CÓDIGO DA MINERAÇÃO ATENTA CONTRA ÁREAS PROTEGIDAS

Panorama Ambiental
Junho de 2013

27 Junho 2013 | por Aldem Bourscheit
O Governo Federal enviou ao Congresso na última terça (18) um conjunto de projetos de lei para estabelecer um novo marco regulatório para a mineração no país. No pacote, uma proposta do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) quer abrir 10% de parques nacionais e outras unidades de conservação de proteção integral para mineração, uma atividade altamente impactante.

Para isso, bastaria às empresas doarem aos órgãos ambientais áreas com o dobro do tamanho das abertas à exploração comercial e com mesmas características ecológicas e biológicas. Gurgel justifica seu movimento afirmando que “um grande número dessas unidades, especialmente na Amazônia, foram criadas sobre terras com grande potencial mineral” e que a atividade ajudaria a reduzir os índices nacionais de pobreza.

O projeto, todavia, mete os pés pelas mãos. Afinal, unidades de conservação foram criadas para proteger a biodiversidade, as fontes de água e outros serviços ambientais. São fruto de estudos técnicos, audiências públicas e decretos do Poder Executivo. Além disso, não há nenhuma garantia de que áreas com os mesmos atributos ambientais sejam encontradas, especialmente próximas das áreas protegidas abertas à exploração mineral. Muitas unidades de conservação abrigam justamente porções raras ou únicas da natureza brasileira.

“A proposta é mais um ataque ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação, pois desvirtua a função básica das áreas de proteção integral, que é o de resguardar da forma mais íntegra possível a diversidade de nosso patrimônio natural. Há incontáveis fontes de minérios fora dos limites das unidades de conservação”, ressaltou Jean Timmers, superintendente de Políticas Públicas do WWF-Brasil.

O texto será apreciado pela Câmara e pelo Senado e tramitará em regime de urgência.

Uma Comissão Especial criada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), analisa a Proposta de Emenda Constitucional 215/2000. A PEC concede competência exclusiva ao Congresso para aprovar a criação de unidades de conservação, a demarcação de terras indígenas e o reconhecimento de territórios quilombolas.

Unidades de conservação são legalmente instituídas pelo poder público, nos âmbitos municipal, estadual ou federal. Elas são reguladas pela Lei 9.985 / 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Estão divididas nos grupos de proteção integral e de uso sustentável. Saiba mais no atalho ao lado.

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Água Brasil apoia projeto para ampliação de produtores de água no DF

20 Junho 2013 | "A água é um bem de todos. Preservar traz benefícios ao produtor, que tem esse recurso disponível para produzir, ao governo local, que gastará menos com o tratamento da água, e aos próprios moradores da cidade que terão água de melhor qualidade”. Essa é a opinião do agricultor rural Gilmar Pio Fernandes, um dos primeiros produtores de água na bacia do Ribeirão Pipiripau (DF).

Ele faz parte do Projeto Produtor de Água no Pipiripau. Com a iniciativa, ele adotou melhores práticas de conservação e recuperação do solo e dos mananciais de sua propriedade e, por isso, receberá uma remuneração pelo mecanismo de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais).

O projeto é uma iniciativa do Programa Produtor de Água, da ANA (Agência Nacional de Águas). Em cada bacia, o projeto ganha um nome e é implementado por parceiros locais. Na bacia do Pipiripau, um dos viabilizadores é o Programa Água Brasil, uma parceria do Banco do Brasil, Fundação do Banco do Brasil, WWF-Brasil e ANA.

"O projeto olha e beneficia todos os lados: produtor, governo e sociedade. Para mim, ele é um incentivo a mais para que os produtores rurais recuperem as áreas de preservação ambiental, pois oferece de graça todo o apoio necessário. Eu acredito que é possível ter um retorno também financeiro, além do ambiental, quando preservamos", conclui Fernandes.

Atualmente, 50 produtores estão inscritos voluntariamente no projeto. Entre eles, 32 já adotam melhores práticas.

No próximo dia 22, sábado, o Água Brasil e mais 13 parceiros realizam o evento “Brasília: Preservando e Produzindo” para mostrar a potenciais novos produtores de água as possibilidades de se produzir e preservar os recursos naturais. O grande objetivo é sensibilizar agricultores rurais para se tornarem novos produtores de água na bacia do Pipiripau.

O evento terá uma programação especial: ao longo da manhã, os agricultores irão conhecer modelos de preservação ambiental distribuídos por seis estações temáticas – incluindo duas propriedades que participam do projeto. Às 12h30, serão anunciados novos benefícios do projeto e assinados contratos com produtores rurais. Para a tarde, estão programadas diversas atrações, como feira de artesanato, oficina sobre alimentação saudável e apresentação de duplas caipiras.

A Bacia do Pipiripau ocupa uma área de 23.527 hectares, onde se concentram diversas atividades econômicas – produção de frutas, grãos, carnes, proteção ambiental e captação de água para abastecimento de 180 mil habitantes de Planaltina e Sobradinho. A atividade agropecuária ocupa aproximadamente 71% da área.

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Conselho diz não a barramentos do Rio Carinhanha

11 Junho 2013 | por Aldem Bourscheit
Quinto maior afluente do São Francisco, o belíssimo rio Carinhanha (foto) pode sofrer com até 6 barramentos para geração de energia. O Conselho do Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu é contra os empreendimentos, pois avalia que os mesmos levarão impactos ambientais, culturais e sociais severos a uma das regiões mais conservadas de todo o Cerrado.

Em moção (atalho ao lado) enviada a órgãos federais e estaduais, do Judiciário, ministérios públicos Federal e Estadual, prefeituras regionais e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grupo reitera que são prioritárias para conservação da biodiversidade nos níveis federal e estadual as áreas que podem ser afetadas pelas hidrelétricas.

Conforme o Ibama, estão em licenciamento três pequenas centrais hidrelétricas para o leito do Carinhanha. Cinco unidades de conservação do Mosaico que protegem trechos do rio serão afetadas direta ou indiretamente pelos empreendimentos. Ao todo, há 26 possíveis barramentos na Bacia do rio Carinhanha. Não foi feita análise conjunta dos impactos dessas obras.

Grande parte dessa região está dentro do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, ocupando porções de Minas Gerais e da Bahia e criado por decreto federal justamente para ser palco de modelos sustentáveis de desenvolvimento. Ele é formado por 10 unidades de conservação federais e estaduais, 3 reservas particulares do patrimônio natural e duas terras indígenas. Também é abrigo de riquezas culturais e tradicionais únicas, que inspiraram inclusive Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Audiências públicas sobre duas possíveis hidrelétricas para o Carinhanha acontecerão dia 18, em Bonito de Minas (MG), e dia 20, em Cocos (BA).

 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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