IZABELLA, EM ROMA: FOME É O MAIOR DESAFIO GLOBAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2012

Comitê sobre Manejo Florestal da FAO se reúne em Roma para debater soluções para o desenvolvimento rural sustentável a partir dos resultados da Rio+20

Luciene de Assis - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou, nesta segunda-feira (24/09), em Roma, durante a XXI Sessão do Comitê de Florestas (Cofo) da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a assinatura de portaria criando o Programa Nacional de Conservação do Pau Brasil. A iniciativa tem o objetivo de desencadear ações estratégicas voltadas para a conservação e ao uso sustentável da espécie, que, desde 2004, figura na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Em 2007, o pau brasil entrou na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies (Cites), organismo que controla e fiscaliza o comércio internacional de fauna e flora silvestres, especialmente quanto ao comércio de espécies ameaçadas.
Ao falar sobre os resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada em junho passado na cidade do Rio de Janeiro, no que se refere a florestas e desenvolvimento sustentável, Izabella Teixeira lembrou que a redução da pobreza está intimamente ligada ao tema, sendo este “o maior desafio global que o mundo enfrenta hoje”. Para a ministra, as florestas são essenciais na erradicação da pobreza e da fome, que afetam, hoje, cerca de um bilhão de pessoas mais pobres em todo o mundo, e para quem florestas e árvores em fazendas são uma fonte direta de alimentos. “Temos de discutir, acordar e implementar, em âmbito nacional e internacional, modelos florestais econômicos novos, que atendam à crescente demanda por alimentos, fibras e energia e que permitirá uma economia inclusiva verde através da gestão florestal sustentável”, defendeu.

FONTE DE RIQUEZAS

No que se refere à melhoria da gestão dos 517 milhões de hectares de florestas do Brasil, a ministra informou que o governo brasileiro assumiu o compromisso de criar e melhorar os instrumentos econômicos, como a adoção de políticas de crédito, fiscal, concessão de financiamento e garantias, além do combate à exploração ilegal de madeira. “O governo do Brasil tem a convicção de que a gestão florestal sustentável é um instrumento fundamental, implicando a adoção de políticas de longo prazo que reconheçam o valor das florestas como fonte de energia, produtos e serviços, com adoção e reprodução de boas práticas, de modo a estabelecer uma cultura de desenvolvimento sustentável em políticas de economia florestal”, disse ela, ao falar da criação do Programa Nacional de Conservação do Pau Brasil.

“Tenho o prazer de anunciar, hoje, o lançamento oficial do Programa Nacional de Conservação do Pau Brasil, cujo objetivo é promover ações estratégicas para a conservação da espécie e do seu habitat natural, uma espécie que tem um significado especial para todos os brasileiros, pois deu origem ao nome do nosso país”, acrescentou. Afirmou que o programa, além de visar a conservação da espécie, também promoverá a recomposição das áreas degradadas e a ampliação da cobertura de florestas compostas pelo Pau Brasil.

PROTEÇÃO LEGAL

Segundo a ministra, a nova lei florestal oferece uma série de alternativas de geração de renda, manutenção e recomposição das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal. Dados do MMA mostram que as atividades desenvolvidas em florestas naturais e plantadas contribuem, diretamente, com quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB), envolvendo cerca de 4 milhões de pessoas em todos os biomas brasileiros, sobretudo nas comunidades da Amazônia Legal.

O pau brasil é espécie típica da Mata Atlântica e já foi abundante entre o Rio Grande do Norte e São Paulo. Sua extração foi favorecida pela localização das florestas junto ao litoral, especialmente na época da colonização, quando os portugueses descobriram a vocação do pau brasil (ibirapitanga, em tupi-guarani) para o tingimento de tecidos devido à existência de um corante avermelhado chamado brasilina. A árvore, que tem o tronco e galhos cheios de espinhos e pode atingir 30 metros de altura, chegou a ser considerada extinta da natureza e, por pouco, não desapareceu, depois de 375 anos de exploração. Agora, ela é considerada a árvore nacional, está protegida por lei e não pode mais ser cortada das florestas.

Cursos d'água: integração exige enfoque único Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai definem atribuições e devem apresentar projeto até 2015

Quinta, 27 Setembro 2012 - Rafaela Ribeiro - O Brasil é referência na America Latina na governança democrática da água com os modelos de comitês de bacias, conselhos municipais, estaduais e nacional de recursos hídricos, entre outros instrumentos que o país utiliza para aproximar gestores, sociedade civil, acadêmicos. A experiência colocou o país, por meio do Ministério do Meio Ambiente, como um dos coordenadores do componente Participação Pública, Comunicação e Educação do Programa Marco da Bacia do Prata, estabelecido pelo Comitê Intergovernamental da Bacia do Prata.

“A experiência emblemática do Brasil na questão da governança democrática da água nos conferiu essa responsabilidade e estamos promovendo encontros, com trocas de experiências, que possam nos munir de informações para concluirmos a versão preliminar desse tema, participação pública”, ressalta o gerente de Projeto do Departamento de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente Franklin de Paula Júnior.Outros três países, dos cinco que compõem o grupo também tiveram suas atribuições definidas.A área de Comunicação está sendo coordenada pelo Paraguai, enquanto o tema Educação ficou sob a responsabilidade do Uruguai e da Argentina. Cada nação vai elaborar um documento preliminar sobre o tema que lhe cabe.

INTEGRAÇÃO

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Pedro Wilson, explica que os comitês de bacias são instrumentos democráticos para tratar da gestão da água: “O comitê é uma espécie de parlamento da bacia do rio em que deve ter todas as representações de governo, da sociedade civil, da universidade”. Ele defende que não há como separar as águas, porque os cursos d’água são contínuos, integrados, um compõe o outro e o que acontece em um riacho afeta o rio que recebe suas águas e não há fronteira que impeça que essa corrente siga. “A sujeira aqui do Rio Meia Ponte, em Goiânia, pode afetar o Rio Paraná, em Rosário, na Argentina", explica Wilson. “Quando a gente olha, por exemplo, Águas Lindas, Santo Antônio, Rio Descoberto, esse rio cai no Corumbá e o Corumbá cai no Paranaíba”.

O presidente do Comitê de Bacia do Rio Paranaíba, Paulo Salles, ressaltou a importância dos comitês de bacias e dos encontros promovidos para o debate em torno na gestão da água. “Estamos lutando para implantar um novo conceito de gestão no país, que é a gestão por bacias começando, naturalmente, pela gestão das águas”, argumenta. “Esperamos que isso tenha reflexo em todos os outros campos. O rio que passa na minha casa pode compor uma bacia que está dentro de outra bacia maior, que está dentro de outra bacia maior. E a Bacia do Prata inclui muitos dos rios brasileiros, muitas bacias brasileiras importantes como a Bacia do Paranaíba. Essa integração entre as diversas escalas é essencial para qualquer processo de gestão”.

DESENVOLVIMENTO

O Comitê Intergovernamental da Bacia do Prata é composto por cinco países: Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai e foi criado no final da década de 1960. Seu objetivo principal é promover o desenvolvimento sustentável da Bacia do Prata, além de gerir eventuais conflitos entre os países. Os participantes são representantes técnicos da área de recursos hídricos dos países membros e os representantes políticos (representantes dos Ministérios das Relações Exteriores).

“Em 2004 foi criado um programa com maior envergadura para elaborar estudos na área ambiental, na área hídrica, e a partir daí se fazer um planejamento de longo prazo”, relata Franklin de Paula Júnior. “A primeira fase do programa é a análise do diagnóstico trans fronteiriço e, depois disso, gerar um plano estratégico de ação com previsão de ser elaborado até 2015”.

A Bacia Platina é a segunda maior bacia hidrográfica do Brasil, com 1.397.905 km². Estende-se pelo Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.É formada pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai e por seus respectivos afluentes, formando a bacia do Prata ou Platina. No território brasileiro, abrange três regiões hidrográficas nacionais: Região do Paraguai, do Paraná e do Uruguai. Dentro dessas regiões, oito estados e o Distrito Federal - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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