TODOS SOMOS RESPONSÁVEIS PELO LIXO

Panorama Ambiental
Dezembro de 2012

20 Dezembro 2012 | O jornal Correio Braziliense publica nesta quinta-feira (20) artigo da secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, sobre a urgência da implementação da coleta seletiva de resíduos em todo o país. Ela lembra que pesquisa Ibope encomendada pelo WWF-Brasil por meio do programa Água Brasil mostrou que a população quer cuidar melhor do lixo, mas não é atendida pelo poder público. O Água Brasil, concebido pelo Banco do Brasil, é desenvolvido em parceria com Fundação Banco do Brasil, Agência Nacional de Águas e WWF-Brasil. Um dos objetivos do programa é apoiar municípios, comunidades e catadores de materiais recicláveis a melhorar o manejo de resíduos sólidos e a difundir o conceito do consumo responsável.
Veja abaixo a íntegra do artigo.

Brasileiros querem coleta seletiva
Maria Cecília Wey de Brito – secretária geral do WWF-Brasil

Agentes públicos em geral e os prefeitos eleitos em particular precisam enfrentar com determinação uma agenda que tem sido frequentemente negligenciada em nosso país: o manejo de resíduos sólidos urbanos. Pesquisa que encomendamos ao Ibope mostra que o cuidado com o lixo já começa a fazer parte das preocupações da população, mas precisa entrar definitivamente para a agenda das prefeituras e das outras esferas de governo. O estudo revela, por exemplo, que a população quer participar da coleta seletiva, mas não é atendida pelo serviço na maioria dos municípios e no Distrito Federal.

O Brasil tem hoje uma legislação avançada, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que tramitou por duas décadas no Congresso Nacional. A lei prevê a obrigatoriedade da coleta seletiva, o fim dos lixões e o recolhimento de embalagens pelos próprios fabricantes ou importadores.

Paralelamente, o país convive com o atraso na aplicação da lei, o que coloca em risco o seu cumprimento. Em agosto passado, dois anos depois de sancionada a PNRS, os municípios deveriam ter apresentado seus planos de gestão de resíduos sólidos. Mas apenas 10% conseguiram cumprir o prazo.

O fim dos lixões – e a implementação da coleta seletiva – também já tem data para se tornar realidade: agosto de 2014. Mas nada indica que estamos no caminho.

Os prefeitos reclamam que não têm orçamento para investir em coleta seletiva, aterros sanitários e outras obrigações previstas na lei. Na verdade, há recursos disponíveis em diversas fontes, mas o acesso a eles costuma esbarrar na falta de planejamento e de projetos.

No WWF-Brasil, temos acompanhado muito de perto a aplicação da PNRS. Em conjunto com o Banco do Brasil, a Fundação Banco do Brasil e a Agência Nacional de Águas, desenvolvemos projetos demonstrativos em cinco municípios: Belo Horizonte (MG), Caxias do Sul (RS), Natal (RN), Rio Branco (AC) e Pirenópolis, aqui do lado. Nestes locais, trabalhamos para apoiar prefeituras, catadores e comunidades no processo de adaptação à legislação, com o objetivo de desenvolver experiências que possam ser replicados em todos os municípios brasileiros.

Pirenópolis, que tem pouco mais de 20 mil habitantes, pode ser exemplo para cerca de 90% dos municípios brasileiros, que são cidades pequenas, com menos de 50 mil pessoas.

Nesta experiência, encontramos bons exemplos e grandes desafios. Entre estes, o maior talvez seja a efetiva implantação da coleta seletiva. A falta deste serviço, além de ser um problema ambiental, representa um enorme desperdício de recursos. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o valor dos resíduos recicláveis que vão para os lixões por falta de coleta seletiva chega a R$ 8 bilhões ao ano. E ainda deveríamos somar a isso os custos para coletar, transportar e dispor esse material.

Nosso país tem uma particularidade interessante: o serviço de coleta seletiva e de triagem é feito, em grande parte, pelos catadores. Isso quer dizer que, no Brasil, a reciclagem é, ainda, responsável por gerar renda e trabalho para centenas de milhares de brasileiros. Este é mais um motivo para os administradores públicos olharem com mais carinho para esta agenda. E também para tomarmos com mais cuidado os serviços oferecidos pela indústria da incineração de resíduos. A ideia de queimar recursos é absurda, ainda que o argumento seja a geração de energia. Temos alternativas limpas e renováveis. E, por mais que os propagandistas do modelo falem em filtros poderosíssimos, a atividade não deixa de ser poluidora.

Estamos perigosamente a caminho do famoso “fato consumado” – quando se torna quase impossível reverter o erro. Experiências desse tipo não são raras em nossa história recente. Foi assim com a aprovação dos transgênicos – depois que as lavouras foram inundadas com sementes contrabandeadas de um país vizinho - e tem sido assim com o Código Florestal, podado radicalmente para ficar à altura de seu descumprimento.

Disseminar a cultura do cuidado com o resíduo é dever do poder público, em todos os níveis – mas também das pessoas e das empresas. Estas iniciativas são importantes para a economia do país e para a saúde da população, além de serem fundamentais para a conservação de recursos naturais como a água. A correta destinação dos resíduos e a aplicação da PNRS colaboram para a construção de um país em que as cidades e a natureza convivam em harmonia.

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Crianças brasileiras mostram sua opção pelas novas energias renováveis

06 Dezembro 2012 | Por Denise Oliveira, da Iniciativa Amazônia Viva
“Excelentíssima Presidente Dilma, sinto-me no dever de informar a sua excelência sobre a condição das fontes de geração de energia elétrica do Brasil. Assim como sua excelência deve saber, o Brasil possui muitas fontes de geração de energia elétrica, mas devem ser usadas com mais consciência. Todos precisamos de energia, somos dependentes da energia, portanto deve-se haver maiores investimentos em fontes renováveis e mais limpas".

A mensagem singela e direta de Jorge Alves Pinto, estudante do 9º ano, da Escola Prefeito Williams de Souza Arruda, no estado da Paraíba, abre o texto “Investimentos no presente para melhorar o futuro”, endereçado à Presidente Dilma Roussef.

João foi um dos 2.000 estudantes que se debruçou nos estudos sobre as fontes de energia e as opções que o Brasil pode fazer e participou do concurso de redação “Desafio Energia Mais Limpa”, promovido pelo Projeto Agora.

A ação educacional foi realizada em escolas públicas de 10 estados do Brasil e do Distrito federal, com crianças e jovens na faixa etária de 10 a 15 anos. Eles foram convidados a responder à pergunta “Que tipo de energia o Brasil precisa e de onde ela virá?”. Foram quatro meses de pesquisas e trabalhos em sala de aula para estudar, aprender e formar opinião sobre a geração de energia no Brasil e manifestá-la em formato de carta.

Foram premiadas 29 cartas que serão entregues à Presidente Dilma Rouseff pela coordenação do projeto. Nesta quarta-feira (05/12), ocorreu a festa de premiação em São Paulo, com representantes de cada estado. Os alunos receberam um tablet, as professoras ou professores que orientaram o trabalho foram premiados com um notebook e as escolas vencedoras ganharam um retroprojetor.

Para Pedro Bara Neto, líder da Estratégia de Infraestrutura da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, o convite para participar da comissão julgadora dos trabalhos possibilitou novas descobertas sobre os jovens que enfrentarão as consequências das escolhas que estão sendo feitas pelos governantes hoje.

“O que mais chamou a atenção foi a abordagem de assuntos como mudanças climáticas e sustentabilidade. As crianças parecem que já vêm com um DNA mais verde. Esses alunos, por exemplo, abraçaram o projeto, entenderam a ideia. Eles relacionaram a questão energética com a ambiental, e o que pode acontecer com o país, com o mundo, caso essa relação seja deixada de lado,” enfatizou Pedro Bara.

Energia e Futebol

E no país onde esporte e movimento mobilizam a população, a relação entre energia, futebol e a Copa do Mundo de 2014 não poderia ficar ausente das cartinhas.

Krison Curtes Tereza, do Colégio Estadual Getúlio Evangelista da Rocha, em Cumari, Goiás, usou o futebol e as fontes de energia renováveis para sugerir à Presidente Dilma a formação de um ‘quarteto de ouro’ na área de energia.

“Venho através desta carta, informar à Vossa Excelência que o Brasil, com sua imensa riqueza natural, poderia utilizar todas as quatro fontes de energia limpa: hidroelétrica, solar, eólica, e a biomassa. Uma completando a outra, poderíamos ao invés de ser uma divisão entre essas fontes, formar uma grande e imbatível seleção: o quarteto de ouro”.

Impactos

A importância da complementaridade nas fontes de energia e os impactos causados no meio ambiente foram abordados na redação de Karolyne Cassimiro Duarte da Cruz, Escola Estadual Gercina Borges Teixeira, em Caiapônia, Goiás.

“A energia que usamos que é proveniente das hidrelétricas trouxe prejuízo para o meio ambiente, para a fauna, para a flora e além da dependência do regime de chuvas. Mas como já houve um alto investimento, sugiro que continuem com as hidrelétricas, e usem a bioeletricidade para complementá-la”, comentou Karoline Cassimiro, que seguiu lembrando à Presidente a liderança do Brasil na tecnologia de aproveitamento da biomassa e a importância das energias renováveis.

Projeto

O Projeto Agora é uma iniciativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e promove ações educativas e de esclarecimento relacionadas aos três pilares da sustentabilidade (econômico, social e ambiental).


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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