INPE VÊ QUEDA NO DESMATAMENTO

Panorama Ambiental
Novembro de 2012

Quarta, 28 Novembro 2012
Dano à floresta cai 28% em outubro, se comparado com o mesmo período de 2011.

PAULENIR CONSTÂNCIO
A taxa de desmatamento da Amazônia Legal, registrada pelo Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresenta tendência de queda em outubro. Em relação ao mês anterior, o desmatamento recuou pouco mais de 1 %, mas quando comparado ao mesmo período de 2011, a queda foi de 28%. Em 2012, o número de alertas emitidos identificou uma área de 277 Km2 de desmatamento, contra 386 Km2 no mesmo período do ano passado.

Os números do Deter foram anunciados nesta quarta-feira (28/11) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira durante a 108a. Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), em Brasília. “O Brasil segue reduzindo e vai acabar com o desmatamento ilegal”, garantiu a ministra.

Izabella fez um apelo aos representantes dos estados no Conselho para que cobrem dos governadores leis severas contra a prática do “correntão” – utilização de dois tratores atrelados a uma corrente para arrastar a vegetação, derrubando grandes áreas. Algumas unidades da federação já até assumiram esse compromisso, mas até agora não cumpriram, salientou a ministra. Ela classificou a prática como a mais absurda entre as utilizadas pelos desmatadores, porque derruba indiscriminadamente a floresta que depois é queimada.

“FOGUETEIROS”

Com base nos alertas emitidos pelo Deter, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagrou, além do “correntão”, a volta dos “fogueteiros”, prática copiada dos vigias do narcotráfico nos morros cariocas que havia sido abandonada pelos desmatadores. Utilizando fogos de artifício, eles avisam da chegada da fiscalização, enquanto o fogo é ateado à floresta com a utilização de motocicletas para tentar bloquear o acesso dos agentes do poder público à área que está sendo desmatada.

Além disso, o desmatamento ilegal está se sofisticando para driblar a fiscalização. Imagens divulgadas pelo Ibama mostram tratores camuflados no meio da vegetação, por pintura esverdeada, para não serem captados pelos sobrevôos constantes nas regiões indicadas pelo Deter. Esse ano o Instituto já registrou mais de R$ 1 bilhão em multas por infrações ambientais. A partir de 2012, com o investimento de R$ 15 milhões na automação da emissão de multas, o órgão espera reduzir a possibilidade de recursos por erros de preenchimento das autuações ou por corrupção de fiscais.

O Mato Grosso lidera a lista dos estados que mais desmataram em outubro, com um acréscimo de 61%. Entre agosto e outubro de 2012 foram gerados alertas para uma área de 415 Km2, superando em 158 Km2 a que foi desmatada em 2011. Rondônia, no mesmo período, apresentou queda de 5%, com 191 Km2 esse ano, contra 201 no mesmo período anterior.

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Menos desmatamento até 2020

Governo assume compromissos ousados, mas factíveis, para proteger os biomas

LUCIENE DE ASSIS
O Brasil se comprometeu a reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% em 2020, tendo por base a média registrada entre 1996 e 2005; e do Cerrado em 40%, também daqui a oito anos, se comparado com a média verificada de 1999 a 2008. Essas metas, consideradas ambiciosas pelos especialistas da área ambiental, estão descritas no âmbito da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e foi um dos tópicos da explanação do analista do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adriano Santhiago Oliveira. Na tarde desta quarta-feira, ele participou de audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional, destinada a debater os planos de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, e o plano de agricultura de baixa emissão de carbono.

Oliveira disse aos parlamentares que o desmatamento no bioma da Amazônia é o menor dos últimos oito anos, pois houve uma redução de 77% em 2011, se comparado ao índice registrado em 2004. “O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM) e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado) são as maiores contribuições do Brasil para a mitigação da mudança climática justamente no setor que mais contribui para as emissões de gases de efeito estufa, o setor de mudança de uso da terra e florestas”, salientou.

Também participaram do debate promovido pela CMMC o especialista em meteorologia do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Alaor Dall´Antonia, e o coordenador do Programa de Mudanças Climáticas da WWF-Brasil, Carlos Eduardo Rittl. A audiência pública foi presidida pelo deputado Márcio Macedo (PT-SE).

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Desmatamento em queda livre

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LUCAS TOLENTINO
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A Amazônia Legal registrou a menor taxa de desmatamento na série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre agosto de 2011 e julho deste ano, houve queda de 27% na devastação do bioma em relação ao mesmo período anterior. Durante a divulgação dos dados, nesta terça-feira (27/11), em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou ainda a aquisição de novos equipamentos de autuação eletrônica, que auxiliarão as equipes de fiscalização na floresta.

Os dados estimados pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes) mostram que o desflorestamento é de 4.656 km² para o período de 2011-2012. No ano passado, o número consolidado chegou a 6.418 km². O levantamento é feito desde 1988 pelo Inpe e computa como desmatamento as áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal, o corte raso. A margem de erro é de 10% e os números consolidados saem em meados de 2013.

A redução no desmatamento é ainda maior na comparação do dado atual com o de 2004, quando foi iniciado o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). Nesse período, a queda foi de 83%. Dos nove estados que fazem parte da Amazônia Legal, apenas três apresentaram aumento nas taxas de desmatamento. Tocantins registrou crescimento de 33%, Amazonas, 29%, e Acre, 10%.

DESAFIO

A implantação do PPCDAm e a mudança nos padrões de fiscalização estão entre as principais justificativas para o alcance do marco histórico. “A modernização das tecnologias e a mudança nas estratégias de inteligência nos garantiram isso”, declarou a ministra. “A cada vez que diminui o desmatamento, o desfio cresce e o trabalho aumenta”.

Com a queda, o Brasil avança também nas iniciativas de mitigação das mudanças climáticas. Os números do Prodes revelam que o país já atingiu 76,27% dos 80% do desmatamento que se comprometeu a reduzir na Amazônia até 2020, com vistas a alcançar o compromisso nacional voluntário de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões projetadas de gases de afeito até 2020, segundo a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

INOVAÇÃO

Os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação desenvolveram um equipamento que vai aperfeiçoar a fiscalização na Amazônia. Por meio do aparelho eletrônico, os fiscais poderão demarcar as coordenadas exatas onde as irregularidades forem constatadas e emitir imediatamente o auto de infração do proprietário. O equipamento já está em fase de teste e será disponibilizado a todas as equipes de fiscalização.

O investimento total no projeto foi de R$ 15 milhões. A ministra Izabella Teixeira destacou que, com o equipamento, será mais difícil anular as multas aplicadas aos infratores. “Essa inovação tecnológica elimina os erros de coordenadas, a possível corrupção do fiscal e faz com que a gente seja mais eficiente e transparente, explicou. “Estamos mudando o patamar e o nosso objetivo é fazer com que não haja mais infrações e afora precisamos dar início às boas práticas.”


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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