdadeiro custo do carvão na África do Sul: pagando o preço da dependência do carvão” – mostra que Kusile não somente impulsionará o caos climático, mas os seus custos externos e ocultos serão de US$ 8 bilhões por ano, um preço que os cidadãos sul-africanos mal podem para pagar.

“Estamos aqui para mostrar que o verdadeiro custo da Kusile é demasiado elevado para os sul-africanos pagarem. É um preço que nem nós, nem o mundo pode pagar. Carvão deixou de fornecer eletricidade a mais de 10 milhões de sul-africanos. Há maneiras mais verdes, mais limpas e mais rápidas de trazer serviços energéticos para a África, o carvão está no meio do caminho e deve ser remetido para o lixo da história”, afirma Melita Steele.

O Greenpeace pede que a África do Sul se torne um verdadeiro líder das questões climáticas, através do investimento em larga escala em energias renováveis, e por não comprometer o futuro de seu povo. Isso criaria uma situação vitoriosa em termos
de criação de empregos, da proteção do clima e da prestação dos tão necessários
serviços de energia.

“Quando o mundo aterrissa sobre Durban no final do mês e as pessoas em todos os lugares têm esperança de que o progresso possa ser feito para se chegar a um acordoque preserve o clima, o governo sul-africano tem a chance de liderar, a chance de
fazer história como um herói para o clima, para a justiça e para o planeta. Ele não deve desperdiçar essa chance, deixando uma empresa do próprio governo como a Eskom zombar das negociações”, concluiu Steele.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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