PANDA GIGANTE TEM SEU HÁBITAT AMEAÇADO NA CHINA

Panorama Ambiental
Fevereiro de 2013

A conservação do panda gigante da China está em risco devido à recente reforma do sistema de posse coletiva da floresta na China. Cientistas propõem um programa de eco-compensação para proteger as espécies e oferecer benefícios econômicos para as comunidades

Brasília, 15 de fevereiro de 2013 — Conquistas recentes da China, na conservação do panda gigante, estão correndo o risco de serem perdidas pela reforma do seu sistema de posse coletiva da floresta, dizem os cientistas da Conservação Internacional em uma carta publicada na revista Science. A reforma de 167 milhões de hectares de floresta chinesa – dos quais 345,700 hectares constituem 15% do hábitat remanescente do panda – permite que famílias de agricultores individuais possam transferir ou alugar direitos de exploração a empresas externas.

Russell Mittermeier, co-autor do estudo ‘Ecocompensação do hábitat do panda gigante’ e presidente da Conservação Internacional (CI), disse: ‘Essa mudança põe esses hábitats vitais potencialmente sob ameaça de corte comercial, aumento da coleta de lenha e produtos florestais, que não são de madeira, por empresas de fora e outras atividades de desenvolvimento comercial. Infelizmente, isso pode acarretar em desmatamento, degradação ou pode atrapalhar até 15% do hábitat remanescente panda gigante. ’

Li Zhang, cientista da Conservação Internacional da China, disse que ‘a reforma contradiz os grandes avanços que o governo chinês tem tido na conservação do panda gigante nas últimas décadas. O governo designou 63 reservas de pandas, que constituem mais de 60% do hábitat remanescente do panda selvagem; melhorou hábitats ameaçados por reflorestamento ou restauração de florestas nativas e restringiu o acesso humano; aumentou o número e capacidade da equipe florestal nessas áreas; proibiu estritamente a caça das espécies; e foi pioneiro em técnicas de reprodução em cativeiro. Como resultado desses esforços, o número oficial de pandas gigantes na natureza aumentou de 1.000, no final da década de 80, para quase 1.600. Seria imperdoável reverter essa grande conquista para essas criaturas majestosas e os recentes esforços do nosso país na conservação. ’

Na carta, Zhang e outro cientista da CI propõem a “ecocompensação” como uma solução para proteger o hábitat do panda gigante enquanto proporciona uma renda para as comunidades locais. Ecocompensação é uma nova estratégia de conservação em que o governo da China volta a comprar direitos de desenvolvimento das comunidades locais, a fim de garantir a prestação continuada de serviços ecossistêmicos. Como parte do acordo da ecocompensação, as comunidades estabelecem um sistema de gestão contratual que enfatiza a tomada de decisão participativa e cogestão dos recursos naturais.

Zhang aconselha: ‘Um programa de “ecocompensação” reduziria a ameaça ao panda gigante e seu hábitat, enquanto cumpriria o propósito da reforma florestal de aumentar os benefícios econômicos locais comprando de volta os direitos de desenvolvimento de certas comunidades dentro de áreas de hábitat de pandas. É nossa esperança que o governo chinês emita a ecocompensação para essas áreas. No entanto, com a atual política da reforma de posse da floresta coletiva, outra opção seria que a sociedade civil comprasse essas áreas de floresta coletiva para estabelecer áreas protegidas por meio de acordos de conservação com as comunidades locais’.

Um investimento de US$240 milhões em ecocompensação eficaz pode impedir uma queda estimada em 15% na população do panda gigante, enquanto que US$ 2,252 milhões a mais investidos em uma ecocompensação eficaz e restauração de um potencial hábitat poderia recuperar a população de panda gigante em cerca de 40% acima dos níveis atuais.

O panda gigante (Ailuropoda melanoleuca), criticamente ameaçado, é uma das mais conhecidas espécies emblemáticas da conservação da biodiversidade. As florestas antigas são hábitats preferidos do panda, e, juntamente com a presença de bambu, essas florestas são essenciais para a sobrevivência do panda gigante na selva. Historicamente, o panda gigante viveu em grandes áreas da China, bem como partes do Vietnã e Mianmar. Mas devido à redução da cobertura florestal, agitação causada pelas pessoas e mudanças climáticas, o hábitat do panda gigante na selva tem diminuído gravemente, queda de quase 60% nas últimas seis décadas, de 51.000 km² em 1950 para 21.000 km² em 2006.

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CI premia governadores em jantar com Harrison Ford

A homenagem aconteceu durante evento em São Paulo que contou com a presença do ator Harrison Ford, do cantor Gilberto Gil e dos empresários Rob Walton (CEO do Walmart) e Andre Esteves (CEO do banco BTG-Pactual)

Brasília, 22 de fevereiro de 2013 — Pela primeira vez, dois políticos brasileiros receberam o prêmio “Global Conservation Hero” (em português, Herói da Conservação Global), da organização não-governamental Conservação Internacional. Os escolhidos foram o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, e o senador e ex-governador do Amazonas, Eduardo Braga.

A cerimônia aconteceu na noite do dia 20 de fevereiro em São Paulo (SP) durante jantar oferecido pela Conservação Internacional (CI-Brasil) em homenagem ao Conselho de Administração da ONG. O evento reuniu importantes personalidades, como o músico Gilberto Gil, o presidente do banco BTG-Pactual, Andre Estevez, e o CEO do Walmart, Rob Walton.

O jantar contou também com a presença de Harrison Ford, que é membro do conselho da CI há mais de 20 anos. Durante o jantar, ele afirmou: Eu tenho tido o privilégio de servir o conselho da Conservação Internacional por mais de 20 anos. Eu me juntei à organização devido a uma simples e clara convicção: “A natureza não precisa das pessoas. As pessoas que precisam da natureza”.

Sobre a importância da conservação no Brasil, Harrison Ford afirmou: “O país é emblemático de como o trabalho da Conservação Internacional é importante e como podemos obter sucesso na nossa causa. Da Mata Atlântica, que fornece água para as maiores cidades do país, como Rio e São Paulo, até a magnífica floresta amazônica, que é fundamental para equilibrar o clima de todo o planeta, em nenhum outro país do mundo é mais evidente como a humanidade depende da natureza para sobreviver. Nossa saúde, nossa segurança alimentar, nossas economias, nosso bem-estar mais básico é dependente dos serviços que a natureza nos dá.”

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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