152 MIL FILHOTES DE TARTARUGA-DA-AMAZÔNIA NASCEM NUM SÓ DIA

Panorama Ambiental
Novembro de 2012

Brasília (23/11/2012) – Novembro é época de nascimento de filhotes de tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) no tabuleiro da Reserva Biológica (Rebio) do Abufari, localizado no rio Purus, em Tapauá, no Amazonas. E este ano a temporada promete. Só para se ter uma ideia, no último dia 14, foi registrado recorde histórico de nascimentos num só dia: 152 mil filhotes.

O fato impressionou até os gestores da unidade, que acompanham há anos esse fenômeno. “A expectativa era grande”, disse o analista e biólogo Paulo Spínola, que presenciou o nascimento em massa. “Na noite do dia 13 começou a chover e, ao chegarmos à praia perto de meia-noite, centenas de filhotes já estavam saindo das covas.” Às 2h da madrugada do dia 14, segundo ele, as previsões mais otimistas já haviam sido superadas.

Colaboradores

No início dos trabalhos, os servidores da Rebio Leandro, Bosco e Romeo imaginavam que os números deveriam chegar perto do pico de 2011, quando numa só noite nasceram 85 mil filhotes, mas a cada minuto mais e mais filhotes brotavam das covas. Dalmo dos Reis e Josiel Vasconcelos, servidores do ICMBio que faziam rondas no rio Purus, foram acionados para entrar em contato com a chefe da unidade de conservação (UC), Ângela Midori, para arregimentar colaboradores em Tapauá, distante duas horas do Abufari.

Às 4h, a equipe iniciou a contagem e retirada dos filhotes do tabuleiro, trabalho que se estendeu até o meio-dia, com a soltura, em local protegido, dos 152 mil filhotes. O analista Josiel Vasconcelos ficou entusiasmado: “São momentos como esse supernascimento que nos dão a certeza de que estamos cumprindo a nossa tarefa de proteger o patrimônio natural do país”.

Exaustos, mas felizes

Ângela lembrou que, ao fim do trabalho, os servidores estavam todos exaustos, porém felizes e recompensados por participar desse “espetáculo da natureza”, como ela definiu. “Esse lugar é único”, reforçou a chefe da UC.

A Rebio Abufari é um importante reduto para preservação de espécies amazônicas ameaçadas como o pirarucu, o peixe-boi e, principalmente, a tartaruga-da-amazônia, que neste ano deve superar a marca de 300 mil filhotes.

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Tamar quer desvendar comportamento migratório de filhotes de tartaruga

Brasília (22/11/2012) – Desvendar o comportamento migratório de tartarugas marinhas em estágio inicial de vida é o objetivo de uma das pesquisas em andamento no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Realizado em parceria com a Universidade Atlântica da Flórida (EUA) e sob a coordenação da pesquisadora Kate Mansfield, o estudo investiga os primeiros momentos de vida das tartarugas marinhas em águas oceânicas, período que os pesquisadores denominam “anos perdidos” (lost years).

Apesar de décadas de estudo, pouco se sabe sobre o que acontece com a maioria das espécies de tartarugas marinhas durante esse tempo. Saber para onde os filhotes vão e poder identificar as áreas de berçário e uso de habitat é necessário e fundamental para conservação e manejo dessas espécies.

Três tartarugas monitoradas

Três tartaruguinhas cabeçudas (Caretta caretta) já foram soltas com transmissores adaptados para monitorar seu deslocamento e, até agora, os pesquisadores puderam observar um comportamento ativo e rumo ao sul. Os filhotes foram preparados e alimentados durante oito meses para que ganhassem mais peso e aumentassem de tamanho, o suficiente para carregar o equipamento sem prejuízos para sua movimentação natural. Minitransmissores por satélite (comumente usados em aves) foram levemente modificados e colocados nas tartarugas.

A equipe e a pesquisadora americana saíram para o mar no dia 8 de novembro, soltando o primeiro indivíduo a 11 quilômetros da costa, na Praia do Forte (BA), juntamente com dois drifters, ou derivadores, aparelhos com GPS para obter dados sobre as correntes marítimas e acompanhar sua direção a partir do local da soltura da tartaruguinha. No dia 11 de novembro, as outras duas tartaruguinhas foram soltas a 10 quilômetros da costa, com mais dois drifters para monitorar as correntes.

Mais duas solturas

De acordo com a coordenadora nacional de conservação e pesquisa da Fundação Pró-Tamar, Neca Marcovaldi, os transmissores podem ficar no máximo seis meses em funcionamento, depois se soltam sozinhos. Serão realizadas mais duas solturas de tartaruguinhas com transmissores em dois momentos diferentes ao longo da temporada 2012-13 (fevereiro e março), para coincidir com mudanças de correntes na costa. “Com a pesquisa poderemos verificar se as tartaruguinhas seguem o mesmo padrão das correntes predominantes em meses diferentes e comparar com rotas estudadas das fêmeas adultas”, prevê Neca.

Os pesquisadores já puderam observar que as tartarugas foram no sentido sul, uma delas está acompanhando o talude (quebra da plataforma), nadando paralelamente à costa. As outras duas estão indo para sul também, saindo para águas oceânicas, com profundidades maiores que 2.500 metros. Elas têm apresentado autonomia em relação à direção das correntes, nadando ativamente, a favor, mas não ficando a mercê delas, conseguindo se afastar da costa.


 

Instituto Chico Mendes
Ascom

 
 
 
 

 

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