PRESIDENTA DILMA ASSINA DECRETO DA
PNGATI E HOMOLOGA SETE TERRAS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2012

05 de junho de 2012 - A presidenta Dilma Rousseff assinou, nesta terça-feira (5), Decreto que institui a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI) e homologou sete terras indígenas, sendo cinco no Amazonas, uma no Pará e uma no Acre. Os atos foram assinados durante cerimônia do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto.

Foi criado, ainda, durante o evento, o Comitê de Gestão Integrada das Ações de Atenção à Saúde e de Segurança Alimentar para a População Indígena. Coordenado pela Casa Civil, o Comitê tem a participação da Defesa Nacional; Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

Para a presidenta Dilma, o Brasil dá importante passo com o pacote de medidas para a área ambiental, que inclui a homologação das terras indígenas, pois “cumpre o dever de validar os direitos constitucionais desses povos e fortalece a proteção das nossas florestas”. A presidenta salientou que a atenção e o cuidado com a saúde dessas populações incluem o meio ambiente, que “é um dos principais instrumentos para a sustentabilidade desses povos”.

A indígena Sônia Guajajara, vice coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), representando os povos indígenas no evento, entendeu as medidas e o convite para participar da cerimônia como sinalização para um maior diálogo com o movimento indígena e cobrou da Funai maior celeridade na sua obrigação de demarcar e proteger todas as terras indígenas, priorizando os casos críticos dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul.

Os representantes dos povos indígenas na Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) estão em Brasília, reunidos para a realização da 7ª reunião extraordinária da Comissão, convocada pela presidente da Funai, Marta Maria Azevedo, que também preside a CNPI.

Homologação

As terras indígenas homologadas, localizadas no estado do Amazonas, são: Santa Cruz da Nova Aliança, do povo Kokama, com 5,9 mil hectares; Matintin, do povo Tikuna, com 21,7 mil hectares; Tenharim Marmelos Gleba B, do povo Tenharim, com 474,7 mil hectares; Lago do Marinheiro, do povo Mura, com 3,5 mil hectares; e Porto Limoeiro, do povo Tikuna, com 4,5 mil hectares. A terra indígena Riozinho de Alto Envira, no estado do Acre, do povo Ashaninka e isolados, ocupa uma área de 260,9 mil hectares; e Xipaya, no Pará, da etnia Xipaya , 178,7 mil hectares.

PNGATI

A Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas (PNGATI) começou a ser construída em 2008, com a criação de um Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI), por meio da portaria nº. 276/2008, assinada pelos ministros da Justiça e do Meio Ambiente. O GTI construiu a proposta da política nacional, tendo como diretrizes nesse processo a participação indígena e o respeito aos povos indígenas.

Entre o mês de novembro de 2009 e junho de 2010 o grupo de trabalho realizou um amplo processo de mobilização e participação indígena. A Funai e o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o movimento indígena, realizaram 3 reuniões prévias e 5 consultas regionais.

Participaram das consultas aproximadamente 1200 representantes indígenas, bem como os membros do Grupo de Trabalho Interministerial, representantes de instituições federais, de organizações não governamentais parceiras, membros da CNPI e autoridades estaduais e municipais.

Organizadas por regiões, as consultas ocorreram nas cidades de Recife, Curitiba, Campo Grande, Cuiabá e Manaus. Cada consulta teve a participação, respectivamente, de representantes indígenas do Nordeste/Leste, Sul/Sudeste, de Mato Grosso do Sul e da Amazônia Legal, indicados pelas organizações indígenas nacionais Apib e Coiab, e regionais Apoime, Arpinpan, Arpinsul.

As consultas tiveram como objetivo principal apresentar, debater e colher propostas e sugestões dos povos indígenas acerca do que o Estado deve fazer com vistas a assegurar a proteção, recuperação, conservação e o uso sustentável dos recursos naturais presentes nos territórios indígenas. O material colhido permitiu aprimorar o texto preliminar da PNGATI elaborado pelo GTI como ponto de partida para as consultas.

A perspectiva é que a PNGATI seja um instrumento eficiente e continuado no sentido de reconhecer e fortalecer essa contribuição efetiva dos povos indígenas na conservação da biodiversidade, por meio do manejo tradicional e comunitário dos recursos naturais. E, ao mesmo tempo, um instrumento capaz de promover a atuação articulada e integrada das instituições governamentais e da sociedade civil, superando as ações demonstrativas, pontuais e às vezes isoladas no tocante à promoção da gestão ambiental e territorial das terras indígenas.

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Funai participa de reunião da ONU em Genebra

31 de maio de 2012 - Na última sexta-feira (25), a Fundação Nacional do Índio (Funai), participou, em Genebra, na Suíça, do II Ciclo do Mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU), do Conselho de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas (ONU). A participação ocorreu junto à delegação brasileira presidida pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

A finalidade do Mecanismo é analisar a situação e o progresso histórico dos direitos humanos dos 193 países membros da ONU. Os Estados membros assumem compromissos voluntários para o avanço interno da promoção e da proteção dos direitos humanos, baseando-se em relatórios de agências da ONU e da sociedade civil. O espaço é uma oportunidade de reconhecer que há desafios a serem enfrentados, mas que também há avanços a serem celebrados.

Durante a apresentação do relatório brasileiro, a Ministra Maria do Rosário fez menção sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor dos indígenas Pataxó Hã Hã Hãe, em processo de anulação de títulos concedidos pelo Estado da Bahia em terras originariamente indígenas. “Após 30 anos, a Suprema Corte reconheceu os direitos constitucionais desse povo do sul da Bahia sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Espero que decisões como esta baseiem decisões futuras sobre disputas acerca de terras indígenas, como no caso das terras dos Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul”, disse.

Na ocasião, o Ouvidor Geral da Funai, Paulo Pankararu, apresentou em seu discurso a realidade dos povos indígenas do Brasil e a evolução das políticas indigenistas. Ele explicou que, hoje, 13% do território brasileiro é reservado às populações indígenas e que nos últimos cinco anos foram demarcadas 49 novas terras.

Quanto à proteção territorial, em 2011, foram computadas 196 ações voltadas à retirada de invasores e controle de ilícitos, em parceria com órgãos de segurança e de proteção ambiental. Outro avanço mencionado pelo ouvidor, foi sobre a política educacional indígena. Hoje, existem 2.819 escolas indígenas atendendo a 194.254 estudantes na educação básica.

A revisão do relatório é conduzida por um grupo de trabalho composto por 47 Estados membros do Conselho de Direitos Humanos (CDH), com ajuda dos três países relatores - China, Polônia e Equador, que preparam um documento final. Todos os Estados membros da ONU são submetidos ao mecanismo a cada quatro anos e meio. O documento denominado como 2º Relatório Nacional do Estado Brasileiro, pode ser lido na íntegra no site www.sdh.gov.br da Secretaria de Direitos Humanos.

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Países amazônicos avançam na construção de agenda regional indígena

30 de maio de 2012 - Começou hoje (30), em Brasília, a Oficina Regional do Programa Povos Indígenas em Isolamento Voluntário e Contato Inicial, com o tema, “Intercâmbio de experiências sobre metodologias de proteção e legislação”, uma realização da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O objetivo do encontro é promover um intercâmbio de metodologias de proteção e legislações nacionais sobre povos indígenas em isolamento voluntário e de recente contato, como uma contribuição ao estabelecimento de um marco estratégico para elaborar uma agenda regional de proteção a esses povos.

A oficina é um ponto de partida para a troca de experiências concretas sobre o tema, que reunirá durante três dias, representantes governamentais dos oito países amazônicos: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Eles falarão sobre os seus marcos legais e experiências práticas na proteção de isolados, de forma a buscar pontos de contato para desenvolver uma agenda de cooperação, que se iniciará com a vinda de técnicos e poderá chegar à realização de missões conjuntas em áreas de fronteiras.

Segundo o Presidente do Conselho Diretor da OTCA e Coordenador Geral de Índios Isolados e Recém Contactados da Funai, Carlos Travassos, a troca de experiências entre os países amazônicos é uma forma de contribuir para o fortalecimento das políticas voltadas ao reconhecimento e proteção dos povos isolados e de recente contato. “A proteção dos povos isolados é uma meta que deve ser seguida em comunhão com países vizinhos, nossa missão tem que ser compartilhada com outros governos, para que assumam o compromisso de proteção desses povos fronteiriços”, disse.

A OTCA iniciou, em agosto de 2011, a execução de um projeto de cooperação sobre o tema de proteção aos índios isolados e recém-contatados. A Fundação Nacional do Índio (Funai) tem participado ativamente desse processo desde o início, sendo inclusive a primeira instituição a presidir o conselho diretor do projeto e também a propor a vinda de técnicos de outros países para conhecer a execução da política de proteção nas Frentes de Proteção Etnoambiental, o que deverá ocorrer após acertos com os países interessados durante a oficina.

Ao final da oficina, que termina na sexta-feira (01), será elaborado um documento contendo recomendações sobre possíveis melhoras ou atualizações das normativas e metodologias vigentes nos países membros, que atendam às situações específicas dos povos indígenas isolados e de contato recente de forma regional. O documento será enviado posteriormente para os representantes dos países membros da OTCA, para sua aprovação final.

Sobre a OTCA

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) é um organismo intergovernamental que reúne os oito países que compartilham a região amazônica: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Com sede permanente em Brasília (Brasil), a Secretaria Permanente da OTCA foi estabelecida em dezembro de 2002, para implementar os objetivos do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), assinado pelos países em 1978 com o objetivo de promover ações conjuntas para o desenvolvimento harmônico da Bacia Amazônica. Os países membros assumiram à época o compromisso comum com a preservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais da Amazônia.


 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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