O CRIME COMPENSOU

Panorama Ambiental
Dezembro de 2012

Notícia - 18 - dez – 2012 - Falta de governança e anistia para o maior desmatamento da Amazônia: saiba mais sobre um caso que não é novo nem é o único na região
Há sete anos, Leo Andrade Gomes foi considerado o indivíduo que mais desmatou a Amazônia, depois que 12.500 hectares de floresta foram derrubados na fazenda que estava em seu nome, no Pará. Após essa e outras infrações, veio a conta: mais de R$ 18 milhões em multas ambientais. E por que essa notícia agora, em 2012? Porque desde essa época, o governo não sabe de Leo: seu CPF foi cancelado pela Receita Federal e ele nunca foi encontrado pelo Ibama. Se está foragido ou se é um ‘fantasma’, ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: sua multa será perdoada pelo novo Código Florestal.

Aprovada em maio deste ano após uma pesada investida da bancada ruralista, a nova lei manteve a anistia a quem desmatou sem autorização até o ano de 2008. No caso de Leonardo, bastaria que ele se inscrevesse no Programa de Regularização Ambiental, criado pelo governo, e recuperasse as Áreas de Preservação Permanente (APP) e pronto: a dívida de R$ 18 milhões sumiria para sempre de sua vida.

“O caso ilustra bem o resultado do processo atropelado do Código Florestal: o crime compensou”, diz Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Quem desmatou será premiado às custas do dinheiro público, e isso é uma sinalização clara de que, no Brasil, vale a pena passar por cima das leis”.

O caso de Leo, porém, está longe de ter um ponto final. Quando seu nome despontou no ranking dos desmatadores do Ministério do Meio Ambiente e a multa milionária chegou, um advogado encaminhou, em nome do acusado, uma defesa ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). No documento, ele alega que na época do desmatamento Leo ainda não era proprietário da fazenda Cachoeira Alta, onde ocorreu a infração, e sim a senhora Elizabete Guimarães.

Também em nível federal, Elizabete defendeu-se da mesma forma: apresentou certidão de compra e venda, apontando que Leo já era dono da propriedade quando o desmatamento de 12 mil hectares foi feito. O jogo de empurra continuou sem solução, e a multa acabou ficando para o fazendeiro, que nunca pagou um centavo. Cinco anos depois, em setembro de 2011, porém, Elizabete recebeu da Secretaria de Meio Ambiente do Pará uma Licença de Atividade Rural para uma fazenda de mesmo nome – Cachoeira Alta. A fazenda, afinal, é dela? E a multa? Ninguém conseguiu decifrar. Tampouco o governo.

Essa história evidencia não só a impunidade que corre solta na Amazônia. Mostra, também, a ausência, descontrole e falta de coordenação do Estado brasileiro na região. “Uma lei do desmatamento zero pode mudar a forma como o Brasil olha para a sua floresta. O país já desmatou mais do que o suficiente par se desenvolver, e agora tem a chance de mostrar ao mundo que consegue continuar crescendo, mas sem dizimar suas ricas florestas e fazendo um uso sustentável delas”, afirma Aguiar.

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Ventos de mudança sopram no Brasil

Notícia - 14 - dez – 2012 - Em leilão de energia realizado hoje, empreendimentos de energia eólica e hidrelétrica disputaram as contratações.
Foi realizado hoje o leilão A-5 que define as usinas que serão construídas e integradas ao sistema elétrico brasileiro em 5 anos.
O resultado final foi a contratação de 574,3 MW, divididos entre eólicas (281,9 MW) e hidrelétricas (292,4 MW), contrariando as expectativas, pois durante a fase da habilitação – momento em que os participantes do leilão se inscrevem – 84% dos projetos era de energia eólica.

A contratação de energia eólica de hoje fui muito aquém da esperada. Em leilões anteriores, por exemplo, se registrou uma média de 2.000 MW.

O resultado, entretanto, é um prêmio de consolação após o cancelamento do leilão A-3, em que a construção dos empreendimentos leva de 2 a 3 anos. Como neste tipo de leilão os empreendimentos devem ficar prontos entre dois e três anos, as instalações eólicas ganham vantagem em comparação com as hidrelétricas, por exemplo, que levam mais tempo para serem construídas. Já no leilão de hoje, A-5, o tempo de construção dos empreendimentos é de cinco anos, o que favorece as hidrelétricas.

Mesmo assim, o efeito direto da competição, resultado de uma grande quantidade de usinas habilitadas, foi notável. O preço final de R$87/MWh foi recorde, superando o valor de R$97/MWh alcançado no ano passado. Se por um lado mostra que as eólicas seguem competitivas, a despeito de fatores externos recentes, como a desvalorização do real e a alteração de regras de nacionalização pelo BNDES, por outro o baixo patamar preocupa novamente a viabilidade destes empreendimentos.

Quem paga o preço da alta competitividade eólica são os empreendimentos de outras fontes. As usinas de biomassa passaram em branco, sem nenhuma contratação. “A cogeração a bagaço de cana tem alto potencial no país e merecem mais atenção, seja em incentivos adicionais ou mesmo em um novo processos específicos de contratação”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha Clima e Energia do Greenpeace Brasil.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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